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A mostrar mensagens de novembro, 2009

O mês da espera

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Aproxima-se Dezembro. Em pleno Advento, mês das ânsias, infelizmente mais materiais que espirituais. Tudo gira à volta de um dia, que ainda dá a graça de lembrar o nascimento de um Menino que era Deus. Do um ao vinte e quatro é caminho para o presépio. As montras, as luzes e as prendas deviam ser paisagem mas infelizmente são os ídolos que abafam o presépio. Mas venham as montras! Pisquem as luzes! Ofereçamos prendas! Lembremo-nos do Natal, que fazemos isto tudo por causa de uma pessoa. Eu peço frio e calor ao mesmo tempo, chuva, humidade, nevoeiro e até vento, que são as prendas que este mês pode dar. Peço que a estrela me leve àquele sítio onde aquele Menino está à espera. Que não se antecipe o dia, que ele espere a lentidão dos meus passos... Posso demorar mas quero chegar.

Advento

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O meu Advento começou, ontem, em Fátima. É o meu tempo litúrgico preferido: o frio, a chuva e o nevoeiro, as músicas da Igreja em tom menor, as orações e as leituras que não se calam em dizer "Maranatha!" (Vem, Senhor Jesus). Novo tempo, nova vida? Que seja tempo de encontro com Deus. Há dois mil anos Deus veio até nós. Quando é que iremos até Ele?

O rosto do pregador

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Esta fotografia é de uma capela da casa de umas Irmãs Dominicanas de Vence (França). Em 1949, uma Irmã Dominicana, Soeur Jacques-Marie, pedia ao seu grande amigo pintor, Henri Matisse, que decorasse uma capela que estavam a fazer na sua comunidade. Ele aceitou o projecto. Fez três desenhos em azulejo: um São Domingos (o que aparece nesta fotografia), uma Nossa Senhora do Rosário e uma Via-Sacra. Quando viram este São Domingos comentaram que não tinha rosto. E que Matisse terá respondido: "Cada Dominicano tem que ser agora o rosto de São Domingos". Matisse não pôde estar presente na consagração da Capela. Mas escrevia assim à sua amiga pedindo que a carta fosse lida em público: " Não procurei a beleza, procurei a verdade. Apresento-vos, com toda a humildade, a capela do rosário, das Dominicanas de Vence... Este trabalho levou-me quatro anos de trabalho duro e exclusivo. É o resultado de uma vida de trabalho; e eu considero, apesar de todas as imperfeições, como uma obra-p

Manhã de Missas

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Dia de trabalho contrastante: manhã de trabalho movimentado, tarde de trabalho de secretária. Apesar de me cansarem, gosto de dias cheios. Não são evasão, nem prova de esforço. Serão talvez sinal de utilidade de vida. Esta manhã, desde o levantar até ao meio dia foi tudo à pressa: do quarto para a igreja, do convento para o colégio do Sagrado Coração de Maria, do colégio para o hospital, do hospital para os correios e dos correios para casa. Não é queixa, é alegria do estar para servir. Santa pressa e santa correria, concluo. As missas foram, uma no colégio, outra no hospital. A do Colégio, a terceira Missa da primeira série, sempre às terças-feiras, pelas 8.30h, é a conclusão de um trabalho de sensibilização, junto de uma instituição de solidariedade social: os do 10º estiveram na Casa do Gaiato, os do 11º na Comunidade Vida e Paz, os do 9º na Casa de Saúde da Idanha. Estas visitas inserem-se no lema do colégio para este ano: " Pegadas de Esperança ". E, no acto penitencial,

Em atraso

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Para quem estava habituado a ter aqui um post quase diário deve estar a estranhar a minha ausência. Em parte foi sendo explicada por causa do trabalho que vou tendo e com a pressão das filmagens da Missa e do programa de ontem. Mas já são águas passadas. Com a missa de ontem começou uma nova semana, que vai ser de estudo e de trabalho. Mas fotografei a minha secretária, para verem como está caótica. Tem sido assim: chegar ao quarto e despejar o que trago nas mãos para cima dela e vão-se acumulando papeis, cadernos, fotocópias... sinais de rodopio. Mas achei piada a este enquadramento da fotografia porque diz o que foram os meus últimos três dias. Ao fundo vê-se a planta da igreja do convento. No sábado à tarde precisámos dela para marcar posições, cortejos, espaços celebrativos, o que é que se canta, onde se lê, onde se sentam estes e aqueles... tudo para que a missa saísse bem. Depois uma revista católica. Mandaram-ma as monjas do Lumiar. Dizem que vem lá uma reportagem sobre S. Filip

Uma cruz

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" O frei Filipe leva a cruz da Rosário !" " Não. A cruz da Rosário não a posso levar. Quanto muito, esta cruz pode-me lembrar a cruz da Rosário e rezar por ela ". Foi assim, meio a brincar meio a sério, que na terça-feira comentavam a oferta desta cruz. A Rosário desfazia-se dela. " Esta cruz faz parte do meu exílio. Nunca a cheguei a pendurar ". É uma cruz de areia, simples, adquirida num mosteiro da Galiza. Não teve direito a embrulho, trouxe-a na mão, foi vista, comentada e agora está em cima da secretária. Curiosamente anda nas letras da imprensa e nas vozes da televisão a polémica das cruzes em edifícios públicos. Nós, cristãos, não poderíamos ter outro símbolo que nos dissesse tanto. É daqui que Cristo reina, é na cruz que nós encontramos o conforto e a esperança para os nossos sofrimentos e para os sofrimentos do mundo. Já que não nos podemos crucificar, ao menos podemos agarrar-nos ao Crucificado e à sua cruz. A cruz leva-nos ao amor de Deus. A cru

Ser visto

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Quando, há anos, saiu o filme " O grande silêncio ", sobre os cartuxos, e, mais tarde, uma fotobiografia sobre os mesmos cartuxos mas portugueses, perguntava-me: como é que eles se deixaram filmar? Esta semana tem-nos calhado a nós sermos filmados. Uns não quiseram, outros fizeram-no com gosto e ainda outros, como eu, tiveram que querer. Ser entrevistado, filmado, aparecer sem querer naquele écran que raramente vejo, é uma exposição forçada. Felizmente que uma câmara de vídeo só filma o exterior. Não consegue entrar no nosso profundo, naquilo que nós quereríamos fazer mas que ficou contido nem nas palavras que ficaram por dizer. Representámos. Só filmaram espaços, corpos, hábitos, o exterior. Quanto ao interior, o meu ficou salvaguardado.

Verdade

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No sábado, na casa das Irmãs do Ramalhão, enquanto passava os olhos pelos quadros das informações, encontrei um postal que tinha uns pensamentos atribuídos à " Sabedoria antiga ". O título "VERDADE" não condizia com os tais pensamentos; no entanto, eles são verdadeiros. Já quando me vinha embora, pedi à superiora que me fizesse uma fotocópia do postal. Hoje, ao arrumar algumas coisas, apareceu-me à frente. Transcrevo-o: Calar de si mesmo, é humildade; Calar os defeitos alheios, é caridade; Calar palavras inúteis, é penitência ; Calar nos momentos oportunos, é prudência; Calar na dor, é heroísmo; Calar a verdade, é omissão. (Esta imagem de São Domingos é de Fra Bartolomeo, do século XVI)

Começam os dias longos

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Apesar de os dias ainda estarem a decrescer, digo em relação à luz que vai desaparecendo pelas seis da tarde, o trabalho e as preocupações começam a tornar os meus dias longos. Começo a não ter tempo para as minhas saudosas caminhadas, para ler, e para estar mais tempo no convento. Esta semana promete muito trabalho. O dia de hoje, cheio de preocupações por causa de umas filmagens que vão acontecer em breve, e porque sou meticuloso nestas coisas, passo as horas a fazer esboços, preparar músicas e fazer telefonemas. Menos mal que tive a chuva por companheira; janela aberta a ouvi-la cair. Até os finais de tarde, que os gosto de ter como momento de paragem, foram hoje de reuniões e de ajuda fraterna. Grande barco este onde navego. Amanhã outro dia cheio e, como se não bastasse, de correria: começa com uma Missa às 8.30 e terminará pelas 11h com preparação de uns noivos para casar. Espero ter tempo para ler nos entretantos. E venho agora do ensaio para a missa de Domingo. Vai ser especia

Um baptizado no hospital

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Esta manhã fui baptizar o Francisco, de quem já falei algumas vezes. Teve que ser no hospital - ainda está na incubadora - e, por isso, baptizado com carácter de urgência, ou seja, só com o essencial do baptismo: orações, profissão de fé e baptismo. Estava bem disposto, ao colo da mãe, com o pai, as quatro irmãs, os padrinhos e a enfermeira. Está bem disposto, abriu os olhos quando passei os dedos molhados em água benta na cabeça dele (sim, não pensem que em casos destes a água pode ser abundante), e fica mais este retalho na memória da minha vida. Foi um dos grandes acontecimentos deste dia. Outros há, como as melhoras de uma menina que foi operada à cabeça por causa de um tumor, duas amigas minhas fazem anos, e vi hoje na missa o meu afilhado, o Tomás, também ele baptizado de urgência no hospital há dois anos. Hoje na Missa rezámos uma Oração Eucarística que tinha o título "Sinais de Deus". Deus fala-nos por sinais, uns claros outros mais difíceis de decifrar... Mas é deste

Sentir-se em casa

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Dia de retiro no Ramalhão. No Ramalhão sinto-me em casa: o estar com as irmãs, a fraternidade, a alegria, a partilha das preocupações, das angústias, da fé... Ao mesmo tempo que parecemos terra cansada, incapaz de receber sementes novas, de fazer o esforço sério de mudar. Em vez de adaptarmos a nossa vida à Vida Religiosa, é mais cómodo adaptar a Vida Religiosa à nossa medíocre vida.

Funeral de uma mãe

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(William Blake, Cristo Redentor do Homem, 1808) Fui hoje, ao meio-dia, à Missa de corpo presente da mãe de um confrade meu que vive em Bruxelas. Apesar da morte nos apanhar de surpresa, esta mãe tinha a idade de 99 anos. Viria mais dia menos dia. Nove filhos, quatro deles já morreram e, se um filho chora a morte dos pais, seja porque motivo for, o que não chorará uma mãe por um filho. E aqui o chorar não tem que ser a definição convencionada, como o acto de verter lágrimas. Não. Há lágrimas secas e lágrimas invisíveis, tão válidas como as que nos saem dos olhos. O choro tem associado uma dimensão afectiva. As lágrimas são emoção e afecção. Foi uma celebração bonita. Os filhos leram poemas, o filho padre celebrou a Missa e foi-nos contando o que tinha sido a vida desta mãe. O poema do início da celebração, que não o fixei nem sei o autor, dizia lá para o final que " a um filho a mãe nunca morre ". Como se disse que ela gostava muito dos sonetos de Antero de Quental, fui ver se

Só agora

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E ainda dizem que os padres levam boa vida! São 00.23. Só agora terminei tudo o que tinha marcado para o dia de hoje. Desde a oração da manhã, às 7.30, até ao fechar da porta da igreja, há dez minutos, foi o dia passado de cá para lá: receber técnicos da televisão, ir ao médico com um frade, ir para o hospital (é quarta-feira), jantar rapidamente, preparar as coisas para o concerto, assistir a parte do concerto, fechar a igreja... e ainda vir aqui partilhar um pormenor do meu dia. Fui hoje, pela primeira vez, ao berçário da neonatologia. Estão lá três bebés. Fui visitar o pequeno Francisco que nasceu há quinze dias. Nasceu prematuro, está na incubadora e, quando me decidi ir conhecê-lo, vi uma das imagens mais bonitas dos meus últimos tempos: estava a mãe abraçada ao seu bebé, muito pequenino. Mas mesmo muito pequenino. Os dois em silêncio. Talvez o Francisco a sentir o coração da mãe (explicou-me a mãe que a posição "canguru" é muito benéfica para os bebés por causa disto me

Prendas tardias

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Recebi, ontem, de umas amigas, as 'Dominicas', umas prendas tardias. Tardias por minha culpa, claro está. Dois livros interessantes: o livro do desassossego, de Fernando Pessoa e Contemplação carinhosa da angústia, da Agustina Bessa-Luís. Dois autores que têm andado ausentes dos meus olhos e das minhas estantes. Ausentes mas não esquecidos. De Fernando Pessoa acho que ainda não cheguei à idade de o ler; idade ou maturidade. Há autores assim. Pelo menos para mim. Pode ser este um presságio de que se estão a chegar os tempos de me aproximar deste grande poeta do Século XX. Em relação à Agustina houve, há uns anos, uma aproximação frustrada. Lá está o livro, "A monja de Lisboa" e lá está o marcador na página 72, que foi até onde consegui chegar. Pensei que seria bastante inculto e sempre guardei este segredo de que não conseguia ler os romances desta escritora. Mas este livro que me ofereceram já me aliviou. No Prefácio, Pedro Mexia diz assim: " Os leitores de roman

Vocações e Seminários

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Esta semana é, na Igreja Católica, de oração pelos Seminários. E quando se fala em seminários fala-se em seminários diocesanos, que preparam rapazes para virem a ser padres, ligados a uma diocese e, com muita probabilidade, a uma ou mais paróquias. No país há 30 seminários diocesanos. Eu vivi num deles há uns anos atrás. Sim, porque antes de ser o que sou já fui seminarista diocesano de Lisboa. De 1995 a 1998. Foram tempos interessantes. Lembro-me da minha mãe ter que marcar toda a minha roupa com o número que me tinham atribuído; lembro-me dos quartos em que habitei, dos espaços do Seminário de Almada, por sinal, antigo convento dominicano; lembro-me dos trabalhos comunitários, das recolecções, dos retiros anuais... mas não com saudade. Já lá vão 15 anos desde que entrei e dou graças a Deus por ser um frade dominicano. A minha história não é como a do Vergílio Ferreira na sua manhã submersa. É bem mais leve. Pergunta legítima: porque é que foste para o seminário? Porque é a realidade

Dia de Santos

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Hoje, nós, Dominicanos, celebrámos a festa de todos os santos da Ordem dos Pregadores. Oito dias depois da celebração de todos os Santos, hoje é uma festa particular: todos aqueles e aquelas, canonizados ou beatificados, que a Ordem Dominicana "deu" à Igreja. E são muitos! A começar pelo nosso fundador, São Domingos e a acabar em São Francisco Coll, o último a ser canonizado (no mês passado). Para além desta festa há mais algumas. É também o dia mundial da Família Dominicana. E fazem parte desta grande família as monjas, os frades, as irmãs de vida activa e ainda os leigos. Em Portugal a festa foi em Fátima. Eu não pude ir. Mas fiz uma coisa que já há muito havia de ter feito e que andava a adiar: ligar a três mosteiros, dois de Espanha e um de Portugal, a desejar as boas festas e matar saudades. O primeiro foi o mosteiro da Encarnação em Baiona. Está lá, há duas semanas, uma monja que vivia no Mosteiro de Lamego. Liguei-lhe, falei com ela, está feliz, sente-se bem, é o que i

Lisboa é para ali

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Feirão, 1964. Estava o Outono a meio. Ele tinha trabalhado todo o Verão como jornaleiro: nas cegadas, nas malhas, na arranca da batata, na esterroa... De sol a sol, assim se define esta profissão. Vieram os primeiros frios e as primeiras chuvas. Nas terras pouco se faz, quem tem gado leva-o para o monte, em nõ chovendo ou nevando. Ele, como só tinha umas ovelhitas e um burro, e já três filhas, pequenitas mas espertas, não tinha muito por onde ir. Nem sequer o reco para matar pelo São Martinho que aí vinha. Vida dura, ingrata e desgraçada a de um homem que não tem uma lameira nem uns enxertados e nem sequer uns quintais no fundo do povo para poder trabalhá-los. Era tudo à míngua. Mas tinha dicidido que assim não ia continuar. Iria para Lisboa. Ainda não tinha dito à mulher nem sabia sequer o que ia fazer, mas o tio António tinha ido e estava bem, o tio Albino também e ele queria também tentar a sua sorte. À noite, na cama, disse à mulher que ia para Lisboa. A mulher, mais medrosa, riu-s

O bom tempo

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Está a chover e já faz frio. Apetece estar em casa. Lá fora já vemos os impermeáveis, já alguns cachecóis, chapéus de chuva, calçado mais impermeável. Nas televisões e nos jornais ouve-se: o mau tempo continua... Mau tempo? Chuva e frio em Novembro é mau tempo? Este é bom tempo porque é o que corresponde a esta época... Mau tempo agora seria sol e calor... São Francisco de Assis louvava o irmão vento, o irmão frio e a irmã chuva. É de louvar este tempo de Novembro. Ouço música de Taizé enquanto faço as mudanças sazonais: a roupa do Verão para um armário e a de Inverno coloca-se a uso. Ritmos... Entretanto é dia de São Nuno de Santa Maria, o antigo Beato Nuno ou o Santo Condestável. Confesso que não é santo da minha devoção... talvez porque não seja nacionalista. A minha mãe diz que não lhe reza... que quem matou não pode ser santo. Poderá parecer radical e até intolerante... afinal todos temos uma história, todos pecamos, todos podemos ser perdoados... Mas não deixa de ser incómodo...

Sol e Sombra

No dia 12 de Agosto de 1965 escrevia Miguel Torga este poema no seu Diário: " Na sina que me foi lida / Este dia é sempre assim: / Sol na paisagem da vida, / E sombra dentro de mim ." Com Deus partilho, hoje, as palavras mais secretas e mais silenciosas; convosco partilho estas letras. E fica esta música, como lembrança deste dia, que não é nem dia doze nem mês de Agosto nem ano de mil novecentos e sessenta e cinco.

Um simples santo

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A Igreja lembra hoje, os dominicanos celebram-no com festa, um simples santo: São Martinho de Porres. Digo simples santo porque quem conhece a história da Ordem dos Pregadores lembra-se de grandes vultos como São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Sena, São Pio V, intelectuais, homens de pena na mão a discorrer sobre os mistérios de Deus. Ora, na Ordem dominicana, há santidade mesmo fora dos livros. Se os há com pena na mão também os há com a vassoura. Há santos intelectuais e há santos iletrados. Há uns que se tornaram santos pelo que escreveram e outros pelo que fizeram. Quem é este São Martinho, entre os os espanhóis conhecido por Fray Escoba ? Nasceu em Lima no ano de 1579. Filho de um espanhol e de uma mulata, aprendeu o ofício de ajudante de barbeiro-cirurgião e exercia este ofício quando pediu para entrar na Ordem de São Domingos. Foi admitido não para ser Padre mas Irmão Cooperador. O que se diz dele? " Dotado de admirável simplicidade, inocência e fé,

O dia dos defuntos

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Para muitos, certamente por causa do feriado, foi ontem o dia do cumprimento dos rituais do dia dos Santos: Ir à missa, ir ao cemitérios colocar umas flores nas campas dos familiares e amigos, deixar uma vela acesa e, talvez ainda, chorar um pouco a ausência dos que estão já noutra vida. Mas hoje é que é o dia dos fiéis defuntos; ou seja, de todos aqueles que estão junto de Deus. Porque é para aqui que esta festa nos leva. Sabemos que a morte faz parte da vida, sabemos que a verdadeira vida será junto de Deus porque será eterna. Quando era miúdo ia com a minha avó a Feirão, sempre que podia, para cumprirmos estes rituais. Lembro-me bem do que era aquela noite de finados: frio, nevoeiro, chuva, terço na igreja pelos defuntos, depois jantar à lareira em casa de uns vizinhos, enquanto se conversava sobre a vida dos que tinham morrido e dos que estávamos vivos e eu ia ao cemitério ver as velas acesas em cima das campas. No dia seguinte missa muito cedo com ida em procissão ao cemitério. De