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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

Poemas do Índico

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Num dos domingos passados ofereceram-me um livro de poemas. O autor é moçambicano, Jall Sinth Hussein, filho de indianos. O título é o mesmo do deste post " Poemas do Índico ". Gosto de poesia e gosto de ler poesia com calma, como foi o final do dia de ontem, entre o fim de uma pequena conversa e o jantar. Sentado, sem música, só mesmo a leitura, fui lendo os pequenos poemas - grande parte são tercetos - de Jall Sinth Hussein. E como defendo que não se devem criticar os artistas, mas que se deve respeitar o seu trabalho quer gostemos quer não (e aqui não se trata tanto de gosto mas de compreensão), aqui deixo um terceto que me poderia servir de epitáfio: " Quando aqui morrer / não deitem rosas nem lágrimas / eu vou no incenso ." (fotografia de Bruno Ázera)

Quando se mete o pé na poça

Tinha jurado a mim próprio não voltar a criticar o Presidente da República (PR). Se este blogue não tem o objetivo de se meter em politica, quanto mais em politiquices. Mas vou resistir. Não vou falar do PR nem das suas polémicas declarações de sexta-feira, tendo também em mente as de Manuela Ferreira Leite sobre os tratamentos de hemodiálise e outras do género do presente e do passado, para falar do arrependimento e da devida reparação do mal que se disse ou fez. Todos nós já metemos o pé na poça. Uns mais que outros, uns mais por palavras, outros por ações e outros ainda por omissões, como dizemos na confissão. Não sei se é normal ou natural mas que acontece acontece, e eu que o diga. Às vezes somos as primeiras vítimas das nossas más palavras e das nossas más ações e temos noção disso. E arrependemo-nos. É bom. Muitas pessoas têm essa capacidade de reflexão e, momentos após o que disse ou fez, mesmo sem lhes ninguém dizer nada, as pessoas reconhecem que fizeram mal. O arrependiment

Oração para a undécima hora da vida do Pregador

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Aqui deixo, nesta noite, uma oração de Santo Aberto Magno, inspirada na parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20, 1-16), para ser rezada pelo frade pregador na undécima hora (a última hora) da sua vida: “ Senhor Jesus Cristo, Pai eterno, que me chamaste na primeira hora da manhã para a tua vinha e que me conduziste desde a minha juventude para trabalhar na vida religiosa, para obter o denário da vida eterna; quando vier a tarde do julgamento onde tu darás aos trabalhadores o seu salário, que me darás tu a mim que estive todo o dia da minha vida ocioso, não só na praça pública da vida secular, mas também na vinha da vida religiosa? Ó, Senhor, tu que não pesas as nossas ações na balança pública mas na balança do santuário, faz com que eu me arrependa ao menos na undécima hora e, que eu não seja invejoso porque tu és bom. Ámen. ”

Vida de São Vicente

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Nasceu em Huesca (Espanha) no fim do século III, de família nobre, que o confiou á direcção do bispo de Saragoça. Aproveitando no estudo e na piedade, o bispo ordenou-o de Diácono e encarregou-o da pregação na sua diocese. O diácono Vicente não somente ensinava e fortalecia os fiéis, mas também convertia a fé de Jesus Cristo grande número de pagãos. Por esse motivo foi preso e conduzido ao governador de Tarragona, que tentou, por modos brandos e com promessas de grande ventura, levá-lo a abandonar a religião cristã. Baldados esforços. Vicente respondeu-lhe que nem as promessas nem as ameaças de morte cruel o moveriam a faltar aos seus deveres de cristão, pois que não havia maior honra do que morrer por Jesus Cristo. Ordenou, então, o governador que atormentassem Vicente com toda a severidade. Estenderam-no sobre o cavalete, ligaram-no, desconjuntaram-lhe os ossos e rasgaram-lhe as carnes com unhas de ferro. E, como Vicente se mostrasse alegre no meio de tais tormentos, fizeram-no

Crianças paranormais

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Pelo do Natal deixo de comprar livros e cd's que me interessam, não vá alguém oferecer aquele livro ou aquele cd que "acabei de comprar". Raramente acontece,  porque não costumo manifestar-me no sentido de dizer o que quero no Natal. Lá em casa o critério das prendas era o que se precisava e não o que se queria. Por isso, muitas vezes não coincidiam, mas eram sempre boas prendas e boas surpresas. Um dos livros que não comprei é um que está na moda com mais de 100.000 livros vendidos, sobre uma criança que parece ter estado no céu durante três minutos. Também ninguém mo ofereceu, mas emprestaram-mo nestes dias para ler. O livro em questão " o céu existe mesmo " é uma história bonita de um miúdo que, enquanto estava a ser operado, esteve no colo de Jesus, conheceu pessoas no céu e, graças às orações do pai, que é pastor de uma igreja metodista, e da sua comunidade, Jesus não ficou lá com ele mas devolveu-o. Não vou contar a história toda nem resumir o livro, m

Como superar as crises? Os exemplos vêm de cima

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Esta tarde tive uma revelação. Não foi mística nem nada do género. Relato o acontecimento que está na base destas linhas: Na minha ida ao hospital, fui dar a comunhão a uma senhora que está a recuperar de uma operação. Está melhor, numa fase de estabilização antes de ter alta. Depois da comunhão, perguntou-me se tinha dois minutinhos para me mostrar um artigo de uma revista católica. Disse-lhe que sim, embora tivesse que ir fazer uma boa ação comunitária, e lá me sentei para ver o que a senhora me queria mostrar. Abriu a revista na página 21 e lá estava o artigo que falava de como a história (política, económica e financeira) se repete, mas como nem sempre as atitudes são as mesmas. No final do artigo vinha um exemplo digno de registar, datado de 29 de Janeiro de 1892. Nas notas do meu telemóvel escrevi esta data, mais o nome do seu emissor, despedi-me da senhora e vim fazer a minha tal boa ação. Estamos, portanto, em Portugal, no final do século XIX. História para mim é muito com

O que me espera em 2012... e ainda a procissão vai no adro!

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Os horóscopos valem o que valem, a mim dão-me para rir, sobretudo os da Maya. Claro que ela não tem culpa, ela só interpreta, mas são os que mais leio, porque vêm na revista do Público de domingo. Esta semana lá vêm as previsões para 2012 e, depois do almoço, para descontrair rimo-nos das influências das cartas nas nossas vidas. O meu signo é claro: ano em alta, escreve ela, tudo de bom para melhor, sempre a subir (como os ivas e os preços), até os inimigos se curvarão diante de mim reconhecendo as minhas capacidades (aqui falha porque, em consciência, não tenho inimigos; podem os outros terem-me como inimigo, é provável, mas da minha parte não. Quanto muito, pessoas de quem me afasto mais por não me fazerem bem). E dá-me dois conselhos: que não seja exuberante nas minhas vitórias e não gastar dinheiro que não tenho. Vou estar atento ao primeiro uma vez que o segundo está resolvido é é conselho para dois terços de Portugal e pena é que só apareça agora e não há uns anos atrás: não g

As rotinas

Ano começado, esta primeira semana é de celebrações natalícias nos colégios que só agora fazem as celebrações de Natal. Ao mesmo tempo retomo as rotinas que, semanalmente, estão marcadas na agenda. Regresso hoje ao hospital, após alguns dias de menos permanência. Se, por um lado, o doente que andava na cadeira de rodas já anda hoje em muletas, outros pioraram e, com poucas esperanças, esperam a sua hora. E encolhemos os ombros e dizemos: é a vida. Que mais poderemos dizer da vida senão que ela é assim mesmo e não é mais madrasta por assim ser ou ser de maneira diferente? Uns nascem, outros morrem; uns adoecem e outros recuperam a saúde... e acabamos por concluir sempre da mesma maneira: é a vida.

Discursos de Ano Novo

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Não gosto de falar de política nem usar estes meios para dizer bem ou mal. Mas não me consigo conter depois de ouvir os dois parágrafos do discurso do Presidente da República deste ano de 2012. No site da Presidência da República está o "sermão" do nosso Presidente, para ler ou ouvir. Ainda assim prefiro ler porque não consegui ouvir para além do segundo parágrafo. Quem vir a parte escrita repare em quantos parágrafos ele diz alguma coisa positiva. Eu vi e contei os parágrafos: 40. Destes 40 só o primeiro e os dois últimos se aproveitam de esperança e de bom ar. Os outros 37 são para falar do óbvio - a crise - e a tentar mentalizar-nos para o que nós já sabemos de cor e salteado mas que não temos a culpa, embora nos queiram fazer ver que sim. Com um pouco de lucidez se conclui que foram as más políticas e os maus governantes (e não tenhamos memória curta) que puseram o povo no buraco e não o povo que pôs os políticos e os maus governantes no dito. E vir-nos falar, no prime