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A mostrar mensagens de maio, 2013

Oração por aqueles que nos visitam

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Senhor Jesus, que na tua vida sobre a terra foste ao encontro de quantos esperavam uma palavra de salvação, te sentaste à mesa com os pecadores e publicanos e te hospedaste em casa de amigos, ajuda-nos a receber bem aqueles que nos visitam. Dá-nos o dom do acolhimento para os podermos escutar o dom da alegria para podermos festejar o dom da fraternidade para podermos partilhar e o dom da paz para nos sentirmos irmãos. Virgem Santíssima, que visitaste a tua prima Isabel e lhe levaste no teu seio o Salvador, concede-nos a graça de ver nas nossas visitas o rosto de Cristo, vosso filho, hóspede e peregrino no meio de nós. Amen. (imagem: Abraão servindo a refeição aos três anjos peregrinos)

O mar e o espelho

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Tenho como espelho o mar onde me vejo e revejo por fora se navego e por dentro se mergulhar. Vejo-me nas suas marés altas e vagas encapeladas mas também nas baixas onde a praia se estende e vem o remanso que me traz o descanso. Tenho como espelho mar entrei por ele adentro e não sei onde vou parar. (imagem: ŒLEWIÑSKI, W³adis³aw, mar agitado em Belle-Ile, 1904)

O baptismo da Clara

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Hoje foi baptizada a Clara. Além de ter sido eu a baptizar, os pais tiveram a amabilidade de me convidar para ser o padrinho. Pais que admiro, não pelo convite mas pelo caminho de aproximação e integração na Igreja. E mais não os gabo para não os estragar. Confesso que gosto mais dos baptismos do que dos casamentos. Ao olhar para quem baptizo vem-me sempre à mente a história da semente: uma semente que plantamos no dia do baptismo e que, a partir de hoje, os pais, padrinhos e familiares terão de regar, cuidar, fazer crescer, com a graça de Deus, para que ela um dia, se sinta amada e querida por Deus. Neste final de dia faço esta oração a Deus: Abençoa e protege, Senhor, a Clara e a sua família. Protege-a do mal e do desamor, protege-a dos perigos e do que não faz crescer. Abençoa-a com a tua presença, acompanha-a com as tuas mãos ternas e abraça-a com a força do teu amor. Que ela, como Jesus, cresça em sabedoria, estatura e graça diante dos teus olhos e dos nossos, e que a seme

Viver em unidade e harmonia

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É difícil perceber o mistério de Deus. A Santo Agostinho disse-lhe um anjo que brincava na praia, que era mais fácil ele colocar toda a água do mar num buraco de areia do que Santo Agostinho perceber o mistério de Deus. Deus é acessível. Podemos não compreender os mistérios da Trindade - um só Deus em três pessoas - mas podemos perceber que Deus não é inacessível. Jesus veio mostrar-nos isso. Mais do que dizer que Deus está próximo de nós, fez-se um de nós (Emanuel, Deus connosco). E não nos abandonou à nossa sorte. Prometeu estar connosco todos os dias até ao fim dos tempos: Ele está no meio de nós. Celebrar o nosso Deus é fazer a experiência de o sentir na nossa vida, no dia-a-dia. Um Deus que se revela nas coisas simples e nós, às vezes, distraídos, nem nos damos conta. Olhar para o mistério da Santíssima Trindade é perceber e desejar que a unidade e a harmonia de Deus são o princípio da nossa felicidade e salvação. Bom domingo!

Trasladação do corpo de São Domingos

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Hoje, nós, dominicanos, celebramos uma das duas festas que o nosso calendário dedica a São Domingos: a festa da trasladação do seu corpo. Foi em 1233, em Bolonha, durante um Capítulo Geral. O então Mestre da Ordem, Beato Jordão de Saxónia, sucessor de São Domingos no governo da Ordem, no seu Opúsculo sobre as origens da Ordem dos Pregadores, conta de uma maneira muito real e, ao mesmo tempo, sentimental, como tudo aconteceu. Como do medo rapidamente passaram à alegria. Também por estes dias entreguei numa tipografia um livro que está a ser impresso e a que dei o nome de Santos e Celebrações da Ordem dos Pregadores. É um livro em que se apresenta o Calendário litúrgico dos Dominicanos para a Província de Portugal e, para cada Santo ou celebração, um pequeno apontamento histórico-biográfico com algumas orações. Deixo aqui, como antecipação, o que se refere ao dia de hoje:   São Domingos quis ser sepultado aos pés dos seus irmãos, na Igreja de São Nicolau das Vinhas em Bolonha, on

Um Espírito renovador

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Celebrámos há cinquenta dias a Páscoa. Neste último domingo do Tempo Pascal celebramos o Pentecostes. A comemoração das festas da Igreja não são lembranças do passado. Se as celebramos é porque elas nos dizem hoje alguma coisa. O Pentecostes deve levar-nos sempre a perceber a presença do Espírito de Deus no nosso mundo. Deus está presente. O seu Espírito cria e recria, inova e renova, transforma todas as coisas. Mas não esqueçamos que ele age em nós e através de nós. Por isso, rezamos hoje ao Espírito Santo para que ele renove todas as coisas - e que nós nos deixemos renovar também - para sentirmos Deus no nosso mundo, Deus que nos inspira para os gestos concretos do perdão e da paz. Um mundo perdoado e em paz é um mundo cheio do Espírito de Deus. Bom domingo!

Mútuo obrigado

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  Ontem, enquanto ia para Fátima, escrevia no Twitter: " Um apelo constante que tenho vindo a sentir: se não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino de Deus ". Depois de um dia extenuante, recebo esta prenda, de umas crianças que tinha visitado na véspera (5ª feira). Uma cruz feita de mãos (lembrou-me o Cireneu... quem dá a mão a quem?) com uma dedicatória. Eu é que lhes digo obrigado.

O amor ao longo da vida

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Último tema do CPM: O amor ao longo da vida. O casamento na Igreja não é um "contrato" por um determinado tempo podendo ou não ser renovado. Nas promessas que os noivos fazem, dizem querer amar e respeitar o outro todos os dias da sua vida (na versão anterior a esta dizia-se "até que a morte nos separe"). Uma relação é feita de novidade mas também de muitas rotinas. E as rotinas, por princípio, não são más. As rotinas serão sempre boas se nunca deixarem de ter sentido e, no casal, se não deixarem de ser gestos de amor. Há duas dimensões da vida do casal que devem ser fortes ao longo dos dias e dos anos: a presença e o olhar. A presença porque me faz ver que o outro me é importante. Diferente de todos os amigos e de todos os colegas de trabalho, a pessoa com quem casei é a pessoa com quem quero e tenho de estar. A ele/ela, consagrei a minha dedicação. O olhar que significa estar atento. Assim como nós estamos atentos aos sintomas do nosso corpo, da mesma maneir

Desenhos

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A Margarida Macedo ofereceu-me este desenho que pintou durante a Missa. Muito fiel a tudo, até nos pormenores. Aqui fica como agradecimento e para a posteridade.

Uma nova presença de Cristo

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Começamos a celebrar o domingo da Ascensão. A vida e a missão de Jesus, assim como para a nossa, não foi uma vida condenada ao fracasso. A ressurreição é o primeiro sinal da glória que nos está preparada depois desta vida. A ascensão de Jesus é a glorificação plena de todo o universo. Jesus, antes de subir ao céu, reúne os discípulos, promete-lhes o Espírito Santo, abençoa-os e envia-os em missão. Faz o mesmo connosco, quando nos reunimos no seu amor: abençoa-nos, envia-nos o seu espírito e faz de cada um de nós missionários do seu Evangelho. A alegria que sentimos no nosso coração é a nova e discreta presença de Cristo nas nossas vidas. Porque é que desanimamos tanto no anúncio do Evangelho? Bom domingo!

Hilariante

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Nesta meia hora que tenho livre, antes do almoço, não resisto a vir aqui falar de uma história real que já vai em novela, hilariante, para não dizer surreal, que há seis dias tem vindo a acontecer numas aldeias do norte do nosso pequeno país. A história tem vindo a ser acompanhada pelo jornal Público, que ontem, na versão tablet, mereceu a primeira página. Trata-se de dois bois que andam soltos por umas aldeias de Viana do Castelo. Os animais têm dois anos e pesam, cada um, cerca de 500 quilos. O dono do gado, ajustou com o açougueiro, entrega-los à morte, para nos servir de alimento. Aqui o plural não é directo. Só que um dos bois é muito bravo. Quando já ia para entrar na carrinha que o ia levar para o seu último destino, enfureceu-se, rompeu as cordas e deu em fugir. O outro, que ia atrás, também votado à mesma sorte, ganhou coragem e fugiu também: Ah, pernas, para que vos quero! O dono dos animais ficou aflito, como é honesto, não tanto pelo dinheiro que poderá vir a perder com

Nova situação - Novas exigências

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O quinto e penúltimo tema do CPM é dedicado às alterações que o casamento traz: uma nova situação que traz novas exigências. Uma primeira coisa a reter, e que esteve presente em todos os temas, é que estamos a falar de amor. Que, no casamento, significa entrega. Amor é por natureza doação. No casamento o compromisso que os noivos fazem é porque confiam a sua vida no outro; como se um dissesse ao outro: entrego-te a minha vida. E, por isso, o mais importante é que o amor se partilhe numa entrega total ao outro. É a partir daqui que vem a partilha das coisas, que é igualmente importante, mas que acaba por ser um pormenor. Quem vê o amor como esta entrega, esta doação percebe que não deve nunca desistir de amar nem nunca se deve arrepender de ter amado. Só um egoísta pode vir a cobrar o tempo que amou. É também óbvio que todos temos de aprender a amar. Porque a nossa natureza é a de sermos egoístas. Ora, se o casamento é doação, então tenho de sair da minha concha, do meu eu, da min

Apesar do cansaço... feliz

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Semana de muito trabalho, muitas movimentações e de estar com muitas pessoas. Por isso não tenho passado por aqui. A matéria é mais que muita, daria para escrever várias coisas ao dia ou num dia várias coisas. Mas a escassez de tempo não me permite. Por isso, enquanto espero uma boleia que me levará a Santarém, para celebrar com um grupo de peregrinos a pé para Fátima, aqui deixo algumas fotografias de uma celebração de ontem, que fiz com crianças e idosos, para assinalar a quinta-feira da Ascensão.      ( Esta última fotografia não tem nada a ver com a celebração de ontem, mas sim com uma outra celebração que fiz numa nova e bonita igreja de Lisboa. Quanto tirei a fotografia pensei logo no título do post que ia escrever: Como se consegue rapidamente estragar uma igreja nova e bonita. Esta fotografia é um pormenor do ambão [estante de onde se lêem as leituras e se faz a homilia]. Além do recheio da igreja, que é horrível e de extremo mau gosto, este ambão está cravejado

Dia da Mãe

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" As mães compreendem até o que os filhos não dizem " (pensamento judaico)

De que paz estamos a falar?

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Neste domingo, o Evangelho leva-nos, novamente, a quinta-feira Santa. Já não ao Cenáculo mas ao Jardim das Oliveiras, onde Jesus se vai despedindo dos discípulos. Esta passagem diz-nos três coisas importantes. A primeira é que a vida cristã é guardar as palavras de Jesus; assim, seremos morada de Deus. A segunda é que, como cristãos, devemos deixar que o Espírito Santo inspire as nossas palavras e as nossas obras, porque a sua força é a presença do próprio Jesus. A terceira é a promessa de paz. Jesus promete-nos uma paz diferente da do mundo. Que paz será esta? Certamente a paz do coração. A nossa vida, tantas vezes vivida entre conflitos e incertezas, precisa desta paz de Cristo para que sentindo a sua presença em nós possamos irradiar no mundo " uma paz sem vencedores nem vencidos " (Sophia Mello Breyner). Bom domingo!

A fecundidade do casal

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Quarto tema do CPM: A fecundidade do casal. Assim como colocamos a questão: o que é que torna fecunda uma relação?, podemos dar-lhe a volta e perguntar igualmente: o que é que torna estéril uma relação. No tema anterior falou-se de diálogo e gestos de amor. Agora aparece este tema que, à primeira vista, pode levar a pensar que é falar sobre os filhos. Mas, a fecundidade do casal vai para além dos filhos. Em cada casamento na Igreja, momento a partir do qual um contrato se torna numa aliança, ouve-se a mesma voz de Deus, a do início da criação do homem e da mulher: "Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra". A partir do compromisso de viver uma relação em Deus, aí começa a fecundidade do casal. Como uma semente lançada à terra e da qual se espera que venha a dar flor e depois fruto. Mas, de facto, os filhos, são um sinal da fecundidade do casal. Não exclusivo porque, como já se disse, a fecundidade do casal não se esgota nos filhos. Por isso, os filhos não vêm

O trabalho humano: escravidão ou vocação?

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Hoje é dia feriado em muitos países do nosso mundo. A Igreja, como noutros dias do ano, aproveita estas celebrações civis para se associar com uma festa religiosa. Hoje, na Igreja, celebramos a memória de São José, operário. Muitas pessoas, que conhecem menos bem a Bíblia, dizem que o trabalho foi um castigo de Deus por o homem ter desobedecido às suas ordens. Esquecem-se, no entanto, que Deus, quando decide criar o homem, à sua imagem e semelhança, fá-lo para que ele domine a terra, ou seja, continue a obra criadora de Deus. O trabalho, na Bíblia, aparece como uma dignidade concedida ao ser humano de poder submeter a si toda a criação. Outra coisa é o "castigo" que Deus dá ao homem por ter desobedecido às suas ordens. Também aí é claro que o que Deus diz é que, a transgressão leva a que o homem tenha que de suar para conseguir dominar a terra e dela tirar os frutos para se alimentar. Porquê? Porque a natureza deixou de lhe obedecer ( Porque pecaste... a terra produzirá es