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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

Semana do Consagrado

O programa Ecclesia convidou-me para dar o meu testemunho, na semana da vida consagrada. Aqui deixo o vídeo de entrevista.

Oração de São Tomás de Aquino

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No fim deste dia de São Tomás de Aquino, deixo aqui uma oração a ele atribuída "para ordenar a vida sabiamente". Rezo-a hoje, num trabalho de grande monta que tenho em mãos, e que terei de concluir proximamente. É agora a minha prioridade. Não estranhem se as ausências prolongadas... estou a tentar ordenar a minha vida sabiamente. Que Deus me ajude, o Espírito Santo me inspire e Nossa Senhora me proteja. Concedei-me, ó Deus misericordioso, desejar ardentemente o que vos agrada, procurá-lo sabiamente verdadeiramente conhecê-lo e cumpri-lo com perfeição para louvor e glória do vosso nome. Ordenai, Deus meu, a minha vida: que eu saiba fazer aquilo que quereis que eu faça e que o faça como é necessário e conveniente para a minha alma. Concedei-me, Senhor, meu Deus, não desanimar na prosperidade nem na adversidade Para num caso não me exaltar e no outro não ficar abatido. Que em nada me alegre a não ser no que a Vós me conduz nem em nada me aflija a não ser no

Os servos inúteis

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Fui esta tarde na Paróquia de São Domingos de Benfica, para entregar ao Sr. Patriarca um "material" que lhe tinha prometido e ele pedido, e aproveitei para ficar na conferência, que acabou por se tornar numa catequese, sobre a caridade. Mas foi mais que isso. Não vou aqui reproduzir a catequese nem o encontro. Só dizer que, à medida que ele ia falando,  muitas coisas me faziam sentido e eu identificava-me com elas. Falou muito da Cruz. Retive algumas ideias: que a novidade de Jesus Cristo é ficarmos a saber que não estamos sós, que se vence a morte dando a vida, que a melhor prova de vida do cristianismo é viver hoje Cristo e, já para o final, contou uma história com ele acontecida sobre um versículo do Novo Testamento sobre o qual ele tinha feito uma reflexão e que, no fim da celebração, uma senhoras foram ter com ele à Sacristia censurar ele ter dito e reforçado a passagem do Evangelho "somos servos inúteis". Este é para mim o ponto: discrição no apostolado,

Destinatários e testemunhas do Reino

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Neste terceiro domingo do Tempo Comum entramos em cheio na vida de Jesus. Não começa com milagres nem com grandes sermões: Jesus convida os seus ouvintes à conversão e chama homens simples, pescadores, para que o sigam numa outra pesca, de homens e mulheres, para o Reino de Deus. Deus chama, à conversão e ao seguimento. Só deixando as redes, que significam a vida passada, levantarmo-nos e seguirmos uma nova vida, com Jesus, podemos com ele fazer um caminho novo, para Deus. Deixar a vida passada é sinal de conversão. Estaremos nós dispostos a levarmo-nos e seguir Jesus? Bom domingo!

Ver e testemunhar

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Com a celebração deste domingo começamos um novo tempo na Igreja: o Tempo Comum. Este tempo, que marca a celebração semanal da fé dos cristãos, ajuda-nos a entrar no quotidiano de Jesus e na vida da Igreja. Neste segundo domingo do Tempo Comum iremos escutar o testemunho de João Baptista sobre Jesus: "eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus". ver e dar testemunho. É este o caminho cristão: pela fé, que vive e celebra, o cristão vê Jesus Cristo, vê a beleza de pertencer aos que são de Cristo; ao mesmo tempo dá testemunho dele por palavras e por obras. Como diz o Papa Francisco na recente Exortação Apostólica: "Jesus quer evangelizadores que anunciem a Boa-Nova não só com palavras, mas sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus". Caminhar com Cristo, em cada domingo, leva-nos a vê-lo melhor, percebê-lo melhor e testemunha-lo mais e melhor. Quereremos caminhar com Ele? Bom domingo!

Pequenos tesouros

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A Ordem dominicana é de uma riqueza e espiritualidade muito grande. Muito grande e muito subestimada. Ao ler um livro, a vida de um santo, damo-nos conta de tesouros escondidos, alguns descobrimos, outros vêm-nos parar às mãos. Comecei há uns meses a traduzir uns clássicos da espiritualidade dominicana. Ontem acabei de fazer as últimas correcções a uma tradução de umas cartas do Beato Jordão de Saxónia a uma monja, a Beata Diana. Já aqui falei do assunto, não me vou repetir. No ano passado trouxe de Roma as obras completas do não menos grande Mestre da Ordem Humberto de Romans. Dois tomos, em latim, mil páginas de letra miudinha sobre o que este Mestre da Ordem tinha escrito à Ordem. Logo no avião, de regresso a Lisboa, comecei a ler por alto - o meu latim não chega para conseguir traduzir de imediato - quais os assuntos que tratava. O primeiro escrito foi uma " Carta os religiosos sobre os três votos e outras virtudes indispensáveis a quem quer servir a Deus ". Achei i

Quando se mete o pé na poça... 2

Há um tempo escrevi um post sobre o Presidente da Republica, ao qual pus o mesmo título que este. A este título coloco um dois para diferenciar do primeiro e porque o tema de hoje difere do outro. Há uns dias o P. Gonçalo Portocarrero escreveu no Público um artigo ao qual deu o nome «Os sobrinhos de Deus». Como normalmente não leio o que ele escreve, dei só uma vista de olhos, mesmo muito por cima e, sem grandes delongas pensei para comigo: ridículo (nos últimos dias andei a rever este blogue e pensei o mesmo de algumas coisas que escrevi!). Mas o artigo fez furor. Recebi uns quantos mails que encaminhavam o artigo. A todos respondi mais ou menos assim: "Já conhecia. Estará a falar dele próprio?". Porque, pelo pouco que conheço dele, o artigo assentava-lhe que nem uma luva. Mas, os «sobrinhos de Deus», grande parte "tias", e provavelmente da sua Obra, fizeram-lhe ver que tinha exagerado ou, para usar o título deste post, meteu o pé na poça. E hoje lá vem ele, d

Um baptismo: que baptismo?

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Neste domingo a Igreja celebra a festa do baptismo de Jesus. Na vida de Jesus um acontecimento de passagem do anonimato para a chamada "vida pública". De facto, depois do baptismo, Deus consagra o seu Filho muito amado, numa missão de amor e de esperança. Nós, pelo baptismo em Cristo, também somos consagrados. Com direitos e deveres, cada um deve testemunhar o amor e a esperança que nos vem de Deus. Que fizemos do nosso baptismo? Será que nos sentimos filhos muito amados por Deus? É daqui que parte o ritual: tomar consciência do amor eterno com que Deus nos ama. Bom domingo!

Os traços infinitos

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No meu curso de Animador Social li uma vez um livro para a disciplina de expressão plástica, que começava com esta frase: “tudo começa por um traço que se estende ao infinito”. Ao longo da minha vida de frade esta frase acompanha-me não tanto pelo que quer dizer mas pelos contornos que vai tendo. Tudo começa por um traço como pode começar com um olhar, um sorriso, um olá ou um choro. E tudo isto cabe num traço. Há mais ou menos um ano que faço uma espécie de voluntariado numa casa de acolhimento de crianças. É mais uma pastoral-da-presença-não-remunerada em que não sei quem dá mais e quem recebe mais. A empatia com algumas das crianças fortalece-se mais, quer pelo feitio e pelo desafio, quer pelo impacto da nossa pessoa ou pelo que possamos transmitir mesmo sem querer. Já passaram algumas crianças que entretanto recomeçaram nova vida, em que a empatia se conquistou pela naturalidade: brincar o mesmo jogo, dizer olá, pegar ao colo quando está a chorar. Esta é a que mais me como

Rimas de fim de Natal

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Ontem foi dia de desfazer os presépios. Este ano, no convento, foram quatro! Mas quando tirei o Menino Jesus que estava perto do altar, e o ia guardar na caixa, senti pena dele... ou de mim. Pensei comigo: lá vais tu para a caixa, acabou o Natal. E daqui comecei a cismar em rimas, que dá o verbo rimar. Valem o que valem, na ponte entre o infantil e o senil. Fez-me lembrar a primária, as festas de Natal, onde não faltavam as quadras para dar ambiente. Recitei algumas. Fiz estas que aqui deixo, já no fim da época. Guardo-te Menino nesta caixa onde ficarás escondido, vieste para te mostrar mas não foste bem sucedido. Abrigue-te o coração, lugar quente do amor. Talvez aí te reconheçam como real salvador. Não chores, meu Menino não tenhas medo do escuro. Guardadinho nesta caixa ficarás bem mais seguro. ( fotografia: um dos presépios do Convento )

Que caminho seguir?

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Muitos significados teológicos e humanos tem o Evangelho deste domingo da Epifania do Senhor. A história conhecida dos magos que, guiados por uma estrela procuram o Menino e, quando o encontram, lhe oferecem aquilo que ele é: Rei, Deus e Homem. A nossa vida é muito semelhante à dos Magos: percorremos um caminho, somos guiados por uma estrela que nos leva a Jesus. Às vezes perdemo-nos, entramos nas escuridão maldosa de Herodes... Mas a estrela continua a apontar-nos o caminho: basta olhar para o céu. Como rezava um cristão do século IV, rezemos também nós quando nos encontrarmos nos caminhos escuros da vida: " Senhor Jesus, luz interior, não deixes que as trevas me rodeiem. Senhor Jesus, és luz da minha alma: que eu saiba acolher o teu amor ". Bom domingo!