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A mostrar mensagens de março, 2021

A poesia da Quaresma - 7

Se sois riqueza, como estais despido? Se Omnipotente, como desprezado? Se rei, como de espinhos coroado? Se forte, como estais enfraquecido?  Se luz, como a luz tendes perdida? Se sol divino, como eclipsado? Se Verbo, como é que estais calado? Se vida, como estais amortecido?  Se Deus? estais como homem nessa Cruz? Se homem? como dais a um ladrão, Com tão grande poder, posse dos céus?  Ah, que sois Deus e Homem, bom Jesus! Morrendo por Adão enquanto Adão, E redimindo Adão enquanto Deus (Fr. António das Chagas)  

A poesia da Quaresma - 6

guia-nos, Deus, na viagem através do deserto até ao lugar da tua crucifixão e da tua Páscoa. guia-nos, Deus, da via cinzenta dos nossos dias à via gloriosa da tua cidade. seja este o tempo favorável para a confissão do pecado e do louvor, nós que vivemos na fragilidade do corpo nómada o imaginário do oásis e os lugares de repouso. guia-nos, Deus, para a inquietação que permanentemente te nomeia, Deus em Jesus Cristo e no Espírito consolador.

As saudades

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 Aqui deixo dois desenhos que dois amigos meu me entregaram hoje no início da missa, porque estavam com muitas saudades! Obrigado Margarida, obrigado Alexandre!      

A poesia da Quaresma - 5

Portanto farei uma escada no coração. E pelos degraus subirei da minha casa Até bater com o pensamento no altíssimo. Apagarei os passos e o cérebro como um rasto no deserto Sempre atento como a águia quando fixa o sol Sem pestanejar. Farei portanto a escada no deserto para fixar A luz. Da minha casa subirei sem palavras Em silêncio, portanto, pisando o coração.  (Daniel Faria)  

A poesia da Quaresma - 4

No deserto, uma voz, O sol quente, o SILÊNCIO, a secura, o abismo, a tentação de ser Deus. Mas, mais forte do que eu é essa força que habito e que me habita e que sinto, essa marca, essa pegada que nenhum vento dissipa. E já não há pressa, nem tempo... E a resposta se intui, e é a tarde serena, e uma brisa se escuta... Tudo passa... E o horizonte de areia converte-se na Palavra. (Maria Helena Cabral)

A poesia da Quaresma - 3

Que coração tão duro, seco e frio Se poderá livrar do sentimento, Vendo num vagaroso movimento Fugir as claras águas deste rio?  Tamanho mal em tantos males crio, Que não fica lugar ao pensamento Para chorar sequer um só momento A secura, a dureza, em que me esfrio.  A corrente das águas, branda ou tesa, Mal pode desfazer minha secura, Pode mal abrandar minha dureza;  A saudade d’alma branda, e pura, Em que há-de acender minha frieza, Consiste na divina formosura. (Frei Agostinho da Cruz)