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A mostrar mensagens de 2017

Um novo ano

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Como o tempo não pára e os dias se vão sucedendo no seu ritmo próprio, chega mais um ano ao seu fim. Mas a vida continua. Que 2018 traga a toda a humanidade a paz e a concórdia. E que Jesus vá reinando cada vez mais nos nossos corações. Bom ano!

Os sonhos mortos

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Três dias depois do Natal a liturgia lembra os Inocentes, que são santos por, sem saberem, terem dado a vida por Cristo. Os Santos Inocentes a quem a vida e os sonhos lhes foram tirados. A tirania e crueldade de Herodes, que julgava que um recém-nascido lhe ia tirar o poder... perpetuada em pessoas e situações actuais de ataques contra os mais indefesos deste mundo, as crianças. Os Santos Inocentes, muitos ou poucos - sendo que um já seria muito! - são os que foram e são tirados à força dos braços dos pais por não terem condições de os criar (e o amor não basta!), são os que são violentados, desde a infância roubada, obrigados a guerrear ou a trabalhar, quando a sua felicidade deveria ser estudar e brincar, são os que raramente vêm os pais, que trocam a sua presença por dinheiro ou animais. A espada e a tirania do século XXI estão dissimuladas em atitudes e maneiras de pensar, nada inocentes, que vão matando, lentamente, retirando o sorriso dos lábios e o brilho dos olhos de que

Natal 2017

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Natal é Vida, Natal é Luz. Em Jesus vemos o Amor, o calor, o sorriso e o olhar. Este Menino é a resposta às nossas inquietações, medos e anseios. Este Menino é o Amor que vem para corrigir os nossos afectos. Este Menino é o Calor que vem para aquecer os nossos corações insensíveis. Este Menino é o Sorriso que vem para transformar os nossos maus humores. Este Menino é o Olhar que vem para nos fazer ver e mudar as misérias do nosso mundo. Que Este Menino que há dois mil e dezassete anos mudou o rumo e a história da humanidade mude agora a nossa vida para sermos felizes em Deus. Bom Natal.

O futuro da religião

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Há uns meses atrás estive num jantar-tertúlia para falar do futuro da religião. Chegou-me esta manhã  link onde está a conferência e basta clicar, se quiser ouvir.

Alegrai-vos!

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A liturgia deste domingo faz-nos várias vezes o convite à alegria. Quer por estarmos a meio da caminhada do Advento quer pela Palavra de Deus que nos faz entrar na alegria expectante de Jesus que vem. O nosso coração precisa de Jesus e é Jesus que lhe dá alegria e calor. Uma vida sem Jesus é uma vida sem alegria, uma vida cinzenta. Cristãos sem Jesus são, como lembra o Papa Francisco (que hoje faz anos!) são cristãos com cara de vinagre ou cara de funeral. Com Jesus no nosso coração não tristeza que se aninhe nem desespero que nos pese. Hoje faço minha a oração do coral de Bach, Jesus alegria dos homens, pedindo para mim e para todos o que vivem para a alegria este dom que só Jesus nos pode dar: Jesus, minha alegria permanente, Conforto e seiva do meu coração Jesus livra-nos de todos os sofrimentos: Ele é a força da minha vida Prazer e sol dos meus olhos Tesouro e bem-aventurança da minha alma É por isso que eu não deixo sair Jesus Do meu coração

Preparai - Consolai

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Preparai é o imperativo deste segundo domingo do Advento.  Preparai um caminho, uma vida, para que o encontro com Deus aconteça nos caminhos tortuosos e difíceis da vida. Preparai o caminho do coração de Deus até ao nosso, um caminho plano onde será preciso derrubar os muros do ódio e abater as montanhas do nosso orgulho. Preparai a festa da humildade, de Deus menino, pobre e humilde que vem nascer na nossa casa, que vem fazer uma tenda no nosso acampamento. E consolai. Consolai os tristes e os que sofrem. Consolai os que choram e os que vivem longe de Deus. Consolai os que estão sós e que sofrem. Consolai para que quando Deus vier o coração se possa encher da esperança e do amor de Jesus Cristo, que nos dá um novo vigor e  uma nova vida. Preparai. Consolai.

Vigiai!

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Vigiai, é o primeiro verbo deste Advento. Vigiar é mais que estar acordar. Vigiar é estar atento, é ter capacidade de análise sobre si e sobre os outros... é estar de vela acesa à beira da janela ou com a porta destrancada à espera de quem vem. Jesus pede-nos para vigiarmos, estarmos atentos à nossa vida, cuidando da tarefa que o Senhor nos deu e da qual nos vai pedir contas. Vigiar é deixar-se moldar pelo Oleiro das nossas vidas, aquele que nos ama e nos quer atentos, para sermos verdadeiramente felizes.

O pecado da omissão

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No próximo domingo escutaremos o Evangelho do juízo final, na versão de São Mateus. Resume-se às duas frases de Jesus: a mim o fizestes, a mim o deixastes de fazer. O P. António Vieira, que muito e bem pregou, fez um sermão sobre este capítulo 25 de São Mateus, na perspectiva do Advento, quando o Senhor vier separar os bons dos maus. Todo o sermão vai sobre a separação em classes sociais, havendo muito que separar, até na cova dos eclesiásticos! Mas, ao rematar o sermão, op P. António Vieira fala de uma espécie de pecados, que me aflige muito, que é o pecado de omissão. Na perspectiva dele é o pior dos pecados porque é um bem que se deixou de fazer. Deixo aqui parte do sermão em que se refere a este pecado. O segundo parágrafo é muito esclarecedor e o terceiro diz o óbvio que muitos cristãos não querem ler nem saber: primeiro a obrigação e depois a devoção. Sabei, cristãos, sabei, príncipe, sabei, ministros, que se vos há-de pedir estreita conta do que fizestes, mas muito

Contas fáceis de fazer

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O Evangelho de hoje é a parábola dos talentos. Talento é uma moeda que, facilmente entrou na nossa linguagem como dom, dote especial... Mas não, o talento do evangelho é mesmo moeda. Para perceber melhor das avultadas quantias que se entregaram aqui faço uma actualização de preços: Um talento é equivalente ao salário de seis mil dias de trabalho; Seis mil dias de trabalho equivalem a duzentos meses (dezasseis anos e meio); Uma pessoa que ganhe o ordenado mínimo nacional irá receber por duzentos meses de trabalho cento e sete mil euros. Portanto, o senhor da parábola entregou ao primeiro empregado quinhentos e trinta e cinco mil euros, ao segundo duzentos e catorze mil euros; e ao último cento e sete mil euros... De que se queixava ele? Era pouco? Bom domingo!

Pobres e humildes

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A Igreja fez ontem memória de São Martinho, uma dos mais ilustres santos da nossa Europa. Na liturgia há uma antífona que me impressiona sempre que a rezo e muitas vezes vem à minha mente: Martinho, pobre e humilde, entrou rico no céu. Pobres e humildes . Palavras doces, virtudes nobres, próprias dos grandes santos, pedras duras no caminho largo da vida, tantas vezes obstáculos para caminhar no caminho de Deus. Pobres e humildes . Uma pobreza que não é uma condição forçada de quem não tem alternativa, mas própria de quem quer ter a maior riqueza deste mundo e do outro: Deus.  Pobres e humildes . Uma pobreza que é opção de vida, tantas vezes contradição, mal compreendida por um mundo de consumo e de fartura. Uma pobreza que é irmã, partilha e solidariedade, apelo a procurarmos e desejarmos o pão de cada dia, que nos sustenta no essencial e nos liberta do excesso e do acumular de bens. Humildes e pobres . Uma humildade verdadeiramente humilde, pese a redundância. Humildade que é

Cotelo solidário

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Em Castro Daire está a fazer-se uma recolha de bens para enviar para os lugares onde o fogo não poupou nada. Têm levado feno, para os gados comerem e hoje recolhe-se roupa e alimentos para lhes fazer chegar para ajudar a reconstruir. Cotelo juntou-se à iniciativa e também está a recolher alimentos e roupas para enviar. Dentro da capela e fora dela, à volta dos muros e à porta das casas das pessoas, vamos vendo estes pequenos gestos de solidariedade que só ficam bem a quem tem e a quem tem o gosto da partilha.

Cinzas e dor

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Na viagem que fiz esta manhã, entre Coimbra e Feirão, o que vi foi desolador. O que poderia ser uma manhã de nevoeiro era um pesado fumo que, nuns lados, já era só o que restava do rescaldo. Ao longo da estrada árvores queimadas e postes caídos. Do pensamento só me saía a expressão “Meu Deus”. Paro em Tondela para fazer umas compras e parece que as pessoas são mudas. Ninguém fala, os ares sombrios, talvez de noites mal dormidas ou de propriedades queimadas. O fumo arde nos olhos e nas gargantas. As faúlhas são impertinentes, condensando-lhe nos sítios onde as chamas ainda moem o pouco que de verde se pode ver. Em Mortágua, aquela serração, que tinha à entrada troncos empilhados, que sempre que passo lá digo: um dia hei-de parar para tirar uma fotografia, não passava hoje de um monte de brasas já em fim de vida. O sol é só um pequeno círculo laranja, doente, sem beleza nem calor; os pássaros voam, tentando pousar em alguma réstia de verde que não há. Saio em Castro Daire para v

As contas do meu rosário

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Sempre gostei da expressão despachada, que significa "não te metas na minha vida", mas com tom de subtileza: "não são contas do teu rosário". Para um dominicano vem mesmo a calhar, uma vez que trazemos o rosário no cinto do hábito! Hoje os dominicanos celebram com festa e alegria Nossa Senhora do Rosário. A tradição diz - porque a história não consegue chegar lá - que Nossa Senhora entregou o Rosário a São Domingos para que ele o rezasse e pregasse. Por esse motivo, como disse acima, trazemos o rosário no cinto do hábito. A História diz-nos que o terço ou rosário como o temos é posterior a São Domingos, mas a mesma História diz-nos que São Domingos rezava muitas Avé-Marias ao longo do dia, lembrando-se assim de Nossa Senhora, como forma de oração e como meio de pregação junto dos hereges do seu tempo. Por isso, uma coisa é certa: foi no berço dominicano que se gerou o rosário! São Domingos, como já disse, valia-se de Nossa Senhora para o seu apostolado. S

Os bons não morrem

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Morreu mais uma pessoa boa. Esta pessoa, que eu hoje quero lembrar é D. Manuel Martins, primeiro bispo da diocese de Setúbal. Na minha vida cruzei-me duas com ele, em momentos circunstanciais, o que não deu para ele se lembrar de mim mas de eu me lembrar dele. Como Bispo de Setúbal foi duplamente incompreendido: de uma parte algumas correntes políticas que o apelidaram de "bispo vermelho", e também pela própria Igreja, a hierárquica, que achava que ele defendia demasiado os pobres e os trabalhadores, naqueles tempos quentes e problemáticos da outra margem. Mas o tempo, que tudo cura e reabilita, fez deste homem uma voz libertadora e ousada, sem medo dos "castigos" e represálias que pudessem vir contra ele. Como crente, como bispo, não ficou nas teorias do púlpito ou da Cátedra, não se limitou a dizer que era preciso ajudar os pobres e marginalizados, os desempregados e explorados. D. Manuel dizia e fazia. Era exemplo e dava exemplo. E assim conquistou não só

Erguer o trigo

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Ia eu a caminho de Lamego, onde estive nos últimos dias, quando no Mezio vi uma coisa que há décadas não via, e que só as mulheres faziam que era "erguer o trigo". Esta expressão era dita pelas mulheres quando iam purificar os grãos de centeio ou de trigo. A técnica não podia ser mais simples e prática: num dia de vento brando, estendia-se no chão uma manta e a mulher pegava numa bacia com os grãos de trigo que tinha malhado e erguia-o mais alto que a cabeça e deixava ir caindo os grãos enquanto o vento se encarregava de levar com ele as praganas e outras impurezas leves. Como dizia, ha pelo menos mais de 20 anos que não via nenhuma mulher fazer este trabalho tão puxado e tão elegante. Mas, desta vez, apesar da técnica ser a mesma daqueles tempos, alguma coisa mudou: a senhora estava em cima do telhado plano da casa e o marido ajudava-a, ao seu lado. E ficou-me esta imagem, não sabendo eu quando é que volto a ver, se é que voltarei ver, mas deu para voltar atrás e mata

Paciência e oração

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Paciência não é a minha maior virtude. Há o ditado que diz que quem espera sempre alcança, mas não me serve. Mais bem me serviria o "quem espera desespera". Mas a vida é feita de trabalho: manual, mental e também interior. Ir-se conquistando aos poucos, ter paciência com os outros (há até uma obra de misericórdia espiritual que nos pede que soframos com paciência as fraquezas do nosso próximo!), esperar para alcançar mesmo que não seja no tempo por nós estabelecido. Quando há um ano me pediram para ser Mestre dos noviços, as pessoas mais ligadas a mim e outras do âmbito religioso/eclesiástico diziam-me: tenha paciência... Certamente que não era a paciência de ter que aceitar mas sim a paciência de levar a bom termo o que nos pedem. E ao longo do ano era o que me diziam: tenha paciência. Ao que parece, este pedido vai prolongar-se nos anos. Mas agora o discurso mudou: as pessoas dizem "vou rezar por si". Estranho. Em vez de me apoiarem na paciência que bem fal

A ponte de Reconcos

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Feirão está a acabar. Começam os dias mais outonais, com trovoada, frio, chuva e nevoeiro. Em Lisboa estaríamos num rigoroso Inverno! Nestes dias, apesar de poucos (para mim, Feirão sabe sempre a pouco), vieram as histórias e as memórias, o conforto da família que não se consegue ao longo do ano, com mãe, irmão, cunhada e sobrinhas. Uma das coisas de que se falou nas histórias do serão, tentando contrariar a televisão foi da ponte de Reconcos, onde passei esta manhã, a caminho de Lamego. A ponte de Reconcos era a penúltima etapa de quem vinha da cidade. De Lamego trazia-se muitas coisas, para manter e para cultivar. Chegar à ponte de Reconcos era o suspiro de chegar a casa. Fazia-se a pausa para tirar as coisas que se traziam às costas ou à cabeça. Parava-se para rir, descontrair mas, sobretudo pegar no molho e dizer: vamos lá que breve chegamos a casa. Depois de passar a ponte de Reconcos entrava-se na serra das Meadas, deixava-se Fazamões para a direita e as pessoas lá ira

Em Feirão

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Estou em Feirão desde Domingo. Eu sonhei, Deus quis... e aconteceu. Hoje fiquei sozinho com a minha mãe e fizemos uma comidinha de tacho como mandam as leis antigas da região: massa com feijão e chouriça, feita ao lume num tacho de barro. Só posso partilhar a imagem que o cheiro e o sabor são contingentes neste mundo informático. Penso muito no que seria a minha vida aqui por estes lados... não como futuro nem como possibilidade mas so como projecção. Uma coisa é certa: o silêncio a solidão são o meu ar e mar de descanso. 

Não dar lugar ao medo

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Há uns anos, numa celebração da Palavra nos Maristas, encontrei esta reflexão, que vim hoje a descobrir ser do José Luís Nunes Martins. O nome do texto é "A razão da minha esperança". O texto não está completo mas a melhor parte, que pode ajudar à reflexão do Evangelho de hoje, deixo-a para percebermos que o medo não nos pode tirar a confiança que temos em Deus e devemos ter em nós. Caro amigo, São muitas as provas que na vida servem para testar quem somos, a força que temos em nós e o nosso valor. Algumas vezes uma pedra gigante vem cair mesmo diante de nós... outras vezes são séries infindáveis de pequenos obstáculos no caminho... longas etapas que nos obrigam a seguir adiante sem descansar, em percursos onde quase nunca se vê o horizonte. A agitação permanente em que vivemos leva muitos a desistir de encontrar referências mais adiante, mas é preciso que nos afastemos do tempo para assim encontrarmos a posição mais segura, elevando-nos acima dos momentos passageiro

Em dia de São Domingos

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Vim a Lamego com os noviços celebrar o dia de São Domingos com as nossas monjas dominicanas. Este dia de família dominicana tem várias celebrações e motivos de festa. Um deles, que cada vez mais está presente, é trocarmos SMS com mensagens dominicanas. Eu enviei a minha, manhã cedo, e recebi uma resposta que me agradou pelo conteúdo e pela ligação. Respondeu-me assim um frei de Angola: Feliz dia de São Domingos para si também Frei. Obrigado pelas vezes que comigo falou de Deus; Não se esqueça de mim quando falar com Deus! Este "trocadilho" espiritual está ligado ao que se dizia de São Domingos que só falava de Deus ou com Deus. E isto peço neste dia tão Dominicano: que saibamos falar de Deus aos outros e não os esqueçamos de falar dos outros com Deus.

Uma avó comum

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Nós, dominicanos, celebramos hoje a memória da beata Joana de Aza, mãe de São Domingos. É como uma avó comum de todos os dominicanos. Talvez se possa achar que esta mãe é santa por causa do filho mas, a verdade é que a mãe, de certa maneira, é que santificou o filho. Em Caleruega, terra onde nasceu São Domingos, diz-se que São Domingos é o santo que tornou conhecida a terra, mas a Beata Joana é que é a santa do coração. A Beata Joana distinguiu-se pela sua dedicação aos filhos e uma grande caridade para com os pobres, doentes e mutilados das guerras das conquistas e reconquistas do século XII. Por isso, faço hoje aqui memória de tão ilustre avó, pedindo-lhe que nos deixemos contagiar com a sua caridade e alegria de servir os mais pobres e necessitados.

Terreno, semente e semeador

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No Evangelho deste 15º Domingo do Tempo Comum escutaremos a muito conhecida e explicada parábola do semeador. O que para nós hoje é fácil de entender foi, no tempo de Jesus, mais incompreensível a ponto de Jesus lhes ter de explicar a parábola. Os pregadores têm que ter imaginação para não repetir o evangelho, para não serem aborrecidos e para que a semente seja hoje lançada nos corações dos que escutam a Palavra de Deus e a querem por em prática. Um dos pregadores bem imaginativos e concretos foi o P. António Vieira. Para quem tiver tempo e gosto de leitura pode hoje entreter-se espiritualmente com a leitura do sermão da Sexagésima. Eu só irei deixar aqui um parágrafo que achei curioso: " Começou ele a semear (diz Cristo), mas com pouca ventura. “Uma parte do trigo caiu entre espinhos, e afogaram-no os espinhos”. “Outra parte caiu sobre pedras, e secou-se nas pedras por falta de humidade”. “Outra parte caiu no caminho, e pisaram-no os homens e comeram-no as aves”. Ora vede

Justiça e misericórdia

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Não tenho andado desaparecido. Tenho andado com outras ocupações e situações que me dificultam a vinda aqui para escrever. E o que quero hoje aqui deixar escrito, sem muitos pormenores porque os não posso revelar, é que hoje senti na Ordem Dominicana, que se fez justiça e se praticou a misericórdia. E mais não posso escrever. Mas queria aqui dizer que hoje vou dormir mais feliz porque se salvou uma vocação que todos consideravam perdida. Bendito seja Deus!

Tudo e nada

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No sábado passado celebrei missa na igreja do mosteiro das monjas dominicanas de Olmedo. Na sacristia encontrei sobre a mesa um texto de São Norberto (sec. XI) sobre o sacerdote. Li-o na Missa do Campo Grande, a propósito do Evangelho que falava da nomeação dos Doze e do seu envio. Deixo-o aqui como partilha: " Sacerdote, tu não é tu porque és Deus. Tu não és para ti porque és servo e ministro de Cristo. Tu não és teu porque és para a Igreja. Tu não és para ti porque és o mediador entre Deus e os homens. Tu não te bastas porque és pecador. Tu não és para ti mesmo porque não és nada. Oh sacerdote! Quem és, então? Tudo e nada! Tem cuidado contigo, para que não se diga de ti o que disseram de Cristo na Cruz: «salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo »".

A infância de São Domingos

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Estive em Caleruega na semana passada com os noviços. A última vez que tinha estado foi em 1999, como noviço. Para dos dominicanos há três lugares "dominicanos": Caleruega, lugar do nascimento de São Domingos, Toulouse, lugar da pregação de São Domingos, e Bolonha, onde está sepultado. Caleruega é uma pequena aldeia que pertence a Burgos. Não tem muito que ver para se estar uma semana. Tem o convento dos frades, o mosteiro das monjas e a igreja paroquial. Mas tem história e espiritualidade. A história contam-na as pedras e as construções; a espiritualidade conta o coração de quem lá vive e de quem visita. O que me fica desta viagem é a infância de São Domingos. Uma infância que explica a sua vida adulta. Uma infância envolvida por um bom ambiente familiar em que todos sobressaem pelas virtudes humanas e cristãs, em especial a atenção aos doentes e aos pobres. Perguntando a um frade que nos fez a explicação de Caleruega, sobre quem tinha mais devoção, se a mãe se o fi

Frei Francolino Gonçalves - um irmão

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Estou em Caleruega com os noviços a visitar os lugares dominicanos. O tempo é pouco e, consequentemente, os acessos à internet limitados. Mas recebi ontem, manhã cedo, a notícia da morte do frei Francolino Gonçalves, dominicano e biblista. Dos frades mais velhos era o único a quem tratava por tu. E isso mostra a simplicidade e proximidade nas relações fraternas. A primeira vez que estive com ele foi numa ida a pé à universidade católica, talvez pelo ano 1998, era eu postulante, ceio. E foi a primeira vez que, destemido, fiz as minhas perguntas "escondidas" sobre a Bíblia. E ele, com simplicidade, - nem todas  as perguntas seriam adequadas a um grande exegeta - foi respondendo. É assim foi até ao fim quando vinha a Portugal. Eu ou outro irmão íamos fazendo perguntas que ele respondia e acrescentava com outros contornos mas sempre com muita simplicidade. Falávamos da terra. De forma apaixonada, dos seus montes e das suas histórias, da inquietude em ir para a terra, do dizer-me