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A mostrar mensagens de fevereiro, 2024

Um pai que ama o seu filho

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  Uma das maiores aflições que os pais devem ter é a de verem um filho sofrer ou mesmo perdê-lo. Não tenho dúvida que qualquer pai ou mãe, se pudesse, assumiria essa dor e daria o seu lugar para que o seu filho não sofresse.  Hoje escutámos na primeira leitura uma passagem muito complicada. O mesmo Deus que deu um filho a Abraão, pede agora a sua vida como sinal de fé. As explicações desta passagem são várias e a maior parte delas vão no sentido de ser uma prova de fé. Daqui não tenho dúvidas que os problemas da nossa vida são muitas vezes provações em que se pode questionar a fé, mas, mais importante, é que a fé ilumine as nossas provações e dificuldades. Esta leitura diz-nos isso: a nossa vida é semeada de alegrias e esperanças, mas também com as suas penas e sofrimentos, incompreensões e injustiças e contrariedades. Uma primeira pergunta poderia ser esta: com que atitude enfrento, vivo, os problemas da minha vida? Será que a fé nos faz chamar Deus desde o início ou só o chamamos por

Não nos deixeis cair na tentação...

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O evangelho das tentações é lido neste primeiro domingo quer por causa do número 40 quer por causa de Jesus ter ido para o deserto. É este o número muito simbólico, mas significativo dos dias do dilúvio, dos quarenta anos que o povo de Israel demorou a atravessar o deserto desde o Egipto à terra prometida, os quarenta dias das nossas quaresmas… e o deserto que é ao mesmo tempo o lugar da provação, o lugar do despojamento, mas também o lugar privilegiado para escutar a voz de Deus. No profeta Oseias há uma passagem que diz isto mesmo: vou conduzir o meu povo ao deserto para lhe falar ao coração . E assim como o número quarenta tem um simbolismo forte também o deserto pode ser uma metáfora da nossa vida, reconhecendo nesta passagem do Evangelho o que pode acontecer na nossa vida.  Jesus era tentado por Satanás . As tentações fazem parte da nossa existência. Desde as inofensivas tentações até às mais gravosas, que causam dano não só a nós, mas também aos outros, dos mais pequenos a nós, m

frei Matias, op (1947-2024)

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  Faleceu hoje o frei José Augusto Matias, assignado ao nosso convento de Fátima. Nasceu em Franco, Mirandela, em 1947. E pouco mais se pode dizer da vida dele, além das poucas assignações que teve mas, sobretudo, porque muito do que disse e fez foi tão discreto, que seria preciso agora encontrar as pessoas que se cruzaram com ele para nos dizerem como as tocou. Um frade simples, mas muito valioso nas suas ideias, na sua simplicidade e discrição. Tendo podido subir aos palcos do êxito e da notoriedade, preferiu sempre os pequenos grupos e comunidades onde aí era profundo e fecundo pregador. Apesar de nunca termos vivido na mesma comunidade, tive a honra e o prazer de me cruzar com ele em muitas ocasiões, quase todas de trabalho: comissões preparatórias de capítulos provinciais e ambos membros de conselhos económicos e provinciais onde, no ultimo, ele estava como secretário e eu como sócio do provincial. As suas intervenções eram sempre no sentido de ajudar (às vezes encontramos pessoas

Como lidamos com as lepras?

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A primeira leitura de hoje e o Evangelho fala-nos da doença mais antiga que se conhece: a lepra. E, como iremos ver, a lepra tem outros significados que ultrapassam a condição física. Mas comecemos por ela. O povo do Antigo Testamento e do tempo de Jesus acreditava que as doenças eram castigo de Deus. Se alguém ficava doente, como um leproso, é porque tinha praticado más acções. Se alguém que tivesse nascido com algum problema, ser cego, por exemplo, a culpa poderia ser também dos pais. No evangelho de São João, antes de Jesus curar o cego de nascença, os discípulos perguntam a Jesus de quem é a culpa: do cego ou dos pais. Já veremos a resposta. A lepra era a pior das doenças. Era degradante em si e também pelas regras sociais que impunham aos leprosos, como escutámos na primeira leitura. Aliás, já neste tempo se observavam as regras de uso de máscara, o distanciamento e a quarentena… eram quase mortos-vivos. Jesus veio desfazer esta ideia de que o doente é um castigado de Deus. A resp

À imitação de Cristo

  O Evangelho deste domingo mostra-nos um dia da vida de Jesus: Jesus sai da sinagoga, Jesus encontra-se com as pessoas, Jesus reza.  Um bom programa de vida para nós que o queremos imitar e seguir.  Oração . Indispensável para alimentarmos a nossa fé. Se é verdade que toda a nossa vida deve estar envolvida na atmosfera de Deus, não podemos passar o dia sem os pequenos encontros privilegiados com Deus. Jesus levantou-se de manhã cedo, retirou-se para um lugar ermo, para rezar. Estes momentos de oração para que servem? Para conformar a vontade de Deus com a nossa vontade, para agradecer tudo o que de bom e belo acontece na nossa vida, em nós e através de nós, para pedir a Deus que oriente o mundo e a nossa vida sempre para o bem. A oração não tem por objectivo engrandecer a Deus, nem para afastar de nós o mal. A oração é sobre tudo iluminação interior, força para os combates da vida. Como diz o provérbio “quem com Deus anda, Deus lhe alumia”.  Partilha da fé . No seguimento do evangelho