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A mostrar mensagens de outubro, 2019

Entardecer de Feirão

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O que resta de sol toca agora as magnas fragas do Penedo Gordo. Os cães uivam, As campainhas dos gados anunciam o regresso ao lugar de partida. A penumbra tudo cobre como um manto. Nas cozinhas acende-se o lume, como ritual vespertino qual lucernário que ilumina e aquece. Os sinos tocam para rezar, o mordomo fecha a igreja e o portão. O silêncio fecundo da noite manda-nos para o interior da casa e da vida. Assim é o simples entardecer De Feirão.

Feirão em 1758

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Feirão está despovoado. Migrações e emigrações, são a causa imediata de uma outra causa, mais profunda, que levou a que poucas pessoas tivessem ficado por cá. Mas não é de agora. Depois do terramoto de 1755, o Marquês de Pombal manda aos párocos, através dos Bispos, um questionário sobre as paróquias e povoações pedindo elementos importantes para aquele tempo, no que diz respeito ao conhecimento do Reino e hoje, para o nosso tempo, percebermos as circunstâncias passadas. Vou escrever os resultados sendo que, o que está entre parêntesis, são comentários meus. O pároco da altura, P. Manuel Luís de Carvalho, respondeu a este inquérito, do qual podemos saber algumas curiosidades desta freguesia do século X, religiosas e geográficas, que, ao que se vê, nunca foi uma freguesia grande. O dito pároco identifica Feirão como freguesia de Santa Luzia, que é da província da Beira Alta, bispado, termo e comarca da cidade de Lamego. A freguesia pertencia ao Rei D. José I, o Reformador. Tinh

Uma manhã de tréguas

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Quiseram a chuva e o frio dar uma manhã de tréguas nesta serra de Montemuro. O dia acordou com o ceu limpo e um sol fulgurante. As pessoas agradecem por causa do milho que não precisava de chuva nestes dias. Esta manhã de segunda-feira foi como um sábado-aleluia depois de uma sexta-feira de trevas: os pássaros cantam, os rios fazem correr ligeira a água por entre as pedras, o sol, além de aquecer derrete a geada que a noite formou, o gado pode pastar à vontade a erva fresca e eu pude fazer a minha primeira caminhada a pé. Mas, agora sim pode-se dizer, foi sol de pouca dura. Começam a juntar-se as nuvens, como se estivessem ciumentas, para  voltar a tapar tudo. Nada a que não se esteja habituado... é o que faz viver acima dos mil metros de altitude...

Um sonho que se torna realidade

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Quando as coisas correm bem não temos por que ter medo. Há muitos anos que a Igreja do convento de São Domingos sonhava com um órgão de tubos que desse mais qualidade e dignidade à liturgia. Depois de muitos anos é chegado o momento de avançar. Fez-se hoje a compra do órgão de tubos que servirá a comunidade do convento de São Domingos de Lisboa. Não é um super-órgão mas o suficiente para suportar a música litúrgica, e não só, do Convento. Pessoalmente estou muito feliz porque era também um sonho meu. Está comprado e começaram a embalá-lo, porque vem da Holanda. Depois é só voltar a montar na igreja do convento, benzê-lo e inaugurá-lo. Darei notícias. Para já fica um vídeo par se ter ideia do que será. Espero que gostem.

Um ano depois...

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Um ano depois , chego a Feirão para uns dias de descanso. O conceito de férias não se adequa porque não deixo de ser padre nem de cumprir as minhas obrigações. Mas sim, mudar de ares e, sobretudo, mudar de uma grande cidade para uma pequena aldeia da serra de Montemuro, já me dá descanso. Fui recebido com frio (9 graus), nuvens em castelo (com umas muito cinzentas que deitavam a sua chuva) e arco-iris (plural)!, coisa que não me lembro ter visto alguma vez no Penedo Gordo. Bendita natureza e bendita recepção. Depois de arrumadas as coisas, ida à Igreja para cumprimentar e agradecer: Que seja um tempo tranquilo. Depois, montar o escritório. Sim, trabalho muito em férias porque “armazeno” uma quantas coisas que em Lisboa não consigo fazer por falta de tempo e de tranquilidade, para as fazer aqui. Cinco grandes trabalhos que trago comigo e espero terminá-los aqui. Trouxe também três livros: A Ética de Aristóteles, o Estímulo de Pastores, de Bartolomeu dos Mártires, e o livro sobre a