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A mostrar mensagens de fevereiro, 2021

A poesia da Quaresma - 2

Do alto deste monte, numa manhã assim, só há duas coisas a fazer: chatear deus ou deixar deus em paz. Minto. É claro que há uma terceira via (mas dá muito trabalho): fingir que não o vejo nem o oiço do alto deste monte na luz desta manhã. (A. M. Pires Cabral)

Santa Catarina de Sena e a Cadeira de São Pedro

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 Porque hoje se celebra a festa da Cadeira de São Pedro, deixo aqui uma bela oração de Santa Catarina de Sena escrita/rezada neste dia. Com quase 700 anos continua muito actual: " Escuta as nossas orações pelo teu vigário, o papa, guardião desta tua cadeira, da qual hoje celebramos a festa. Que o sucessor do velho e humilde Pedro te seja agradável, pois nos indica os remédios necessários para a Igreja. Eu digo que tu prometeste cumprir rapidamente os meus desejos, por isso com maior confiança te peço: não demores mais em cumprir as tuas promessas, ó meu Deus.  E vós, queridos filhos, já que agora somos nós os operários, é hora de se ocuparem da Igreja de Cristo, verdadeira mãe da nossa fé; para isto vos animo: uma vez enraizados na Igreja, sede os seus pilares. Trabalhemos todos juntos neste jardim da fé salvadora com o fervor da oração e das obras. Livres do amor próprio e da preguiça, coloquemos plenamente em prática a vontade do Deus eterno, que nos chamou a trabalhar na nossa

A graça do recomeço - homilia

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Começamos hoje, de uma forma muito diferente e se calhar nunca imaginável, o tempo da Quaresma. A Quaresma é um tempo e um rito. Um rito que tem muitos ritos dentro dela. Por exemplo, o rito da imposição das cinzas, que para muitos cristãos será hoje espiritual.  E podemos ver o rito de duas perspectivas: ou como rotina (mais uma quaresma) ou como um mecanismo que nos ordena (uma quaresma que traga novidade às nossas vidas). Antoine de Saint-Exupery, no Principezinho, define o ritual nesta segunda dimensão, que é a verdadeira. O principezinho pergunta à raposa o que é um ritual e a raposa responde-lhe: “É uma coisa de que toda a gente se esqueceu: é o que torna um dia diferente dos outros dias e uma hora diferente das outras horas”.  Todos os anos, quarenta dias antes da Páscoa, a Igreja reúne-se para dar início ao tempo de conversão (de regresso a Deus, como iremos cantar daqui a pouco) numa atitude de verdade e humildade. Aliás, atitudes indispensáveis que estão por detrás destas trê

A poesia da Quaresma - 1

Caminho deserto sem marcas nem flores, vou cantando amores que minh'alma busca. Sentindo, sem medo tão brandas as dores... Correndo e voando, Olhando o azul. Caminho sedenta, Sem pressa nem pausa... E o céu tão perto! (Maria Helena Branco)

Irmã Maria Domingos, op - in memoriam

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Faleceu hoje, na sequência do Covid, a Irmã Maria Domingos,  monja dominicana, fundadora do Mosteiro do Lumiar, encerrado há poucos anos. A Ir. Maria Domingos nasceu a 26 de Fevereiro de 1936. Ingressou no mosteiro de Fátima, onde fez o seu noviciado como monja dominicana. De lá partiu para o Porto, para o mosteiro dominicano que então havia lá. Em 1982, juntamente com outras irmãs, depois de terem passado algum tempo em Prouille (primeiro mosteiro da Ordem) fundam o mosteiro do Lumiar, propriedade que pertencia aos frades dominicanos irlandeses. A Ir. Maria Domingos distinguiu-se sempre pela sua forma de estar na Igreja e no mundo: simplicidade, humildade, discrição e muita alegria. Prioresa durante alguns mandatos foi sempre a alma do mosteiro, abrindo as suas portas e portões às várias pessoas e grupos que viam no mosteiro um lugar de acolhimento e de paz. Como a beleza está muito ligada à simplicidade, juntamente com as irmãs da sua comunidade cuidaram sempre, muito e bem, do exter

Caminhos de conversão

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Eucaristia do Dia Mundial do Doente

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A moral ou a falta dela

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De há uns anos para cá venho defendendo que um dos motivos que leva à degradação da moral e dos bons costumes da sociedade foi o deixar de se ensinar filosofia. Aliás, devia ser obrigatório que nas universidades e empresas se fizessem formações sobre valores fundantes da nossa sociedade, a começar por aprender o que significa viver em comum, com as suas implicações e a importância dos actos virtuosos, da formação da consciência, da política, da democracia...  Vivemos como no tempo da predação. Senão vejamos: o que estamos a viver há quase um ano é catastrófico, mesmo se os estados sejam só de emergência. Esta pandemia, com tudo o que de negativo nos tem causado, devia fazer-nos reflectir sobre a importância da vida, a aceitação da nossa fragilidade, o respeito pelo outro, a prioridade aos mais débeis... mas não. Festas ilegais, um estado que não soube (sabe) gerir toda esta situação, tendo tido desculpa na primeira fase por ser novidade, não a tem agora por não ter preparado o país par