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A mostrar mensagens de julho, 2018

Uma fresca noite de silêncio

Estou em Feirão. Consigo dormir aqui uma noite.  Dou comigo a sentir uma noite fresca e cheia de silêncio.  17 graus de uma frescura natural, vinda do monte de Felgueiras, a descer sobre esta aldeia, também ela silenciosa. Ouvem-se os grilos e, ao longe, um cão que ladra. Nada mais. Retenho as imagens do dia:  montes verdes e o feno já cortado molhos de espigas à espera de serem malhados os pastores que regressam ao povo com o seu gado, à mesma hora que eu, de uma missa. a água fresca da fonte seara que só de a ver me refresca o balir de um cabrito de dois dias que não encontra a mãe o sorriso de uma criança com quem brinco como se também eu fosse criança o toque das Trindades que reza em mim Ave-Marias... Este é o Feirão possível neste meu verão: uma noite feita de frescura e de silêncio. Hoje eu sou Feirão. 

E Jesus Cristo foi mendigo?

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Quando estive em Roma, ao ir ao Vaticano, encontrei à porta de um hospital esta imagem de Cristo-mendigo. Há várias, ao que parece, por Roma. Ela passa despercebida. Porque está a um canto e porque não é exuberante. Eu vi a imagem, tirei as duas fotos que aqui ficam e, entretanto, algumas pessoas, ao passar, também "descobriram" esta imagem. Coloquei-a no fundo do écran do meu computador. Acaba de vir ao meu quarto um noviço que me perguntou que imagem era esta. E eu disse-lhe que era Jesus. E ele perguntou-me: E Jesus foi mendigo? Respondi o que me saiu: Jesus não foi mendigo mas cada mendigo é Jesus.

Anno histórico: Dom Frei Valério de São Raimundo

Dom Frei Valério de São Raimundo, natural da vila de Estremoz, religioso da Ordem dos Pregadores, mestre de Filosofia e Teologia, prior dos conventos de Évora e Lisboa, vigário do mosteiro do Sacramento, provincial da mesma Ordem, deputado da inquisição de Évora e do conselho Geral do Santo Ofício e Bispo de Elvas. Nesta dignidade se tratou em tudo como religioso, e governou louvavelmente aquela diocese, com muito zelo e vigilância. Foi grande esmoleiro e benfeitor de alguns conventos. Morreu neste dia, ano de 1690. (Anno Histórico, volume II, 28 de Julho, par. V, p. 423-424)

Destino da Imagem do Rei Salvador

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Em 1910, o Estado fez leilão da Imagem do Rei Salvador, sendo arrematada pelo ourives Cunha, estabelecido na Rua da Palma. Mais tarde encontrava-se à veneração dos fiéis num dos altares da Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica. Com o decorrer do tempo, a entrada de um novo pároco e pessoal mais moderno tornou-se ignorada a sua origem histórica e o seu valor religioso, pelo que foi retirada para uma dependência do templo. Então, pedimos ao Cardeal Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira que se lhe desse um lugar condigno e Sua Eminência determinou que fosse entregue aos cuidados das Freiras Dominicanas do Colégio de São José do Ramalhão, em Sintra, que a receberam com imensa devoção e regozijo, colocando-a no altar da sua Capela. Nessa ocasião, era Superiora a Reverenda Madre Maria Teresa Catarina, O.P., no século D. Maria da Purificação de Almeida (Lavradio), descendente dos dez primeiros Padroeiros do Mosteiro do Salvador que rejubilou e nos disse que a entrega da

Padroado do Mosteiro do Salvador de Lisboa

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Inauguro hoje, neste blogue, uma nova etiqueta, a que dou o nome de "espólio". Não só meus, que ainda não entreguei a alma ao Criador, mas também. Nesta etiqueta vou começar a colocar aquilo que de curioso fui encontrando no espolio de irmãos, familiares e amigos, e também de papeis que fui guardando para ler ou conservar, que me pareceram ter algum interesse. Será uma etiqueta de partilha e de memórias, para que as memórias não se apaguem nem se reciclem deixar rasto. Hoje deixo aqui um documento "histórico", uma fotocópia de um registo feito pelo Conde dos Arcos, sobre o Padroado do Mosteiro do Salvador de Lisboa. O original encontra-se no arquivo da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, no Ramalhão. O fr. José Maria Ribeiro, de feliz memória, tinha esta cópia porque admirava não só este mosteiro, bem como a imagem do Salvador, que entrará na próxima entrada. Padroado do Mosteiro do Salvador de Lisboa Origem Em tempos remotos, na ra

Anno histórico: Madre Isabel do Presépio

Neste dia, ano de 1505, morreu no Mosteiro do Salvador de Lisboa, da Ordem de São Domingos, a Madre Isabel do Presépio, a qual durante trinta anos não foi vista senão no coro, refeitório e em actos da comunidade. Mostrou o céu, que fora de grande merecimento este modo de vida, porque muitos anos depois da sua morte, abrindo-se a sua sepultura, se achou o corpo inteiro, os hábitos sãos, e saiu tal suavidade, que encheu e admirou todo o mosteiro. (Anno Histórico, volume II, 23 de Julho, par. II, p. 396)

Anno histórico: trasladação do Santo Cristo

No mesmo dia, ano de 1638, se trasladou com soleníssima procissão da igreja de São Domingos para a do Carmo de Lisboa, a milagrosa imagem do Santo Cristo, na representação de morto, a qual fora resgatada e trazida de terra de Mouros. É a sua capela um maravilhoso santuário, onde se esmerou a piedade, a grandeza dos fiéis, e as de todos acham pronto remédio e eficaz patrocínio nas maiores tribulações particulares e públicas. (Anno Histórico, volume II, 18 de Julho, par. II, p. 376)

Anno histórico: Frei Bartolomeu dos Mártires

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Dom frei Bartolomeu dos Mártires, foi natural de Lisboa, religioso da Sagrada Ordem dos Pregadores e um dos mais excelentes Varões, que ela teve desde os seus primeiros fundamentos: foi insignemente Grande, assim na compreensão das ciências, como no exercício das virtudes. Apesar de extraordinárias diligências que fez, por não sair do sossego da sua cela o nomeou a Rainha D. Catarina (regente então do Reino), Arcebispo de Braga, e naquela excelsa dignidade deu tão ilustres provas de zelo, de vigilância, de beneficência e de amor, de caridade pastoral, que renovou os heróicos exemplos e nobilíssimas acções dos primitivos Padres da Igreja; contente com o preciso trato, e sustento para si e para um certo número de capelães e criados, tudo o mais das suas rendas era dos pobres. Visitou por vezes o Arcebispado, não para tosquiar as suas ovelhas mas para lhes dar o pasto espiritual da doutrina e também o material, remediando com grossas esmolas, aos que achava necessitados. Chegou a parte