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A mostrar mensagens de dezembro, 2018

Anno histórico: Frei Luís de Granada

No mesmo dia, ano de 1588, com oitenta e três de idade, e quarenta e sete de assistência em Portugal, faleceu santamente na Cidade de Lisboa o Venerável Padre Fr. Luiz de Granada, natural da Cidade do mesmo nome, da Sagrada Ordem dos Pregadores. Foi Mestre de Filosofia e Teologia Especulativa, Polémica, Moral, e Ascética, Varão Apostólico, Mestre universal do Espírito, Visitador e Provincial da Província de S. Domingos de Portugal, eleito de comum consenso pela mesma Província; na qual, e neste Reino, era venerado com afectos de nacional, e venerações de Santo. Foi Confessor de El Rei Dom João III, da Rainha Dona Catarina, e do Cardeal Infante Dom Henrique, e sem o seu parecer não resolviam os negócios graves. Rejeitou com grande constância e resolução o Bispado de Viseu, o Arcebispado de Braga, e a púrpura Cardinalícia, oferecida por Sixto V e se dedicou todo ao serviço de Deus e do próximo, no Púlpito, no Confessionário, nas Missões, e nos piíssimos, e utilíssimos livros, com que il

Natal 2018

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Naquele tempo, os pastores, pobres, foram os primeiros a encontrar o Menino no presépio de Belém. Hoje, somos nós convidados a ir aos presépios da nossa cidade, levar a luz e o calor de Jesus. Será Natal cada vez que o fizermos. Boas festas!

Caminhos de Advento IV

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Estamos a dois dias do Natal. Estamos a terminar um tempo que a Igreja nos ofereceu para preparar, ao longo de quatro semanas, este grande mistério do Deus connosco. Isaías encheu-nos de esperança ao profetizar sobre o Messias; João Baptista despertou-nos para a necessidade de nos esvaziarmos para podermos acolher Deus; São José – embora não tenha aparecido na liturgia dominical – ensinou-nos o silêncio operante: não questionar mas ajudar Deus a cumprir o seu projecto de salvação para a humanidade. Hoje aparece-nos a figura de Maria, a Mulher admirável, a toda Santa, como lhe chama o mundo oriental, que nos diz que acreditar em Deus é o princípio da bem-aventurança, da felicidade. E assim temos um presépio invulgar, em que ainda não aparecem os animais nem os pastores ou reis – só aparecerão depois do acontecimento – mas por estas figuras que nos colocam expectantes e vigilantes. As leituras deste último domingo do Advento, assim como as desta semana, narram-nos os acontecimentos

Anno histórico: Madre Isabel de Jesus

Neste dia, ano de 1611, faleceu no Venerável Mosteiro do Sacramento de Lisboa, da Ordem de São Domingos, a Madre Isabel de Jesus, primeira Prioresa do mesmo Mosteiro, a qual com grande espírito e exemplo dirigiu, e sublimou as súbditas ao mais alto da perfeição, que ainda persevera, e se admira naquelas Religiosas até o presente. Desde menina foi muito devota, e penitente; Teve dom de lágrimas e de Profecia, com que prognosticou a sua morte. (Anno Histórico, Vol. III, par. I, p. 501)

Caminhos de Advento III

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A liturgia deste terceiro domingo do Advento dá-nos mais um ingrediente para a espiritualidade do Advento: a alegria. Neste dia encontramos dois motivos para a alegria: a primeira é porque estamos a meio do Advento. A segunda leitura falava-nos disso: alegrai-vos porque o Senhor está próximo. O segundo motivo é mais interior, profundo, a alegria fruto da presença de Deus em nós e da nova vida em Deus. E, para este segundo motivo temos a primeira leitura e o evangelho que nos apoiam e convidam a viver a alegria. De facto, os evangelhos nunca têm um olhar pessimista sobre o ser humano. Convidam-nos sempre à alegria. Não à euforia mas à alegria serena. Em especial o evangelho de Lucas, o Evangelista para este novo ano que começámos há três semanas. À medida que vamos lendo o seu Evangelho, vamos passando de alegria em alegria, desde a alegria do anúncio do nascimento de Jesus à alegria da Ressurreição. À luz das leituras que escutámos, coloca-se hoje uma questão: como recuperar

Anno histórico: D. Fr. Gaspar dos Reis

Dom Fr. Gaspar dos Reis, Português, da sagrada Ordem dos Pregadores, foi ornado de muitas letras e virtudes: sendo proposto ao Sumo Pontífice Paulo IV pelo Cardeal Infante Dom Henrique, primeiro Arcebispo de Évora, para seu Bispo Coadjutor, o Pontífice lhe mandou as Bulas com o titulo de Bispo de Tripoli, escrevendo ao Cardeal Infante, que num sujeito tão benemérito, melhor assentava um Arcebispado do Rei no, do que um Bispado in partibus : Pelo que o Cardeal Infante o fez Governador com geral Plenipotência do mesmo Arcebispado de Évora, que administrou com muito zelo e acerto. Faleceu neste dia, ano de 1577. Jaz no Convento de São Domingos de Évora. (Anno Histórico, vol. III, par. III, p. 495)

Anno histórico: Dá-se princípio em Lisboa à Ordem Terceira de São Domingos

Neste dia, ano de 1716, se deu princípio em Lisboa à Terceira Ordem de São Domingos, instituída pelo mesmo Santo na era de 1220, sendo director dela o Padre Frei Manoel Guilherme, de quem falámos em outra parte, e da sua mão receberam logo o escapulário da mesma Ordem todos os Ministros e Oficiais do Tribunal do Santo Oficio, muitos Grandes, Cavaleiros, e Senhoras da Corte, e um grande número de pessoas de ambos os sexos. (Anno Histórico, vol. III, par. V, p. 470)

Caminhos de Advento II

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Talvez este tempo do Advento seja o tempo mais profundo do ano litúrgico porque, se repararmos bem, a caminhada do Advento resume a toda a nossa existência cristã. De facto, a nossa vida é um Advento, é uma espera de um encontro, do nosso encontro definitivo com Deus. E, na liturgia, durante o tempo do Advento, vão-nos surgindo figuras e temas que nos ajudam não só a preparar o Natal, a recordação da maior intervenção de Deus na História, mas também a vinda actual de Jesus, uma vinda presente, quotidiana e preparamos ainda a sua vinda futura, a escatológica quando Cristo vier no final dos tempos reunir-nos no seu amor. Neste segundo domingo aparece-nos a figura austera de João Baptista. É chamado de Percursor, ou seja aquele que vem preparar o Natal, o caminho para que passe o Messias. A palavra ‘Advento’ é anterior ao cristianismo. Aliás, ela vem do mundo pagão. Como sabemos ela significa ‘vinda’. Chamava-se Advento à preparação da vinda do Imperador a uma cidade importante. Po

Pedro Claverie e Companheiros, Mártires da Argélia

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É hoje beatificado um grupo de 19 mártires da Argélia, encabeçados pelo bispo dominicano Pierre Claverie. Além deste dominicano, contam-se também seis religiosas e a comunidade trapista que o filme "Dos deuses e dos homens" veio imortalizar. Todos amigos de Deus e das pessoas, sem distinção de religião. Hoje são para nós um modelo, certamente, mas também uma chamada de atenção para a perseguição religiosa que ainda nos nossos tempos acontece e, tantas vezes, pela calada. Deixo aqui um extrato da homilia de Pierre Claverie, pronunciada no dia da tomada de posse da sua diocese de Orán, a 9 de Outubro de 1981: Irmãos e amigos. Todos nós somos nómadas. Muitos de vocês são-no por causa do vosso trabalho, outros por causa das circunstâncias que vos forçou a se desenraizarem; mas, espiritualmente, todos somos nómadas. A fé é o movimento em direcção a Deus: ela responde ao apelo irresistível do seu amor e nos leva a sair de nós mesmos para amar como Deus mostrou que am

Caminhos de Advento I

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Começamos hoje, na Igreja e em Igreja, um tempo novo e um ano novo. É o tempo do Advento que tem como principal objectivo a preparação da festa do Natal que iremos celebrar no próximo dia 25 de Dezembro. Mas o Advento tem uma tríplice comemoração: em primeiro lugar este o acontecimento histórico de há mais de dois mil anos, que vem narrado nos Evangelhos e do qual Jeremias profetizou; depois uma segunda vinda, que nós esperamos e que acontecerá no fim da História. A segunda leitura e o Evangelho relacionam-se com esta segunda vinda de Cristo. Mas há uma vinda intermédia, que acontece em cada dia e em cada tempo. E é nesta vinda intermédia e para esta vinda intermédia que nós nos preparamos cada ano. Celebrar no presente o que aconteceu no passado e esperando a segunda vinda de Cristo. E não nos podemos ficar na candura do presépio nem no temor do julgamento final. Devemos, sim, viver na alegria e na esperança esta encarnação, diria quase diária. Este tempo intermédio em que poderí