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A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Anno Histórico: Frei João de Vasconcelos

Frei João de Vasconcelos, Religioso da sagrada Ordem dos Pregadores, e ilustríssimo em sangu, e muito mais em virtudes e letras: Foi Pregador de El Rei Dom João IV. Inquisidor do Conselho Geral do Santo Ofício, e Provincial da sua Religião. Em todos estes cargos e empregos mostrou um fervoroso e ardente zelo da salvação das almas, do aumento da Fé e da observância das leis; Tratando-se com pobreza suma, remediava a dos próximos, com suma liberalidade; a mesma exercitava nos Conventos onde foi Prelado: no de Benfica, sendo Prior, e no das Religiosas do Sacramento, sendo Vigário, lhe levantou as Igrejas desde os fundamentos uma, e outra perfeitíssima. Contente no retiro dos Claustros da sua Religião, rejeitou fora dela grandes dignidades; Vivia todo entregue aos exercícios da contemplação e penitencia, da humildade, e desprezo de si mesmo e de todas as coisas transitórias, e só aspirava ao logro daquele bem que não tem fim; Para ele foi chamado neste dia, ano de 1652. Jaz no Convento de

Anno Histórico: Milagre singular do Patriarca São Domingos

A Pouca distância da Vila de Penamacor, há uma Ermida antiquíssima, consagrada ao glorioso Patriarca São Domingos; Achava-se hum pobre homem da mesma Vila em terra de Mouros, em duríssimo cativeiro, porque seu senhor o tratava com excessivas asperezas. Implorava o miserável homem muitas vezes a protecção de São Domingos, a quem tinha muito especial devoção, e confiava no Santo, que lhe havia de dar liberdade. Penetrou- lhe o Mouro estes desejos e esperanças; E logo lhe dobrou os grilhões e de noite o fazia meter em uma arca, que fechava com fortes cadeados e fazendo sobre ela a cama, lhe repetia muitas vezes: Que era tempo de chamar pelo seu São Domingos para que o livrasse. Passaram-se muitos dias, mas não passavam as irrisões, com que o Mouro o perseguia, sobre outros muitos rigores. Chegou, enfim, uma noite, quando já estava, sem dúvida, bem provada a Fé e a paciência do Cristão, e bem merecida a confusão do infiel. E sucedeu que ao romper da manhã, se acharam ambos à porta da Ermi

Anno Dominicano: Beato Frei Domingos do Cubo

O Beato Frei Domingos do Cubo, Religioso da esclarecida Ordem dos Pregadores. O seu Santo Patriarca o mandou a este Reino, onde resplandeceu em virtudes e milagres: Há mais de quatrocentos anos que goza o título de Beato e de Altar erigido sobre a sua sepultura, que é a mesma com a do Santo Frei Gil. Foi seu glorioso trânsito neste dia, pelos anos de 1163. (Anno Histórico, vol. I, par. II, p. 182)

Anno Histórico: Dom Soeiro Gomes

Dom Soeiro Gomes (Viegas), Bispo de Lisboa, Varão de extremada virtude, e de insigne valor. Promoveu e conseguiu a conquista de Alcácer do Sal, pelos anos de 1219. Depois, se retirou a Santarém e recebeu o hábito da sagrada Religião dos Pregadores, que então começava a florescer. Ali morreu santamente, neste dia, ano de 1231. (Anno Histórico, vol. I, par. I, p. 171)

Anno Histórico: Beato Frei Lourenço Mendes

O Beato Frei Lourenço Mendes da sagrada Ordem dos Pregadores, ilustre em santidade e esclarecido em milagres. Foi sua ditosa morte neste dia, ano de 1280 no Convento, que a sua Religião tem em Guimarães: О seu sepulcro se vê colocado sobre o retábulo da Capella de São Tomás, com este verso: Hic sita Laurenti Mendes sunt ossa Beati . (Anno Histórico, vol. I, par. II, p. 165)

Anno Histórico: Frei Jerónimo da Cruz

Beato Frei Jerónimo da Cruz, natural de Lisboa, baptizado na Sé da mesma Cidade, Religioso da Sagrada Ordem dos Pregadores. Passou ao Oriente a pregar a Fé e, em defesa dela, foi neste dia morto às lançadas, no Reino de Sião, ano de 1560. (Anno Histórico, vol. I, par. III, p. 153)

Anno Histórico: Soror Violante do Céu

Soror Violante do Céu, natural de Lisboa, bautizada na Freguesia da Sé, Freira Dominica no Mosteiro da Rosa da mesma Cidade. Foi dotada de génio felicíssimo para todo o género de composições métricas nas línguas Portuguesa e Castelhana. Parecia coisa do Ceu ainda mais no engenho que no sobrenome. Desde os primeiros anos começou a ser um prodígio da eloquência, um milagre da discrição; sendo de dezasseis compôs a comédia de Santa Eugenia, que intitulou: La transformación por Dios. Com tanta aceitação dos entendidos, que por voto comum dos mesmos, se representou a Filipe III quando se achava em Lisboa pelos anos de 1619. Desde então até o ano de 1693 prosseguiu sempre em compor e admirar; No dilatado curso de tanto tempo e em tanta variedade de sucessos de dor e alegria pública em que os discretos aparavam as penas, e saíam com várias obras, saiu sempre Sóror Violante com as suas e sobressaiu com vantagem conhecida. Nas Academias e Certames poéticos, que houve em seu tempo, levou sempre

Anno Histórico: Dom Frei Jorge de Santa Luzia

Dom Frei Jorge de Santa Luzia, natural de Aveiro, religioso de São Domingos, primeiro Bispo de Malaca, que governou santamente dez anos, e o Arcebispado de Goa catorze meses, com suas Orações e exercícios afugentou da Diocese de Malaca os dragões chamados ramões, inimigos especiais dos homens, que continuamente matavam muitos e de noite entravam nas casas, de que ficou livre aquele País até ao presente. Por ser Prelado zeloso, intentaram dar-lhe veneno em uma iguaria, que ele por revelação divina conheceu, mas não descobriu os culpados. Com espírito profético avisou ao Governador de Malaca, que se achava desarmado e descuidado dos Achens, por haver pazes com eles, que se preparasse, porque na noite do dia seguinte seria а cidade acometida repentinamente por aqueles fingidos amigos e com muito grande poder. Todos se riram do aviso, só o Governador, que tinha o Bispo por Santo, lhe deu crédito, e se preparou a esperar os Achens, que com efeito chegaram na seguinte noite com uma poderosa

Anno Histórico: Beata Margarida Fernandes

Beata Margarida Fernandes, natural da Vila de Estremoz, Terceira Dominica, guiada de impulso superior, entregue toda nas mãos do desengano, deixou tudo o que na vida lhe podia levar os afectos, e partiu deste Reino a visitar os Lugares Santos de Jerusalém. Depois de tão larga peregrinação, em que padeceu e mereceu muito, voltando a Itália (cujos Santuários visitou também) fez assento em Bolonha, atraída do amor e devoção, que sempre teve ao seu glorioso Padre São Domingos. Ali fez abrir em uma penha uma concavidade, onde se sepultou em vida, entregue toda aos exercícios da penitência, e contemplação. Foi seu trânsito neste dia, ano de 1540. Jaz aos pés do seu Santo Patriarca, como digna filha e fiel imitadora de tão Santo Pai. (Anno Histórico, vol. I, par. III, p. 106)

Anno Histórico: Frei Francisco Foreiro

Frei Francisco Foreiro da Ordem dos Pregadores, Varão doutíssimo na Teologia Escolástica e Moral, e na Sagrada Escritura. Teve inteira notícia das línguas, Latina, Grega e Hebraica. Foi Pregador dos Reis Dom João III e Dom Sebastião. Este o mandou por seu Teólogo ao Concilio Tridentino, onde, com suas grandes letras, se acreditou a fi e à nação Portuguesa. Os Padres do Concílio lhe deram a incumbência de reformar o Breviário e Missal Romano, e de compor o Catecismo também Romano, que com este nome saiu à luz. Imprimiu depois excelentes comentários sobre os Salmos, e sobre os livros de Salomão e Profetas menores, e fez de todos uma nova versão, conforme a raiz Hebreia, como tão senhor da mesma língua. Compôs outro tomo sobre Job, que ficou manuscrito. Fundou para a sua Religião o Convento de Almada defronte de Lisboa, e neste dia passou a lograr o prémio de seus trabalhos, e religiosas virtudes, ano de 1581. (Anno Histórico, vol. I, par. II, p. 69)

Anno Histórico: São Gonçalo

São Gonçalo, Taumaturgo Português, e glória de Portugal, espelho claríssimo de virtudes, fonte perene de portentosas maravilhas: Logo que recebeu o santo Baptismo, pôs os olhos em uma Imagem de Cristo Crucificado com prodigiosa atenção, como mostrando, que só aquele Senhor seria o alvo dos seus afectos, o centro das suas adorações. Estudou as letras sagradas, e por elas foi promovido ao governo de uma Igreja, onde começou a dar claras provas do zelo em que ardia da salvação dos próximos; mas, largando-a brevemente a um sobrinho seu, partiu para os Lugares Santos de Jerusalém, a desafogar em rios de amorosas lágrimas, os ardores do coração. Voltando a Portugal, entrou na sagrada Religião dos Pregadores e em todos estes Estados, resplandeceu por modo admirável: Estudante na modéstia; Pastor na vigilância e Peregrino na paciência; Religioso nas virtudes todas e em todas, em grau eminentíssimo. Entregue ao Exercício da Pregação, colheu copiosos frutos. Porém, a eficácia do seu zelo, o ard

Anno Histórico: Beato Fr. Pedro

O Beato Fr. Pedro, Converso da Sagrada Оrdem dos Pregadores, Varão de vida inculpável, de prodigiosa penitência, e de exímia caridade com о próximo, pela qual era geralmente chamado о Pai dos pobres. Comprovou Deus as excelentes virtudes deste seu Servo com raros prodígios, e dom de profecia. Foi seu transito neste dia (que ele predisse muito antes) com setenta anos de idade no de 1528. Querendo dar seu corpo à sepultura o acharam com duríssimos calos nos joelhos da contínua oração, e um áspero cilício tão embebido na carne, que dificultosamente se lhe pôde arrancar. Jaz no seu Convento de São Domingos de Évora. (Anno Histórico, vol. I, par. I, p. 62)

Anno Histórico: Frei Jerónimo da Azambuja

Frei Jerónimo da Azambuja, natural da Vila deste nome, e por essa causa chamado vulgarmente Oleastro: Religioso da Ordem dos Pregadores, um dos Teólogos que El Rei Dom João III mandou ao Concílio Tridentino; depois Inquisidor do Tribunal do Santo Ofício em Lisboa. Foi versadíssimo nos idiomas grego e hebraico: compôs selectíssimos Comentários sobre os primeiros cinco livros da Escritura, outros sobre Isaías, e outros, que ainda não viram a luz, merecendo-a singularmente todos, pela celebradíssima profundidade e agudeza de seu autor. Faleceu neste dia, ano de 1560. (Anno Histórico, vol. I, par. II, p. 35)

Anno Histórico: Beato Frei Vicente de Lisboa

O Beato Frei Vicente de Lisboa (a quem a Pátria deu o sobrenome) foi religioso da sagrada Ordem dos Pregadores e Provincial dela em toda a Espanha, e na mesma o primeiro Inquisidor Geral, Confessor e Pregador d’El-Rei Dom João I. Insigne em letras, como mostrou na composição de muitos livros, que a incúria dos portugueses sepultou no esquecimento. Mais insigne ainda em virtudes, comprovadas com muitas maravilhas, que obrou em vida, e depois da morte. Por umas e outras, conseguiu na voz universal do povo e nas penas de gravíssimos autores antigos e modernos, o nome de Beato. Dele se conta um caso memorável. Havia discorrido muitos anos por várias províncias da Cristandade em serviço da Igreja e da sua Religião; voltou a Lisboa e pregando na Freguesia de São Nicolau, onde nascera, ao descer do púlpito se chegou a ele uma velha, e cobrindo-o de bênçãos, lhe dava os parabéns do Sermão, e os dava por lhe haver dilatado a vida (dizia para os circundantes) até chegar a ver aquele Padre, feit

Anno Histórico: Soror Margarida de São Paulo

Soror Margarida de São Paulo, chamada no século Dona Margarida de Noronha, filha dos Condes de Linhares Dom Francisco de Noronha e Dona Violante de Andrada, entrou Freira no Mosteiro da Anunciada de Lisboa, onde já tinha duas irmãs, ambas de excelentes partes; em tudo as venceu com excelso superior: escrevia com tanta perfeição e pintava com tanta valentia, que era uma rara admiração dos homens mais peritos, que havia em seu tempo naquelas artes: tocava com singular destreza todos os instrumentos; sabia perfeitamente as línguas latina, francesa, italiana e inglesa. Vindo a Lisboa Filipe III foi assistir à profissão de uma Freira, que entrou na Anunciada, e sendo Soror Margarida Prioresa, fez a prática diante d’el-Rei com tanta gravidade e repouso, com tanta eloquência e discrição, que admirou toda a Corte. Compôs nas línguas latina e portuguesa excelentes discursos sobre matérias espirituais. Morreu neste dia, ano de 1626, com oitenta e seis de idade. (Anno Histórico, vol. I, par. VI

Anno Histórico: Dom Francisco de Castro

No mesmo dia (1 de Janeiro), ano de 1653, morreu o Inquisidor Geral Dom Francisco de Castro, Varão insigne em nobreza, virtudes, letras, justiça e inteireza. Foi teólogo, Reitor da Universidade de Coimbra, Presidente do Tribunal da Mesa da Consciência, e depois Bispo da Guarda treze anos, e ultimamente Inquisidor geral e Conselheiro de Estado de grande nome e autoridade. Fundou a grande e magnífica Capela de Corpus Christi do Convento de Benfica da Ordem de S. Domingos, meia légua distante de Lisboa, a Casa do Noviciado do mesmo Convento, e junto a ele umas casas para retiro dos Inquisidores gerais deste Reino. Foi Varão digníssimo dos sublimes elogios, que dele fazem vários autores. (Anno Histórico, vol. I, par. XV, p. 18)