Ossos de Santo

Huesos de Santo é o que se come por estes dias em Sevilha. São doces, com formas de ossos, como por exemplo as nossas tíbias, que se comem para festejar o dia de todos os santos. Vendem-se em quase todas as pastelarias, embora os mais conhecidos sejam os da Campana, com montra alusiva e tudo, ou os do Corte Inglés, que tem sempre de tudo. Hoje, aqui no convento, os ditos huesos foram regados com vinho do Porto, que trouxemos de Portugal.
Quando venho a Sevilha, e tenho tempo livre, dou sempre as minhas (mesmas) voltas: ir à catedral, à missa canonical, em latim, com os ofícios e órgão. Depois passear pelas mesmas ruas, as de sempre, parando aqui e ali, entrando numa loja ou numa igreja, recordar o que não consigo esquecer.
E estar no convento. Sentir-me em casa, à vontade, falando dos assuntos da mesa, hoje ao jantar de um filme/documentário que se estreou aqui no Convento: lo conocido por conocer. Um filme de promoção vocacional, que nasceu da ideia dos frades mais novos, de grande beleza em termos de imagem, mas que deixa a desejar no que diz respeito ao guião. No meu modesto parecer, perde muito a dimensão comunitária da nossa vida dominicana, pois o documentário resume-se a um frade, estando todos os outros em função dele. Mas é uma boa iniciativa, sem dúvida nenhuma.
E, agora, descansar. Sevilha acaba por cansar pelo muito que se anda sem se dar conta... Amanhã, é feriado aqui em Espanha. Neste convento haverá a celebração da tomada de hábito de 4 noviços. E depois regressar a Lisboa, que nem tudo na vida é passeio.

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