Os direitos e deveres de ser católico
Há uns anos atrás criou-se a categoria do católico não-praticante para englobar os que se diziam batizados mas sem prática de Missa dominical. Identificados mas não comprometidos. Uma plataforma cómoda para quem, na Igreja, quer ter direitos mas não quer ter deveres.
Ora aqui está um rótulo equívoco. Pergunto: Ser praticante resume-se a ir à Missa ao domingo? E no resto da semana? Pode ser-se não praticante? Que engano! E qual é a cota, o limite, para se considerar praticante ou não?
No meu entender é tão não-praticante o que não vai à Missa mas depois é coerente com o Evangelho, como também o que vai todos os domingos à Missa mas, depois, de vida cristã, nada.
Por isso, o melhor é deixar de usar esta categoria redutora que quer dizer tudo mas que não diz nada.
Porque ser católico implica necessariamente ser praticante. Ou se é ou não se é e ponto final. E a prática católica não se reduz à Missa dominical (também não quero dizer que não é importante ir à Missa... que seria de mim?). Ser católico é viver em plenitude - mesmo sabendo que, depois, na prática, é mais complicada essa plenitude - as grandes dimensões que Cristo nos deixou e que a Igreja continua através do seu ministério: anúncio, celebração e caridade. O católico é o que pratica a sua fé pelo anúncio do Evangelho (que passa, antes de mais, por vivê-lo na sua vida), pela sua celebração em comunidade (a fé é dom de Deus que se partilha; a fé não é assunto privado) e, finalmente, pela caridade, colocando-se ao serviço do próximo, ajudando-o nas suas necessidades.
Eu ainda uso esta categoria mas explico-a ou peço explicações, para desmontar esta falsa ideia de quem anda a brincar ao toca e foge ou usa a Igreja para os seus interesses. E também digo que ser católico exige uns mínimos, que serão sempre mais que batismos, casamentos e funerais. Mais do que nunca, na Igreja, terá que prevalecer a qualidade e não a quantidade porque, também temos de reconhecer, às vezes tratamos excecionalmente quem raramente aparece na Igreja e descuramos os do dia-a-dia, comprometidos e empenhados na comunidade cristã. Dizia-me, há tempos um cónego, que nós na Igreja, muitas vezes, nos casamentos, a noivos que praticam zero, somos capazes de celebrar-lhes missa e até com três padres, mas se for a catequista da paróquia nem a Missa tem direito no dia do seu casamento porque temos já muitas Missas.
Bem sei que o acolhimento é mais belo que a recusa e que devemos ter um especial cuidado por quem anda afastado. Também é aqui oportuno o comentário de uma senhora ao seu pároco quando, numa Missa, passou a homilia a dar recados aos não-praticantes. Disse-lhe a senhora: senhor prior enganou-se no público: nós somos as beatas. Os não-praticantes não vêm à Missa!
Ora, a missão da Igreja será sempre, e talvez agora mais do que nunca, aproveitar estas celebrações para chamar, trazer de volta e não para ralhar.
Mas também seria bom que os que se auto-proclamam católicos não-praticantes tirassem as consequências do poleiro onde se meteram, porque, no final, se não lhes fazemos todas as vontades, vêm sempre com a mesma resposta: é por estas e por outras que eu deixei de vir à Igreja. Que fraco argumento.
Ora aqui está um rótulo equívoco. Pergunto: Ser praticante resume-se a ir à Missa ao domingo? E no resto da semana? Pode ser-se não praticante? Que engano! E qual é a cota, o limite, para se considerar praticante ou não?
No meu entender é tão não-praticante o que não vai à Missa mas depois é coerente com o Evangelho, como também o que vai todos os domingos à Missa mas, depois, de vida cristã, nada.
Por isso, o melhor é deixar de usar esta categoria redutora que quer dizer tudo mas que não diz nada.
Porque ser católico implica necessariamente ser praticante. Ou se é ou não se é e ponto final. E a prática católica não se reduz à Missa dominical (também não quero dizer que não é importante ir à Missa... que seria de mim?). Ser católico é viver em plenitude - mesmo sabendo que, depois, na prática, é mais complicada essa plenitude - as grandes dimensões que Cristo nos deixou e que a Igreja continua através do seu ministério: anúncio, celebração e caridade. O católico é o que pratica a sua fé pelo anúncio do Evangelho (que passa, antes de mais, por vivê-lo na sua vida), pela sua celebração em comunidade (a fé é dom de Deus que se partilha; a fé não é assunto privado) e, finalmente, pela caridade, colocando-se ao serviço do próximo, ajudando-o nas suas necessidades.
Eu ainda uso esta categoria mas explico-a ou peço explicações, para desmontar esta falsa ideia de quem anda a brincar ao toca e foge ou usa a Igreja para os seus interesses. E também digo que ser católico exige uns mínimos, que serão sempre mais que batismos, casamentos e funerais. Mais do que nunca, na Igreja, terá que prevalecer a qualidade e não a quantidade porque, também temos de reconhecer, às vezes tratamos excecionalmente quem raramente aparece na Igreja e descuramos os do dia-a-dia, comprometidos e empenhados na comunidade cristã. Dizia-me, há tempos um cónego, que nós na Igreja, muitas vezes, nos casamentos, a noivos que praticam zero, somos capazes de celebrar-lhes missa e até com três padres, mas se for a catequista da paróquia nem a Missa tem direito no dia do seu casamento porque temos já muitas Missas.
Bem sei que o acolhimento é mais belo que a recusa e que devemos ter um especial cuidado por quem anda afastado. Também é aqui oportuno o comentário de uma senhora ao seu pároco quando, numa Missa, passou a homilia a dar recados aos não-praticantes. Disse-lhe a senhora: senhor prior enganou-se no público: nós somos as beatas. Os não-praticantes não vêm à Missa!
Ora, a missão da Igreja será sempre, e talvez agora mais do que nunca, aproveitar estas celebrações para chamar, trazer de volta e não para ralhar.
Mas também seria bom que os que se auto-proclamam católicos não-praticantes tirassem as consequências do poleiro onde se meteram, porque, no final, se não lhes fazemos todas as vontades, vêm sempre com a mesma resposta: é por estas e por outras que eu deixei de vir à Igreja. Que fraco argumento.