Os bons não morrem

Morreu mais uma pessoa boa. Esta pessoa, que eu hoje quero lembrar é D. Manuel Martins, primeiro bispo da diocese de Setúbal. Na minha vida cruzei-me duas com ele, em momentos circunstanciais, o que não deu para ele se lembrar de mim mas de eu me lembrar dele. Como Bispo de Setúbal foi duplamente incompreendido: de uma parte algumas correntes políticas que o apelidaram de "bispo vermelho", e também pela própria Igreja, a hierárquica, que achava que ele defendia demasiado os pobres e os trabalhadores, naqueles tempos quentes e problemáticos da outra margem. Mas o tempo, que tudo cura e reabilita, fez deste homem uma voz libertadora e ousada, sem medo dos "castigos" e represálias que pudessem vir contra ele. Como crente, como bispo, não ficou nas teorias do púlpito ou da Cátedra, não se limitou a dizer que era preciso ajudar os pobres e marginalizados, os desempregados e explorados. D. Manuel dizia e fazia. Era exemplo e dava exemplo. E assim conquistou não só ...