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A mostrar mensagens de maio, 2016

Um desenho de despedida

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Ontem suspendemos a Missa Vespertina no convento. Recomeçaremos em Setembro. A Madalena, no final da Missa, ofereceu-me este desenho, dizendo que eu era o do meio! Favorecido, claro está. Obrigado Madalena.

A trasladação do corpo de São Domingos

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O Beato Jordão de Saxónia, sucessor de São Domingos, escreveu um pequeno opúsculo sobre a origem da Ordem dos Pregadores. No fim, escreve sobre o dia da trasladação do corpo do nosso fundador: "Chegou, pois, o célebre dia da trasladação deste doutor exímio: presentes o venerando arcebispo de Ravena e uma multidão de bispos e prelados; aflui a devoção de uma multidão incontável de diversas regiões, comparecem tropas armadas dos cidadãos de Bolonha para evitarem que lhes levassem o santíssimo corpo. Os irmãos estão perplexos, pálidos e, cheios de medo, oram temendo, quando se não deveria temer (Sal. 13,5), que o corpo de São Domingos que tinha permanecido tanto tempo sob a inclemência da chuva e do calor enterrado num sepulcro vulgar, como um cadáver qualquer, aparecesse, quando fosse aberto o caixão, cheio de vermes, cheirando mal e assim ficasse obscurecida a devoção a tão grande santo. Não sabendo o que fazer, a única consolação foi recomendar-se inteiramente a Deus. Ap

Três pontos

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Nesta manhã assinalo três pontos, de vista e de vida: 1. Tenho uma t-shirt branca com este provérbio escrito: Mantém uma verde árvore plantada no teu coração e talvez venha um pássaro nela cantar . Temos no nosso jardim um pássaro que passa o dia a cantar. Hoje, pelas sete horas, acordei com a sua música. É afinado, de tom forte e harmoniosa melodia. Instalou-se na zona dos primeiros quartos, que é a mesma zona do recreio da comunidade. Uns acham-lhe muita piada, outros perguntam-se que pássaro será e, um ou outro, reclamam a dizer que nunca se cala. Eu sou dos primeiros. Gosto de o ouvir cantar, que se intrometa no silêncio, nas conversas e que vá cantando neste verde do nosso convento. 2. Os Dominicanos celebramos hoje uma das duas festas de São Domingos. A oficial e e litúrgica é no dia 8 de Agosto, a data mais perto do dia da sua morte mas, como estamos muito dispersos por causa das férias, celebramos hoje o nosso fundador. Porquê? Porque neste dia, em 1231, fez-se a traslada

A Carta de São Tiago

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Durante esta semana lemos à na Missa diária, a Carta de São Tiago. Lutero chegou a escrever, numa primeira edição da tradução da Bíblia, que a Carta de São Tiago era uma " carta de palha " porque, dizia ele, não reconhecia nela nenhuma atitude evangélica. Compreende-se, porque Lutero se agarrou muito à questão da fé. Mas a comunidade luterana, apesar do comentário de Lutero, acolheu bem a carta e consta do cânon da Sagrada Escritura. Mas não é verdade dizer que na Carta de Tiago não se encontrem atitudes evangélicas. Dei comigo, toda a semana, a pensar que a carta era quase um decalque da pregação de Jesus. A Carta de São Tiago é uma carta dura, de crítica aos cristãos que  achavam que se podia ser cristão sem compromisso social. Também, durante a semana, pensei várias vezes que é uma carta actual. A crítica que faz à riqueza injustamente ganha e, pior ainda, não repartida; a chamada de atenção aos perigos que ameaçam a caridade fraterna, e do cuidado para com os enfer

O sal é coisa boa

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Esta frase escutamo-la hoje no Evangelho. Jesus usa várias vezes esta imagem do sal. Eu lembro-me de duas: uma em que diz que nós somos o sal da terra e a outra é esta de hoje. Ser sal. Lembro-me que quando fui ordenado diácono duas religiosas ofereceram-me duas prendas singulares: uma foi um avental (o diácono é aquele que está ao serviço) e a outra ofereceu-me um frasco de sal com a etiqueta a dizer: Tu és o sal da terra! Ser sal significa ser equilibrado: nem salgado nem insosso (nem sonso!). Na Bíblia o sal tem uma função purificadora e também de força. Ser sal é dar sabor à vida, sentir-se temperado por Deus e temperar o mundo com o sal de Deus. Ser sal é não perder a força da vida e da esperança. Ser perdemos a força de Deus tudo está perdido, insosso, sem força e sem sabor. Tal como sal sem sabor não serve para nada, só para deitar fora.

João 13 sem-abrigo

A Associação João 13 de que faço parte vai suspender a sua actividade no Centro Laura Alves no próximo dia 24 de Maio. O Jornal Público noticiou hoje online o facto,  abrindo a porta da esperança para um futuro breve. A notícia está aqui . Há uns anos, numa peça de teatro de comédia, um actor dizia a brincar: o pobre é sempre um desgraçado: se lhe dão meia carcaça com manteiga e ela cai, cai com o lado da manteiga para o chão. Com mais calma escreverei sobre o assunto da João 13 mas hoje, quero assinalar os 7 meses de existência da João 13. Tudo começou a 10 de Maio mas foi no dia 6 de Outubro que acolhemos as oito primeiras pessoas que foram ter connosco. De oito ultrapassámos o 80! Bendito seja Deus que nos impele a fazer o bem sem vergonha e sem preconceitos. Nota: a fotografia não pertence à João 13 nem foi tirada no Centro... nós não usamos luvas!

O melhor caminho

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Acontece na vida das pessoas e das instituições haver injustiças. Seja por difamações seja com incompreensões ou até mudança de atitudes. É feio e, passe a redundância, é injusto. Mas, diante delas, há, à partida, dois caminhos: o da vingança ou o da defesa. O da vingança é sempre o pior caminho. Como diz um pensamento rabínico " quem se vinga está a regredir e quem perdoa a progredir ". A vingança perde a força da verdade e não leva a lado nenhum. A vingança é descer ao à baixeza do acto e de quem o comete. Não é, portanto, o caminho. A alternativa é o da defesa. Defender não quer dizer atacar. Defender é estar do lado da verdade, é colocar um travão no mal que quer alastrar. Na Bíblia lê-se: " Se soprares a uma faúlha, ela inflama-se; se cuspires sobre ela, ela apaga-se; ambas as coisas saem da tua boca " (Ben-Sirá 28, 12). O próprio Jesus, diante de Anás, quando o soldado lhe dá uma bofetada, não se vinga, defende-se, perguntando o porquê. Para quem tem fé est

Em dia de São Filipe

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Hoje é dia de São Filipe. Antigamente, nas Ordens e Congregações religiosas, quem professava mudava de nome, invocando de modo especial um santo já existente. Depois do Concílio, para valorizar, e bem, a dimensão baptismal da nossa consagração, mantém-se o nome do Baptismo. E a mim, apesar do meu primeiro nome ser José, desde sempre colocaram como dia do meu santo (onomástico) o dia de São Filipe, o Apóstolo. E celebra-se hoje. Tenho devoção a São José (que seria da Igreja e de mim sem ele!) a São Filipe, o Apóstolo, e também ao São Filipe de Neri, o santo sorridente. Mas hoje é dia de pedir ao Santo do meu nome que ampare o pecador que leva o seu nome.