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A mostrar mensagens de 2015

Bom ano 2016

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Que os braços misericordiosos de Deus Pai nos guardem e o olhar de Maria, Mãe de misericórdia velem a nossa vida durante 2016. Bom ano!

Uma família às direitas

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No domingo entre o Natal e o Ano Novo a Igreja celebra a festa da Sagrada família. É a continuação do mistério do Natal mas, ao mesmo tempo, perceber que este Menino que nasceu para nós, nasceu no seio de uma família. O Evangelho fala-nos de uma passagem difícil para qualquer família: a perda de uma criança. O pânico do desaparecimento, o desespero da procura e, finalmente, a alegria do encontro. A resposta de Jesus é uma resposta que já é, de certa maneira, programática: ocupar-se das coisas do Pai. Todas as famílias têm problemas, e a Igreja está a dar-se conta de que não é tudo tão linear. Mas uma coisa deve ser transversal às famílias: o acolhimento e a alegria do encontro. Bom domingo.

Boas festas

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Bom Natal, com simplicidade e alegria.

Rimas ao Menino Jesus - Dia 24

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Acabaram ontem as antófonas do Ó. O dia 24 é advento até ao final do dia. A partir da primeira estrela, a Vésper, a humanidade, seja qual for o motivo, começa a celebrar o dia e a hora que mudou a história. Mas a piedade popular, que é forte e sábia, não deixa o dia em branco. A rima deste dia reza assim:  Vinde já, ó Deus Menino, Vinde, não vos detenhais, A minha alma Vos espera, Já não pode esperar mais.

Rimas ao Menino Jesus - Dia 23

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No penúltimo dia de Advento, a liturgia convida-nos a contemplar Cristo, o Emanuel, ou seja, o Deus-connosco. Esta é a realidade do nascimento de Jesus e de o continuarmos a celebrar ainda hoje. O Natal não é uma questão social, cultural ou de tradições. O Natal é a celebração do encontro de Deus com a humanidade; de se ter feito um de nós, um entre nós, um Deus-connosco. A rima deste dia reza assim: O Menino é Deus-connosco, Vem para ser nosso irmão; Em todo o pranto e desgosto Ele sempre nos deita a mão.

Cultura de Natal

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Não sei se gosto dos contos de Natal. E não sei se me vou conseguir explicar. É como um confrade que gosta de grelos e de arroz mas não gosta de arroz de grelos! Em geral gosto dos contos, gosto das histórias de Natal (relatos evangélicos ou espirituais ou inspirados), mas não gosto que se pegue num argumento com um final feliz, se ponha umas estrelinhas ou uma árvore de Natal e se diga que é um conto de Natal. Defeito e esquisitice minha, claro está, mas a minha sensibilidade não chega a ler um texto localizado numa noite de Natal e exclamar, no fim: é um conto de Natal! Espero não ser polémico mas o conhecidíssimo Charles Dickens com os seus contos de Natal... os contos estão cheios de influências da tradição e cultura cristã mas, para mim, não faz das histórias, por mais humanas e nobres que sejam, um conto de Natal. Já o conto de Natal de Vitorino Nemésio me encanta como conto de Natal. A partir de um neto que não quer comer a sopa, a avó vai contando, a seu jeito e interrompida

Rimas ao Menino Jesus - Dia 22

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O Rei das nações é o Messias esperado. Aquele que Abraão quis ver, que os profetas anteciparam a sua vinda, o que fez exaltar João Baptista no seio de sua Mãe. O Rei das nações é o que julga com justiça e misericórdia, não segundo os nossos critérios mas segundo as intenções dos corações que só Deus conhece. O Rei das nações quer ser também o Rei dos nossos corações. A rima deste dia reza assim: Vai nascer numas palhinhas O grande Rei das nações Vem abrandar a dureza Dos humanos corações.

Rimas ao Menino Jesus - Dia 21

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A passos largos para o Natal, neste dia 21 a Igreja canta o que espera, chamado o Messias de "Oriente". Dava um tratado falarmos sobre o Oriente na tradição cristã. Mas para nós, hoje, basta lembrar que assim como o sol nasce do lado Oriente e aquece as nossas vidas, assim este Menino será para quem abrir as portas do seu coração o sol que nasce e aquece a vida e o mundo. O Oriente é Jesus e o seu dia, o dia luminoso do seu nascimento. A rima que acompanha este dia reza assim: O Menino é como o Sol, Assim que nasce alumia; Ó ditosos pecadores, Já lá vem rompendo o dia.

Rimas ao Menino Jesus - Dia 20

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O dia de hoje calha com o domingo. Independentemente disso, a antífona do Ó lá vem, invocando o Messias como a Chave que abre o que está fechado e fecha o que está aberto. Cristo é, de facto, a chave que interpreta a nossa vida, que nos abre para a graça e fecha para o pecado. A rima popular deste dia reza assim: O Menino lá na gruta Vai nascer entre animais, Feito chave para abrir O Paraíso aos mortais.

Bendita és tu entre as mulheres

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A nossa caminhada de Advento termina com a figura sempre bela de Maria, a mãe de Jesus. O Evangelho narra-nos o encontro de duas mulheres agraciadas por Deus: Isabel, que concebe na sua velhice, e Maria, a cheia de graça, que concebe por obra e graça do Espírito Santo. Encontram-se as mães, encontram-se os filhos, e João exulta de alegria. Quem se encontra com Jesus encontra uma grande alegria no seu coração. Maria foi mãe e foi discípula. É mais feliz por ter acreditado que por ter concebido. São mais importantes os laços da fé que os laços de sangue. Maria é louvada pela sua fé. A fé faz-nos mudar de vida e viver a nova vida com alegria. Esse é o grande dom que Deus nos dá: pela fé renasce a esperança, a paz e a alegria nos nossos corações. Bom domingo!

Rimas ao Menino Jesus - Dia 19

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Sinal de esperança e de Salvação é o tema da antífona do Ó deste dia, que nos fala da Raiz de Jessé, sendo que Jesus, o Messias, é desta árvore, como nos conta a genealogia. A rima popular reza assim: O Menino é a Bandeira A guiar a procissão Dos que vai levar consigo À eterna salvação.

Rimas ao Menino Jesus - Dia 18

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Na sequência das antífonas do Ó, hoje invoca-se a Cristo como Senhor e Guia. Cristo é quem guia as pessoas e o mundo para o bem,  Cristo é o condutor da nossa vida, o caminho a percorrer. A rima de hoje reza assim: "O Menino vem por Guia Para nos levar pela mão A todos nós tão ceguinhos Perdidos na escuridão."

Rimas ao Menino Jesus - Dia 17

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No dia 17 começa a novena do Natal. Surgem as Missas do parto, as invocações de Nossa Senhora do Ó (poque, a partir de hoje as antífonas do Magnificat começam todas por Ó) ou da Esperança ou ainda da Expectação. A Antífona de hoje começa por invocar a Sabedoria: Ó Sabedoria que saíste da boca do altíssimo atingindo de uma a outra extremidade e tudo dispondo com firmeza e suavidade: Vem ensinar-nos o caminho da prudência. A rima de hoje, chama o Senhor por Mestre, Aquele que nos ensina a sabedoria, e reza assim: O Menino vem por Mestre Para a todos ensinar Santa Fé que leva ao Céu Com esperança de lá chegar.

Rimas ao Menino Jesus

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Amanhã começa um tempo de maior intimidade e preparação para o Natal. Dia 17, nove dias faltam para o dia, Semana do Ó, como já é conhecida. Ao longo dos próximos dias irei aqui publicar uma fotografia de presépios que me ofereceram e tenho no meu quarto, guardados ou espalhados nas prateleirtas. Irão para o corredor, onde costumo montar o presépio. A acompanhar a fotografia que cá colocarei, uma quadra ao Menino Jesus, das que cantava há 20 anos atrás no Seminário, recolhidas da tradição popular do nosso Portugal. A de hoje, dia 16, que acompanha o primeiro presépio a ser exposto, oferecido pelos meninos da Ajuda de Berço, fala da promessa do Redentor, feita por Deus a Adão depois do primeiro pecado e rima assim: Infeliz Adão não chores Sustém o pranto e a dor: Vai nascer da Virgem Mãe O menino Redentor.

D. Francisco Rendeiro

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Os dominicanos portugueses lembram hoje D. fr. Francisco Rendeiro, nos cem anos de nascimento. Foi frade dominicano, de grande relevo, e depois bispo do Algarve e de Coimbra, onde veio a falecer. Já serão poucos os que dele se lembram, mas todos dizem ser um homem alegre, simples e afável. A falta de tempo  não me deixou fazer uma pesquisa tão detalhada e merecida mas, ainda assim, quero deixar aqui transcrita a primeira página de um livro de Crónicas, que ele começou, em Aldeia Nova, que foi um Seminário menor que tivemos nos idos anos 40... Encontrei este livro há poucos meses para um filme que se está a produzir sobre este lugar do Olival, o Seminário de Aldeia Nova. Aqui a deixo, imaginando a noite daquele dia 6 de Junho, data da primeira página, em que, provavelmente à noite, no silêncio da casa, escreveu estas linhas: " Há muito tempo que desejava dar início a esta Crónica. O livro está preparado  talvez há dois ou três anos, mas a falta de tempo tem impedido fazê-lo.

Sem manipulações

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Que devemos fazer?

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A meio da nossa caminhada para o Natal, entramos no conteúdo da pregação de João Baptista. João não é um homem teórico. Ele ensina o que vive, quer pela sua própria vida, marcada pela austeridade, quer pelos conselhos que dá a quem dele se aproxima. Todos lhe fazem a mesma pergunta: que devemos fazer? Que devemos fazer para acolher o Reino de Deus? E João centra as respostas em duas atitudes: a partilha e a prática da justiça. A partilha e a prática da justiça são dois valores do Reino que o nosso mundo vai conhecendo mas em dose reduzida. Partilhar significa sair do egoísmo, da maneira cómoda de viver, de ser sensível para com a fome e as desgraças do mundo. E a justiça significa querer bem ao outro, reconhecer-lhe ou devolver-lhe a dignidade perdida. Não esquecer que são seres humanos como nós. Neste tempo de Advento as sociedades são mais sensíveis a estes dois aspectos: partilha pela solidariedade, justiça pelo perdão. Não deixemos nós de nos perguntarmos o que devemos fazer par

Preparai o caminho

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Figura incontornável do Advento é João Baptista. Nasceu antes de Jesus, começou a viver a vida antes de Jesus, preparou-lhe o caminho, apresentou-o ao mundo. João aparece-nos no Advento porque mais do que preparar o caminho preparou os corações. O coração é o ponto de encontro entre Deus e a humanidade. João teve esta importante missão: chamar à conversão para podermos acolher Jesus, a sua mensagem, a sua boa nova. A nossa vida, o nosso mundo precisa sempre de conversão. Temos sempre que aplanar qualquer montanha de egoísmo, endireitar qualquer caminho de justiça, preparar o nosso coração para acolher aquele que nos traz a salvação. Se os imperativos da semana passada eram vigiai e orai, o desta semana é preparar. Há trabalho a fazer, caminho a percorrer. E João Batista indica-nos aquele que é o caminho, a verdade é a vida: Jesus, alegria dos nossos corações. Bom domingo!

Dor de mãe

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Pediram-me para substituir um padre num hospital. Fui, tranquilamente, para celebrar a Missa. No final, lágrimas e dor: um menino de 13 meses a morrer nos cuidados intensivos pediátricos. Os pais, ainda novos, desfeitos em lágrimas, vinham chamar a avó, para se despedir do menino. A avó agarrou-se a mim a chorar, eu ainda paramentado, e a pedir-me para que fosse com ela ver o menino e rezássemos juntos por ele. Lá fui eu, com os pais e a avó. Pelo caminho a avó rezava: Jesus, tu ressuscitaste Lázaro, não deixes morrer o menino. E o menino lá estava. Aparentemente a dormir mas o choque eléctrico de que foi vítima atacou-lhe o cérebro e não há nada a fazer. Impus-lhe as mãos, rezámos uma Avé Maria enquanto os pais cobriam o menino de beijos. Eu afastei-me e eles continuavam a implorar a Deus e ao menino que não fosse esse o final, que ele ficasse. São estas as dores incuráveis: pais que perdem os filhos, com poucos meses de vida. Também a mim, nestes momentos, vêm as nuvens do porqu

A vida escapa-nos

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Vigiai e orai

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Começamos hoje, na Igreja e em Igreja, um ano novo é um tempo novo. E o Evangelho deste primeiro domingo do ano e do Advento fala-nos do fim deste mundo para que venha um mundo novo. Todos fazemos esta experiência: quantas mortes têm que existir para que venha uma vida nova... Quantos nãos temos de dizer para que o sim possa ser dito, quantos males temos de evitar para que o bem nasça? De quantas coisas temos de abdicar, às vezes até contrariados, para alcançarmos outras mais úteis e mais benéficas? Também na fé acontece o mesmo: para que venha o novo tem de morrer o velho, para haver paz tem de morrer a guerra, para haver perdão tem de morrer o ódio... Mortes que geram vida. Li num cartaz de uma igreja: " a vida escapa-nos das mãos: ou como areia ou como semente ". E este é o desafio do que o Senhor nos pede: vigiai e orai. Vigiar é estar atento, é viver a vida com intensidade, não na loucura, não no excesso, mas atentos às necessidades dos irmãos. E rezar. Ontem, em Na

Um lugar de paz

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" Ubi Deus ibi pax ". Onde está Deus aí está a paz, estava escrito na ombreira de uma porta da pequena vila de Assis. Sim, fui hoje a Assis. De repente, ou não programada, tendo acabado ontem os trabalhos, disse que estava a pensar ir a Assis e dois irmãos quiseram fazer-me companhia e lá fomos os três. Saímos manhã cedo, fomos de comboio e chegámos a meio da manhã. As montanhas de Assis tinham neve. A distância entre a estação de comboios e a cidade antiga pode fazer-se a pé, em tempos de sol. Mas o frio e a chuva, que ameaçava mas não era persistente, fez-nos ir de autocarro. Tudo é bonito e encantador em Assis. A começar pela calma (dizem que nos fins-de-semana e no verão é mais complicado), envolvida pela natureza e peka cidadela antiga, tudo se faz com calma, emoção e devoção. Começámos por ir à basílica de São Francisco, onde ele está sepultado. A intimidade da cripta, onde está o sepulcro do pobre de Assis, faz com que aquele lugar seja mesmo especial. Nessa basí

Apresentação do livro em vídeo

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O fr. José Manuel gravou a apresentação do livro de homilias e editou este filme que aqui deixo para quem quiser ver/ouvir, ao mesmo tempo que lhe agradeço a dedicação.

Restaurado

Uma boa notícia: foi restaurado o blogue Preparar o Domingo (http://preparararodomingo.blogspot.com). A partir de quinta-feira pode encontrar as leituras do domingo, com pequenas introduções e uma partilha, feita por leigos, para ajudar à celebração e à prática do Evangelho, ao ritmo da liturgia. Visitem e adicionem aos favoritos.

Uma passagem discreta

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Entre o Convento de Santa Sabina e o centro da cidade, quem faz o caminho a pé, pelo lado direito do Tibre, se se quiser atalhar, pode ir pelo bairro judeu. A Sinagoga de Roma, conhecida e vistosa é a cara do bairro que passa discreto. Outrora um gueto, hoje tem umas lojas de revendas, de pratas e de comida kosher são o resquício de um bairro que, noutras épocas foi de grande movimentação. Mas na esquina da primeira rua, com as portas voltadas para a Sinagoga está uma discreta capela, que é conhecida como Igreja de São Gregório da Divina Piedade. Esta igreja, de fachada simples, apenas com uma pintura de uma Cruz e de uma inscrição em latim e hebraico. Esta inscrição, segundo as notas do bairro, é tardia, do século XIX, em que se faziam as pregações de porta aberta para que os judeus ouvissem e se convertessem. A inscrição, longe de ser uma tentativa de diálogo inter-religioso, era mais uma provocação. Trata-se de uma citação do Antigo Testamento, do profeta Isaías, no capítulo 65,

Última aquisição

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Em Roma, para mais uma reunião da Comissão Litúrgica. Os trabalhos, desta vez, poderão ser muitos se cumprirmos a agenda, que trás muitos assuntos pendentes. Assim, se houver decisão, apesar dos poucos dias, poderemos dar um grande avanço. Cheguei ontem a Roma, sem atrasos, o que fez com que pudesse passear por Roma, aproveitando o sol, mesmo com frio. E fui ao Vaticano, entrei em São Pedro, rezei pelas várias intenções (desta vez houve mesmo pessoas amigas a pedirem que rezasse lá por elas) e acabei por ficar para a Missa. Missa concelebrada, no altar da cátedra, que fica detrás do altar do Papa. Missa em latim, presidida por um cónego da Basílica, que me convidou para estar ao lado dele. Falámos dos Dominicanos e dos Jesuítas, e da presença dos portugueses no Vaticano. Missa cantada - entre o gregoriano dos cantores da basílica e a polifonia e um coro da Austrália que tinha vindo cantar a São Pedro. No fim da Missa, regresso ao convento, para as Vésperas e o jantar-pizza, como é

Apresentação do livro de homilias

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Para os que não puderam estar ontem, aqui deixo o que disse na apresentação do livro das homilias do Ano C: Amigos, voltamos a reunir-nos um ano depois, para a apresentação do meu segundo livro de homilias. Dois de três, se Deus quiser, daqui a um ano aqui estaremos para fechar o ciclo de homilias que tenho vindo a pregar, nos últimos anos, aqui e na igreja do Campo Grande. Como disse no ano passado, estes livros de homilias não dispensam a ida à Missa nem querem ser uma memória escrita do que se disse em determinado domingo ou festa. Não são para o meu elogio nem para acrescentar ao epitáfio. Aliás, foi na segunda-feira, em Lamego, ao falar com uma senhora, de quem vou ainda falar mais à frente, que dei importância a este tipo de livros. Ela mostrou-me o livro do ano B, marcado no domingo que vem, e disse-me: senhor padre, não falha a leitura do seu livro em cada domingo. À noite, na apresentação, um senhor pediu a palavra para dizer o mesmo: que preparava o domingo a ler a h

Pequenez

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Ontem, a caminho de Lamego, voltei ao Penedo de São João. Senti-me tão pequenino... Ora reparem.

Jesus volta sempre

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Ontem, no final da Missa, uma menina ofereceu-me uns desenhos e umas frases que foi escrevendo. Este que escolhi resume bem o que vou dizer na homilia deste domingo. E sim, Jesus volta sempre. Bom domingo!

Livro de homilias - Ano C

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Com alegria anuncio e convido para a apresentação do meu próximo livro de homilias para o ano C. A primeira apresentação será em Lamego, na próxima segunda-feira, dia 16, pelas 21h no salão da paróquia de Almacave. Dois dias depois, no dia 18, será no convento onde vivo, pelas 18.30h, e será o fr. José Nunes a fazer a apresentação. Os lucros direitos de autor reverterão para a João 13.

Oração com os que sofrem e pelos que sofrem

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Amanhã, na Capela da Carreira, oração com os que sofrem e pelos que sofre. Às 21.15h.

Jubileus

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No sábado passado nós, dominicanos, demos início, em Fátima ao Jubileu dos 800 anos da confirmação da Ordem. Começou num dia especial para nós, o dia 7 de Novembro, dia em que fazemos festa de todos os Santos da Ordem. E, por todo o mundo, começámos esta caminhada de alegria e de festa, sem esquecer os pecados e erros, que terminará em 2017, no dia 21 de Janeiro, dia em que o Papa Honório III assinou a Bula que confirmava a Ordem dos Pregadores. Como seu lê na Bula, uma Ordem que seja, de nome e de facto, de Pregadores. Caminho que vai encontrar no próximo mês o jubileu da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco. "Misericórdia", palavra tão familiar e querida a toda a Ordem Dominicana. A primeira que oficialmente pronunciámos quando quisemos entrar: que pedes?, perguntou quem nos admitiu, "A misericórdia de Deus e a vossa", respondemos nós. Viver, partilhar e pregar a misericórdia de Deus será a melhor maneira de celebrar o Jubileu e também o desafio para

A ternura dos 40

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Pode ser que ninguém mos dê mas também ninguém mos tira. Eis-me chegado à ternura dos quarenta. E como diz a canção, "Meus amigos o importante é o sorriso para seguir viagem com a coragem que é preciso". E aqui vos deixo o Paco Bandeira com a ternura dos quarenta.

A humildade como fonte de santidade

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Hoje de manhã, depois de vir das compras e enquanto estava a arrumá-las com um irmão, falámos da intelectualidade e da arrogância que às vezes os que se acham intelectuais têm. E chegámos à mesma conclusão: Só se é intelectual quando se é humilde. Nem a propósito do dia de hoje, em que nós, dominicanos, celebramos a festa do grande São Martinho de Porres. Homem simples e humilde, que soube conviver com o facto de ser filho bastardo e mestiço, porteiro do convento de Lima, pôs ao serviço dos irmãos e dos pobres o que tinha aprendido de medicina. Homem evangélico, aprendeu de Jesus a simplicidade e a pobreza, a humildade e a alegria de servir. Exemplo para a Igreja e para a Ordem Dominicana de que a santidade é multiforme mas que só se alcança trilhando o caminho da humildade.

Bruxas? Não, prefiro os santos, obrigado.

Esta mania americanizada, ou sei lá bem de onde veio, de querer transformar este dia de todos os santos em dias das bruxas, não tem piada nenhuma. O nome, apesar de ainda ter reminiscências cristãs, é decorado, com um tremendo mau gosto, de teias de aranha, morcegos, abóboras iluminadas, caveiras e bruxas. Os meus freis angolanos estavam atónitos a ver as montras sem perceber. E eu dei comigo a pensar que estes carnavais obsoletos e importados estragam este dia, que devia ser de festa, e de lembrarmos os que nos precederam agora estão junto de Deus. Não consigo perceber a piada de ligar este dia a ossos e caveiras. Prefiro as auréolas e os santos, as suas vidas e exemplos, tantas palavras e obras de gente que não entrou nos catálogos das canonizações mas que gozam da mesma alegria de Deus. Servos e servas boas e fiéis que entraram na alegria do seu Senhor. Homens e mulheres discretos e simples, que aprenderam do seu Mestre a  passar a vida a fazer o o bem, que se entregaram a Deus ao

Mandatos

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Hoje, no Convento, haverá eleições. O prior cessou o seu mandato na semana passada e marcámos a eleição de prior para hoje. Neste interregno o subprior é quem orienta a vida comunitária e preside à eleição. Coube-me a mim esta tarefa: convocar os frades para a eleição, ir orientando a vida do dia-a-dia, presidir à eleição, que começa com a Missa do Espírito Santo. Depois do jantar procedemos à eleição como determinam as nossas Constituições. Aqui deixo a homilia da Missa desta tarde, pedindo que rezem por esta comunidade, para que seja um testemunho do Evangelho pela vida comum e pela pregação: Mandam as nossas Constituições que, nas eleições dos superiores, se celebre a Missa do Espírito Santo. É o que estamos a fazer não porque há uma lei que nos obriga mas porque acreditamos que a força de Deus nos acompanha, inspira e transforma. A Palavra de Deus que escutámos, diz-nos duas coisas que nos ajudam a orientar a nossa vida e em perceber que na base dos ministérios e ofícios

No fim deste dia

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Uma menina da Missa do Campo Grande fez este desenho e ofereceu-mo no fim da Missa. Quanto não vale a simplicidade das crianças...

Oração com os que sofrem e pelos que sofrem

Esta noite, pelas 21.15, oração com os que sofrem e pelos que sofrem. Nesta noite lembraremos os que sofrem a solidão, quer por terem perdido a companhia ou a alegria de viver. Na Capela da Carreira, Rua Gomes Freire, 70.

Ser bem falado

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Morreu, nesta tarde de domingo, o irmão mais velho da comunidade em que vivo. José de nascimento, Francisco Xavier de religião, mas simplesmente conhecido por frei Xavier. Oitenta e oito anos de idade, sessenta e dois dos quais como dominicano, irmão cooperador, a grande presença no convento de São Domingos. Dizia ele, várias vezes, que para alguém ser bem falado tinha de mudar de terra ou de morrer. E o fr. Xavier, apesar de ter morrido e mudado de terra, justiça lhe seja feita, foi e tem que ser bem falado. E, na sua vida - eu só convivi com ele dezassete anos - viveu para as várias comunidades por onde passou. Nos últimos anos tornei-me mais próximo, em primeiro lugar como prior, onde ele me ia aconselhando nas várias coisas da vida comum, depois como ecónomo e, agora como filho ou pai. Nas várias vezes que o levei ao hospital ou a outras consultas perguntavam-se se era filho e eu respondia que sim; perguntava se era neto e eu dizia que sim; e uma vez, ao rirmos no recreio sobre

A mim o fizestes

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Começa hoje o voluntariado da João 13 junto das pessoas sem-abrigo. Entrego a Deus e às orações de quem se une a esta causa o futuro desta missão, não esquecendo nunca que sempre que ajudamos alguém que precisa é ao Senhor que ajudamos.

Servir Cristo nos pobres

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Venho de assinar o "Contrato de comodato" entre a João 13 e a Paróquia da Pena. Na verdade são dois: um para a Paróquia, que nos cede uma das salas da cave para podermos arrumar os donativos que nos forem chegando, e outro para a Capela da Carreira, onde a João 13 irá promover as orações "com os que sofrem e pelos que sofrem". A vontade de ajudar e de servir está muito presente na agilidade de todo o processo. Pode-se servir a Cristo nos pobres de muitas maneiras: desde o contacto directo até abrir as portas de uma casa para acolher pessoas ou coisas que lhes possam servir. Tenho para mim que o acolhimento é a primeira forma de servir.

A riqueza de uma Ordem

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A riqueza da Igreja ou de uma Ordem religiosa não está no património ou nas contas bancárias. Tudo isso é pouco, comparado com a outra grande e verdadeira riqueza que é a vida dos irmãos. Vidas várias e variadas, com apostolados e sensibilidades diferentes, cada dominicano é chamado a colocar o que é, o que tem e o que sabe, ao serviço do Evangelho e do Reino. Hoje nós, dominicanos, celebramos a festa de São João Macias, ilustre pela sua vida dedicada aos imãos frades e aos outros irmãos, que batiam às portas do convento. Ao contrário de muitos outros, este nosso irmão pregador nunca escreveu uma obra teológica nem nunca pregou. Foi um irmão cooperador, humilde por virtude e não por condição. O Papa Paulo VI canonizou-o, como o seu predecessor, João XXIII tinha canonizado São Martinho de Lima. Na homilia da canonização, o Papa Paulo VI não esconde a alegria e não esconde os elogios: foi pobre e viveu para os pobres, tendo sido a pobreza o testemunho admirável e eloquente da po

Bênção Dominicana

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O meu predecessor na Comissão Litúrgica da Ordem, dizia várias vezes, e eu vou repetindo, que o Ritual Dominicano não se resume à celebração da Missa. Infelizmente, quem pede a restauração do Rito Dominicano, não sabe o que está por detrás da nossa "abdicação" e dos "direitos" que essa abdicação nos deu. Pensam que é uma questão de latim e de abrir e fechar as mãos... mas isto daria pano para mangas, por muito compridos que os braços possam ser. Uma das riquezas do Ritual Dominicano é a sua bênção, que se usava na Missa dos Pregadores e na Missa pelos itinerantes. Igualmente, antes do irmão sair do convento para pregar, pedia ao Prior a bênção, que é muito antiga e muito própria que aqui deixo, como partilha e marco da nossa nossa espiritualidade: " Que Deus Pai te abençoe que Deus Filho te cure, que o Espírito Santo te ilumine e te dê olhos para ver, mãos para realizar o trabalho de Deus pés para caminhar, uma boca para pregar a Palavra da salvação,

Uma bonita oração

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Entre as muitas coisas que me ocupam, uma delas foi "desocupar" uma sala esquecida que se estava a tornar num depósito de coisas obsoletas. Entre as coisas que lá estavam - que me fez lembrar aquela passagem do Evangelho em que se diz que o pai de família tira da arca coisas novas e velhas, encontrei um guião de um encontro da Família Dominicana, de 1993. e nesse guião uma oração a São Domingos que gostei e hoje partilho convosco: Deus de ternura e compaixão que suscitastes em São Domingos o pregador do Vosso Evangelho de misericórdia, Evangelho da plenitude da justiça, e o levastes a constituir uma família que em obras e palavras testemunhasse a gratuidade do Vosso amor, ajudai-nos a encontrar o silêncio donde saia a palavra que alumie de esperança a nossa noite e o gesto que nos traga uma paz ardente. Fazei do Espírito de Jesus Cristo a graça da nossa vida. Amen.

Rezar com os pobres e pelos pobres - é hoje

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Vocações dominicanas

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Vim a Sevilha nestes dias para trazer os postulantes que amanhã começam o noviciado e levar os noviços que hoje o terminam. trouxe comigomum aspirante que, Deus mediante, será noviço em 2016. Conclusão: as actuais vocações da Província de Portugal (Portugal e Angola) estão todas em Sevilha! O Promotor do Rosário pediu-me umas pequenas palavras para publicar brevemente na Revista do Rosário. Escrevi estas linhas que partilho, pedindo que se unam à oração por estes e pelos que possam vir. Diz-se que São Domingos, aos que queriam entrar na Ordem, pedia somente duas coisas: comunidade e obediência. Que significam estes dois pedidos? Que quem quer pertencer à Ordem dos Pregadores terá de ter o gosto pela vida comum (a mesma vida dos Apóstolos, sendo um só coração é uma só carne) e a obediência, antes de mais a Deus e à sua Palavra, para poderem exercer o ministério da pregação. Quando oitocentos anos depois a Ordem dos Pregadores continua a pedir a quem nos bate à porta as mesmas

Uma liturgia que faz vibrar

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A comunidade tem vivido dias de saudável alegria. Desde a semana passada que temos connosco cinco postulantes, vindos de Angola, que nos fizeram um refresh neste mês de Agosto. São expansivos e contagiam a sua alegria. Apesar de ser um pouco cansativo para mim - é a primeira vez que estão na Europa, tudo é novo e tudo demora o seu tempo - têm vindo a aprender o espanhol que vão precisar para o noviciado e eu, em alguns momentos, além de sair com eles, também lhes falo um pouco da nossa vida dominicana. A mim contagiam-me também os sons africanos. De facto, a maneira leve e alegre de celebrar faz vibrar a fé, faz sentir Deus mais perto. Esta manhã falei-lhes da nossa dimensão litúrgica. Do " breviter et succinter " e do " magis et minus pro tempore observetur ", que são duas expressões antigas, da nossa espiritualidade litúrgica, quer querem dizer que a nossa liturgia deve ser breve e sucinta (a primeira expressão) para não perder nem a devoção nem o tempo do est

Divergências no fado

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Gosto de ouvir cantar o fado mas, confesso, para mim, os verdadeiros fadistas já morreram quase todos. Bem, um ainda vive, que admiro, o Vicente da Câmara. Os contemporâneos têm a sua piada, alguns até devem ser louvados pela inovação que tentam trazer à interpretação mas, como digo, dos vivos, ninguém consegue substituir a eterna Amália ou o Alfredo Marceneiro, Teresa Tarouca ou ainda a Hermínia Silva (tenho mais na lista...). Já a minha mãe pensa de maneira diferente. Diz que gosta de ouvir os fados na voz de quem os imortalizou mas outros também os cantam bem. Eu não sou assim. Nalguns casos nem consigo ouvir outras vozes a cantar fados que só ficam bem naqueles que os interpretaram. Pior é quando agora, nas escolhas da voz, tentam imitar os originais... imitações baratas. Quem canta, bem como quem lê, deve interpretar e não se contentar em imitar... Alguns exemplos: haverá alguém que cante tão bem o fado das tranças pretas como o Vicente da Câmara? Ou alguém que cante tão bem o

O trigo loiro

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Fui a Fátima com alguns noviços. Estão por cá uns dias de descanso e combinámos ir a Fátima num 12/13 para sentir a experiência. Eu próprio não ia num destes dias festivos há já muitos anos. E foi bom. A peregrinação de Agosto é já conhecida como a peregrinação dos migrantes, junta-se muita gente para rezar, agradecer, pedir... Fomos então os quatro e aproveitámos a ida para também nós participarmos no programa do Santuário. Eu encontrei vários padres que não via há já algum tempo e eles viveram com intensidade as várias celebrações. Sempre emocionante é o ofertório desta peregrinação porque há o costume de oferecer o trigo, as primícias, diria eu. E, de todos os lados, com sacos maiores ou mais pequenos, nas mãos, nos ombros ou à cabeça, lá iam entregando a sua oferta. Enquanto isso cantava-se o velhinho cântico tomai e recebei as horas do meu dia... De regresso, um noviço comentava comigo: é impressionante ver que são os mais pobres que mais partilham... é um facto.

Voluntariado João 13

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O caminho do céu

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Aos santos pertencem os adjectivos mas puros e doces. Há dias, ao ler um artigo sobre São Domingos (que antigamente se celebrava neste dia), o autor dizia que a sua vida se resumia no episódio da venda dos livros: era ele estudante em Palência quando, durante uma crise que empobreceu toda a cidade, São Domingos vai vender os seus livros porque não podia estudar em peles mortas enquanto peles vivas morriam à fome. Este episódio, que talvez tenha passado despercebido durante algumas épocas da história e da espiritualidade dominicanas, agora começa a ter um especial relevo. E, se poderíamos dizer que este episódio da vida de São Domingos é puro, natural e doce, o mesmo se pode dizer de um outro santo, que a Igreja hoje celebra: São João Maria Vianney. Um homem simples e puro, com gestos condizentes à sua vida. Para mim, o encontro com o pequeno pastor à entrada de Ars é o que mais me faz gostar deste santo. Aconteceuhá 200 anos e conto-o pelas minhas palavras. Corria, então, o ano de 1

Memórias de Feirão: os dias tristes

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Dias tristes em Feirão, antes de eu nascer, eram os da partida para longe (sair da terra já era ir para longe), para a tropa ou a morte de alguém. Feirão, entre os anos 50 e 70, teve um grande fluxo migratório. Para o estrangeiro: Brasil, França e Alemanha, e cá em Portugal, o Porto, a Marinha Grande (“descoberta” por uma minha tia-avó) e para Lisboa. À noite, ao toque do sino, quem tivesse os seus longe da casa, marido, filhos, sobrinhos, rezava à Senhora da Guia “Que os alumiasse e guiasse nos seus caminhos”. Eram nomeados, um a um, e cada um tinha o seu pai-nosso e a sua ave-maria. Só depois se jantava o caldo triste e amargo, porque triste e amarga era também a vida. Não adiantava escrever cartas porque poucos as saberiam ler. A minha mãe, por exemplo, lia as cartas à minha tia-avó, e estamos nos anos 60. Quem ia para a tropa ficava entregue à Senhora dos Milagres, que sempre teve uma grande devoção aqui em Feirão. Se não acontecesse nada ao filho, ou se ela o livrasse da trop