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A mostrar mensagens de setembro, 2010

2011: agendas, datas e acontecimentos

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Para alguns estar em Setembro a falar de 2011 é ainda uma realidade distante. Para mim, já desde Julho que, num calendário improvisado, ia assentando as datas que me iam pedindo para celebrações, casamentos, Missas, conferências, reuniões... Mas só hoje as passei para a agenda. Ao som de Bach, que dá ainda um ar mais 'trágico' (Bach nunca é trágico mesmo quando é trágico). As trombetas, o órgão possante e o coro como que a dizer-me: e se não chegares lá? E se não conseguires fazer?... Ainda funciono à moda antiga: uma agenda de papel, pequena, cómoda, com a indicação dos santos para me orientar e eles me orientarem a mim. Ainda não funciono com agendas electrónicas nem com calendários interactivos. Não tem nada de transcendente ocupar os dias com o que é regular e com o que é extraordinário. Graças a Deus ainda não sofro de rotinas embora elas sejam positivas - no meu ponto de vista - porque organizam o tempo que, sem o relógio a marcar os segundos, e em o corpo a reagir aos es

Santo Inácio de Loyola

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Não é o hoje o dia da sua celebração. Mas foi hoje o dia em que terminei a leitura de uma das suas biografias. Depois de ter visitado os seus aposentos no passado dia 19, fiquei curioso em ler uma boa biografia do fundador da Companhia de Jesus. E o que é que encontrei? Um homem de fé, atento aos sinais de Deus que se iam exprimindo pela vontade dos homens (Igreja-obediência)exigente consigo e com os outros, ponderado mas ao mesmo tempo determinado, próximo dos mais pobres e dos doentes, entre outros atributos que se lhe possam prestar. Nas Missas dos Santos, aparece-nos no prefácio que " com as suas vidas temos um exemplo, na comunhão com eles uma família e na sua intercessão um auxílio ". Santo Inácio, à sua morte, deixou escrito quer os famosos Exercícios Espirituais quer as Constituições da Companhia de Jesus. Como já referi num outro post, foram mais de sete mil as cartas que escreveu. Diz-se que as relações entre dominicanos e jesuítas nem sempre foram as melhores. O li

São Vicente de Paulo

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A Igreja celebra hoje a memória de São Vicente de Paulo. Verdadeiro apóstolo da Caridade. Deixo aqui apenas um excerto de um escrito de São Vicente, lido na oração da manhã de hoje, sobre o estar ao serviço dos pobres, permitindo-me, apenas, salientar algumas frases: "A nossa atitude para com os pobres não se deve regular pela sua aparência externa nem sequer pelas suas qualidades interiores. Devemos considerá los, antes de mais, à luz da fé. O Filho de Deus quis ser pobre e ser representado pelos pobres. Na sua paixão, quase perdeu o aspecto de homem; apareceu como um louco para os gentios e um escândalo para os judeus. Todavia, apresentou Se a estes como evangelizador dos pobres: Enviou Me para evangelizar os pobres. Também nós devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar o que Ele fez: cuidar dos pobres, consolá-los, socorrê-los e recomendá-los . Cristo quis nascer pobre, chamar para sua companhia discípulos pobres, servir os pobres e identificar se com os pobres, a pon

Nem tudo são férias

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Pouco a pouco vou entrando no dia a dia que marca o início do novo ano. Algumas pessoas acham que estar em Roma é sinal de férias. Digo que estive em trabalho e riem-se como quem diz: está-se mesmo a ver trabalhar em Roma. Mas é mesmo assim. Não foi um árduo trabalho, não estive a construir nenhuma casa nem coisa do género. Mas foi trabalho. Os debates, horários apertados, as cento e setenta e quatro pessoas, tudo ajuda ao desgaste apesar do bom que é conhecer outros mundos e outras pessoas. Ontem retomei as idas ao hospital. Os mesmos dramas em pessoas diferentes. Hoje um casamento de uma enfermeira do hospital (de repente, ao olhar para a agenda reparo na quantidade de casamentos e baptizados até ao fim do ano!). E, como uma abelha, começo a recolher as ideias para as homilias de amanhã. Dois meses sem presidir a Missas ajudaram ao menos nisso. Confesso que é o que mais me custa e mais me cansa: preparar uma homilia. Não digo isto como queixa mas pela responsabilidade que é anunciar

Tempo

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Tempo — definição da angústia. Pudesse ao menos eu agrilhoar-te Ao coração pulsátil dum poema! Era o devir eterno em harmonia. Mas foges das vogais, como a frescura Da tinta com que escrevo. Fica apenas a tua negra sombra: — O passado, Amargura maior, fotografada. Tempo... E não haver nada, Ninguém, Uma alma penada Que estrangule a ampulheta duma vez! Que realize o crime e a perfeição De cortar aquele fio movediço De areia Que nenhum tecelão É capaz de tecer na sua teia! (Miguel Torga, in Cântico do Homem, 1950) (Relógio, Paolo Uccello, séc. XV)

O mundo e as suas questões

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Fez parte de uma certa espiritualidade - infelizmente para alguns ainda faz - a condenação do mundo. Pensemos nos chamados "inimigos da alma" que a doutrina da Igreja reduziu a três: mundo, carne e demónio (no século XIX havia um refrão que dizia: " ao mundo guerra, a carne ao demónio "). Será que é atitude cristã a condenação do mundo? Certamente que não. Logo no princípio do Evangelho de João se lê que Jesus vem ao mundo porque Deus ama muito o mundo (3, 16). Por isso, o cristão não pode entender o mundo como um perigo, um medo, mas sim como um desafio. As leituras de hoje revelam, no meu modo de ver, o vazio do mundo, as suas questões, e como nós, cristãos, podemos ajudá-lo no encontro consigo mesmo e com Cristo. Na primeira leitura, do livro de Cohelet (1, 2-11), vemos um homem desiludido com o mundo. Chamar-lhe-ia neurasténico. A sua desconsolação é a falta de novidade: considera tudo vão, a passagem dos dias como o passar das contas de um rosário, a rotina com

Despedidas

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Terminou o Capítulo Geral. As despedidas desgastam-me emocionalmente. Não sei como foi naquele longínquo ano de 122o, ano do primeiro Capítulo Geral. Mas hoje senti que talvez tenha acontecido o mesmo: reunidos na igreja, o Mestre da Ordem (sucessor de São Domingos) no primeiro banco inicia o Pater Noster , depois a Salve e abençoa os capitulares. Depois do almoço vêm os abraços de despedida. Adeus é uma palavra proibida. Procuramos aqueles que nos foram mais próximos: com quem conversámos, com quem saímos, com quem partilhámos experiências... Prometemos que nos visitamos: em Roma, em Lisboa, no México, nas Filipinas, no Congo... mecanismos para aliviar a tensão que uma despedida nos pode trazer. Hora a hora, como no início da Ordem, partem os frades na dispersão. Alguns trarão na cabeça a célebre frase de São Domingos quando decidiu dispersar os frades: " é melhor assim; o trigo junto apodrece. Disperso frutifica ". Um Capítulo Geral é um ponto de mudança. Não só para a Ord

Em Roma sê romano

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Finalmente, ontem, fui a Roma. Poderão perguntar-se: mas não está em Roma? Sim. Mas não na cidade. O Capítulo Geral reuniu-se numa casa dos Salesianos, onde eles têm a Cúria Geral e uma casa de retiros. Está a mais ou menos 12 km da da praça de São Pedro. Pode parecer pouco mas, de autocarro, demora-se, pelo menos, hora e meia. Como temos os dias muito ocupados, lá conseguimos ter o domingo livre. E eu fui com romanos, ou melhor, italianos que vivem em Roma, para poder ver, por um lado, o que há quatro anos atrás não vi e, por outro, deixar-me levar por quem conhece Roma melhor que eu. Trazia nas minhas intenções ver três coisas: A universidade pontifícia " Angelicum ", o túmulo do Apóstolo São Filipe, na Igreja dos Doze Apóstolos e os aposentos de Santo Inácio de Loyola, ao lado da mais bela igreja de Roma, Il Gesú . Sobre o Angelicum, pouco há a dizer. É uma Universidade dos Dominicanos em Roma, que, séculos antes foi um Mosteiro de São Domingos e São Sixto, de Monjas Domin

São João Macias e os Irmãos cooperadores

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Nós, dominicanos, celebramos, hoje, a festa de São João Macias. Nascido em Badajoz (Espanha), no ano de 1585, e que, por ter ficado órfão aos quatro anos, decidiu ir para o Novo Mundo (Peru), onde se fez dominicano como irmão cooperador. É sobre este tema que gostaria de deixar alguma coisa escrita. Na Missa de hoje, aqui no Capítulo, pregou o provincial do Peru, terra de São João Macias. Com muita serenidade - elogiei-o por isso - falou do valor e do exemplo da vida deste irmão cooperador não só para os cooperadores mas para todos os dominicanos. De facto, entre nós, há uma distinção entre irmãos clérigos e irmãos cooperadores. É fácil de entender: os irmãos clérigos são aqueles que se ordenam e os cooperadores são os que não se ordenam. Mas é uma distinção ministerial. Ou pelo menos deveria ser. O que nos une a nós, dominicanos, é a profissão. Cooperadores ou não, somos todos irmãos. Antes do Concílio Vaticano II a diferença era grande; a mais visível era a do hábito, como se pode ve

Vestes brancas

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" Estes, que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e de onde vieram? " (Apocalipse, 7, 13). Somos mais de seis mil, espalhados pelo mundo. Fomos mais, agora somos menos. Soubemos viver na abundância, agora toca-nos saber viver na carência. Mas continuamos, de pé, de túnicas brancas, pregando o Evangelho da graça pedindo a Deus a graça da pregação. Somos de países diferentes, de culturas de diferentes, de cores diferentes, até. Mas, que importa? Unem-nos não os laços do sangue mas os laços da fé, bem mais fortes porque são os mesmos laços que nos unem a Deus. Temos um mesmo objectivo: a salvação das almas. Como há oitocentos anos atrás o primeiro a vestir-se como nós. Salvamo-nos se ajudarmos os outros na sua salvação. Não somos Deus mas tentamos ajudar a encontrar Deus. Uns em conventos históricos, outros em barracas; uns estudam, outros ensinam, outros rezam, outros não fazem nada, fragilidades todos as temos. Queremos ser a voz de Deus - alta pretensão - e ao mesmo te

Timothy Radcliffe

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Timothy Radcliffe está na lista dos ex-Mestres da Ordem dos Dominicanos. Governou a Ordem de 1992 a 2001. Um homem de 65 anos, e que se pode considerar um jovem. Já há algum tempo que queria aqui falar dele mas esperei pelo Capítulo e hoje decidi-me a escrever. Pessoalmente conheço-o há 4 anos. Recentemente eleito prior do Convento de Lisboa fui passar uns dias ao Convento de Bruxelas. Ele também ia - estávamos lá pelas mesmas razões em condições diferentes - e também ficou no Convento. Apresentou-se - toma sempre a iniciativa dizendo: olá, sou o Timothy - e eu também me apresentei ao que ele, num grande sorriso, me disse que provavelmente era o prior mais novo da Europa, para não dizer de todo o mundo. Achei piada como é que ele tinha conhecimento disso mas sim, retribui com um sorriso já que o meu inglês é fraco e em apertos quase desaparece. Passámos uns belos dias em Bruxelas. Sempre sorridente e, uma coisa que sempre gostei nele, olha nos olhos. Ainda em Bruxelas, numa outra oc

Um salto a Nápoles

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A convite do Provincial da Província de São Tomás de Aquino (Sul de Itália), fui passar o fim-de-semana a Nápoles. Vi tudo e não vi nada. Para padres, em vinte e quatro horas que coincidam com um domingo, não nos resta muito tempo. Fiquei hospedado num convento do século XVII (foi a primeira vez que dormi numa cela tão antiga!), nos arredores de Nápoles, em Madonna Dell'Arco. Um convento com um santuário dedicado a Nossa Senhora, com uma devoção curiosa de uma imagem de Nossa Senhora, encontrada num arco de um aqueduto romano. Foi ontem a festa com direito a Missa com Bispo e tudo. Mas fui muito bem acolhido num convento enorme para os poucos frades que agora lá vivem. Como disse, num dia não dá para conhecer Nápoles. Tive oportunidade de passear pelo centro da cidade no sábado à noite e, no domingo, tirar esta e outras fotografias da cidade de Nápoles. Não foi tirada de um miradouro. Foi tirada de um outro convento com esta largueza de beleza de uma cidade que tem como pano de fun

Continuidade

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Neste Capítulo Geral uma palavra que aparece muitas vezes é "continuidade". Os Capitulares não pretendem fazer nada de novo, não têm pretensão escrever agora o que nunca se escreveu. Mas, como tem sido repetido, este Capítulo quer continuar o projecto de São Domingos e, também, dar continuidade aos dois últimos Capítulos Gerais (Cracóvia 2004 e Bogotá 2007), sobre o que somos e o que queremos. Para nós, dominicanos, o passado conta para analisar o presente e tomar decisões sobre o futuro. Este Capítulo Geral tem duas datas-acontecimentos do passado que quer trazer para o presente tendo em vista o futuro. A primeira é que, em 2016 celebraremos o 800º aniversário da fundação (oficialização) da Ordem. Foi no dia 22 e Dezembro de 1216 que o Papa Honório III aprovou o projecto de São Domingos: o nosso estado clerical e a pregação. A segunda data-acontecimento, foi a chegada de uma comunidade de Dominicanos a La Hispaniola (ilha actualmente ocupada pelo Haiti e Republica Dominican

O Síndico da Ordem

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Quis dar este título a este post mas a tentação primeira foi de escrever “o frade mais simpático do Capítulo Geral”. Simpático e alegre. Disse-lhe que ia escrever sobre ele no meu blogue, riu-se e abraçou-me. Aliás, se ouvimos uma gargalhada mais alta já sabemos que vem do Síndico da Ordem. Mas comecemos exactamente por esta palavra, talvez arcaica, que designa o seu ofício. O Síndico é o administrador, o ecónomo. E este Irmão, fr. Bernardo Molina é quem governa a economia de toda a Ordem. É colombiano, de cinquenta e quatro anos, há seis anos na Cúria Geral a terminar o seu mandato. O que o torna diferente dos outros frades para além das suas gargalhadas e do cargo que ocupa? O seu passado e a maneira de abordar o tema da economia. Antes de vir para Roma, coisa que nunca tinha nem pensado quanto mais equacionado, trabalhava numa das paróquias mais pobres da sua província. E era pobre como eles. Pobre e feliz. Na verdade, todo o seu pensamento intelectual e carismático esteve em função

Pare, escute e olhe

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Após a eleição do Mestre da Ordem (MO), o Capítulo entrou numa segunda fase que é a da resolução de problemas sejam eles encarados como negativos ou desafios. É um trabalho mais monótono e cansativo. Vamos estar praticamente toda a semana a trabalhar em comissões ou sub-comissões para tratar os temas que nos foram encomendados. A minha comissão é a da Sequela Christi (seguimento de Cristo), na língua espanhola. Como há algumas situações a tratar, depois de identificar temas e problemas, dividimo-nos em grupos para que o trabalho seja mais eficaz. É neste ponto que estamos. O fruto do trabalho destas comissões será a edição das Actas do Capítulo. E aqui muda a imagem que temos deste tipo de trabalhos, ás vezes desprezado pelas comunidades. Mas o seu grande valor (independentemente de quem está no Capítulo) é que somos nós que damos as orientações para nós próprios. Decidimos sobre nós, sobre o nosso bem comum; o que é um belo exemplo de democracia, tão elogiada numa Igreja que não é mui

Folhas de Outono

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Vêm as primeiras nuvens, Sopram os primeiros ventos, Caem mortas as primeiras folhas, Chegou o Outono. As folhas, envelhecidas, As mesmas que suportaram o calor E nos deram sombra, São agora pisadas, Pelo vento levadas Na terra sepultadas. Folhas caducas que nos ensinam Que também nós um dia, Deixaremos o nosso ramo. E cairemos, Embalados pelo vento, Na terra que nos há-de acolher.

O novo Mestre da Ordem

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Fr. Bruno Cadoré, de 56 anos, provincial da Província de França, foi eleito, esta manhã, o 86º sucessor de São Domingos. Foi uma eleição longa, ao contrário do que se esperava. Como sempre, na nossa tradição, a eleição começou com a tradicional Missa do Espírito Santo, presidida pelo ex-Mestre da Ordem, fr. Timothy Radcliffe. Presidiu e pregou. Para agradecer a fr. Carlos o seu trabalho e a sua entrega à Ordem e para nos dizer que o Mestre da Ordem, como qualquer dominicano, deve pregar com autoridade e alegria. Disse também que, neste momento, precisamos de um Mestre da Ordem que nos ajude a caminhar na Verdade, que nos transmita esperança e que tenha alegria, uma característica tão própria dos Dominicanos. Depois da Missa e de um pequeno-almoço apressado, fomos para a Sala Capitular onde começou o ritual da eleição do Mestre da Ordem. Tudo em latim, cânticos, leituras, salmos, promessas do presidente e dos escrutinadores, começámos, então, a votar o novo MO. Devo dizer que é uma expe

Tractatus

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Os dias de ontem e o de hoje têm sido de alguma seriedade. Como se pode ler na crónica diária quer do Capítulo General ( http://curia.op.org/roma2010/ ) quer da Província Portuguesa ( http://www.dominicanos.com.pt/ ), o assunto tem sido o próximo Mestre da Ordem (MO). E, como são só candidatos, não devemos falar deles para fora dos grupos ou das sessões. Mas, enquanto ontem os candidatos mais falados (coincidentemente estão todos no Capítulo e não tivemos que chamar nenhum de fora) foram passando pelos grupos para se apresentarem e responderem a questões muito directas como por exemplo a reestruturação da Ordem, as missões e a tensão geracional, hoje o dia foi dedicado ao tractatus . O que é um tractatus ? É uma conversa sobre o irmão a eleger. Nas nossas leis (dominicanas), está previsto que, antes de qualquer eleição (de prior, provincial ou MO), os irmãos podem falar entre si sobre as necessidades e desafios da Ordem e sobre quem poderá ajudar na condução e resolução das mesmas. Est

Procura-se o sucessor

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Até domingo temos um grande assunto a tratar, o que é dizer, um grande problema para resolver: eleger o próximo Mestre da Ordem. Esta é, aliás, o primeiro motivo deste Capítulo Geral. Para isso vamos trabalhar, dois dias, em três comissões diferentes, segundo a língua escolhida: uma delas é a comissão à qual estamos nomeados e que tratará de um tema que aparecerá depois nas Actas do Capítulo; a minha é a da vida comum. A outra comissão está mais ligada ao grupo linguístico. O meu é o espanhol e abarca não só Portugal e Brasil, como também as Províncias de Espanha e as Províncias e Vicariatos da América Latina. No total somos 37 membros. A terceira comissão, que só se reunirá amanhã, é por distribuição territorial. Nestas três comissões o assunto é o próximo Mestre da Ordem (MO). E começa o cerco. Começámos por lançar algumas ideias sobre o perfil do próximo MO: que tenha fé (foi só para quebrar o gelo), que ame a Igreja e a Ordem, que tenha experiência de Governo, que escute os irmãos.

A Universalidade da Ordem dos Pregadores

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E, prostando-se por terra, fazendo a vénia, pedia aos irmãos misericórdia e perdão pelos erros e pecados contra a Ordem. Foi assim que se despediu o actual Mestre da Ordem dos Dominicanos. A vénia é um rito penitencial que actualmente quase não se usa, em que um irmão de deita, diante de todos, pedindo-lhes perdão por alguma coisa má que tenha feito à Comunidade. E foi este gesto inesperado, acompanhado pelos aplausos de reconhecimento dos Capítulares que o Mestre da Ordem, cansado e emocionado, se despediu do cargo que ocupou durante nove anos. Este dia, na verdade, foi praticamente todo conduzido por ele. Desde a Missa a que presidiu - Missa do Espírito Santo - até ao plenário do final da tarde sobre um relatório que escreveu sobre o estado da ordem, foi por estes temas que o dia hoje correu. Mas a parte informal do Capítulo também é importante e, sobretudo, relaxante. Em especial as refeições. Sempre a bendita pasta , com mais qualquer coisa, a comida, ao contrário do que se pensa e