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A mostrar mensagens de abril, 2018

A pequena Helena

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Dois dias fora de Luanda para visitar o novo projecto dos dominicanos no Huambo. Como os dias são poucos e grandes as distâncias (de carro, entre Luanda ao Huambo, 12 horas!) tive que ir de avião (1 hora). Do aeroporto directamente ao mosteiro das minhas queridas irmãs monjas, no Kuito, antigo Porto Amélia. Uma calorosa recepção, uma vez que tinham passado já dois anos desde a primeira e única visita. Lá fiquei todo o dia de segunda-feira, onde tive dois encontros com as irmãs, um ligado aos critérios de admissão das vocações e outro sobre os 800 anos da fundação do primeiro convento em Portugal. Celebrámos Missa, onde falei às irmãs da força do Espírito Santo que ultrapassa os nossos limites e as nossas previsões, da importância de afinar o nosso ouvido à voz do Bom Pastor, e um pedido de oração pela nossa Ordem. Ontem, depois da Missa e do pequeno almoço, as irmãs convidaram-me a entrar na quinta do mosteiro. Um verdadeiro milagre! O que semeiam e plantam, o que colhem... Dera

Chuva e calor

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Em Angola é tempo de chuva e calor. As chuvas são um transtorno para o trânsito e para as pessoas. O calor um incómodo que cansa e mói. Terminada a primeira parte do meu programa, o dia de hoje foi dedicado à formação dos freis e irmãs estudantes de Luanda. Formação litúrgica com tempo e espaço para ensaio de cânticos e esclarecimento de rúbricas. Éramos cerca de 45 pessoas da Família Dominicana, e fomos para o Quilometro 12, onde os nossos frades têm uma comunidade e o Mosaiko, e onde as irmãs dominicanas do Rosário têm um centro de formação. Foi lá, num pátio, que aconteceu este encontro de formação. Impressiona-me e comove-me a maneira como sou tratado. A delicadeza de me terem preparado um quarto para eu poder descansar (que não usei), a delicadeza de me levarem a ir visitar a Escolinha da Paz, um projecto educacional e de saúde, da responsabilidade das nossas irmãs dominicanas de Santa Catarina de Sena, a delicadeza de me prepararem água fresca (depois de fervida, claro)

Angola, segunda vez

Escrito durante o voo e publicado no recente convento de São Tomás de Luanda, aqui venho escrever estas linhas para dizer que vim a Angola. O voo, atrasado duas horas, foi tranquilo e bem passado. Trouxe apenas três livros para ler durante estes dias, e muito bom seria que, pelo menos, dois fossem lidos para Lisboa. Durante a viagem atirei-me à nova exortação apostólica do Papa Francisco sobre a santidade. Não a consegui ler toda mas dei um grande avanço. O que é que eu acho? Para além da frescura do texto, uma grande, profunda e realista humanização da santidade. Como ser santo, hoje, a partir do Evangelho e da nossa vida. Curiosidade nesta exortação está em que o Papa fala constantemente ou na segunda pessoa do singular, ou na segunda pessoa do plural. Estratégia ou não, faz-nos envolver, senti-lo envolvido e perceber que é mesmo para nós, pecadores, o recado da santidade. Vale a pena ler. E vale a pena ouvir Rodrigo Leão no seu álbum "o retiro". Foi a música que me ac

De geração em geração

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Partilhar o que se sabe é o que se vive é umas das experiências humanas mais bonitas. Desde o partilhar um brinquedo ou uma brincadeira quando somos crianças, até à partilha de saberes e preocupações, mais ou menos existenciais. Como já escrevi, estou em Sevilha num encontro de promotores vocacionais. E uma coisa que se tem falado muito é dos vários tipos de gerações que vão aparecendo. Eu não sabia que pertencia à geração X... (melhor assim porque sempre rejeitei pertencer à mal afamada e injustiçada primeira "geração rasca") e que a actual geração, depois termos já esgotado o alfabeto, estamos na geração alfa (nascidos depois de 2010). Cada uma com as suas características, nem melhores nem piores que as outras, com as suas forças e as suas debilidades. Em relação às vocações, a Igreja terá de entender quem nos procura. E mais do que uma consagração ou até de um sentido para a vida, as últimas gerações procuram felicidade. E aqui há uma outra inflexão na concepção de promoçã

Volver a Sevilla

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Estou no aeroporto quando já devia estar no ar, a caminho de Sevilha. Mas o avião atrasou-se um bocadinho (2 horas!) e só agora avisaram. Mas sim, vou a Sevilha, à minha amada Sevilha, onde há vinte anos atrás fiz o meu noviciado. Desta vez vou participar num encontro de formadores europeus, integrado num outro encontro, também em Sevilha, de provinciais europeus. Vou sobretudo para ouvir e aprender mas pediram-me também uma pequena apresentação sobre a visão portuguesa do problema das vocações e acompanhamento de irmãos em formação. Ou seja, como é que em Portugal se faz este discernimento e acompanhamento.  Se tiver tempo virei aqui escrever o que disse e o que penso sobre o assunto, mas para já três atitudes que vou pedir a quem me ouvir e que considero essenciais no discernimento e acompanhamento de vocações: paciência, presença e estudo. Portugal está na moda e até na Ordem. Vamos lá ver se marco golo, mesmo sem ser de bicicleta. Nos vemos!

Páscoa 2018

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Conheci, nos dominicanos, uma bonita invocação de Cristo Ressuscitado: o Alecrim que perfuma a vida. Foi fr. José Augusto Mourão quem colocou esta invocação num dos cânticos que adaptou. Foi esta invocação que pedi ao pintor António Saiote que a pusesse numa pintura, há uns anos atrás. Infelizmente não a tenho em suporte digital mas coloquei o quadro no corredor dos quartos do noviciado, onde vivem os noviços e eu. Mas não é difícil imaginar Cristo Ressuscitado num campo alentejano entre alfazemas e alecrins perfumados. Para dizer que nesta Páscoa ele é o perfume e a cor das nossas vidas. E é isto que desejo a quem por aqui passar nestes dias: que Cristo Ressuscitado, Alecrim que perfuma a vida, alegre e perfume as nossas palavras e acções, para que elas sejam ressuscitadoras. Boa Páscoa!