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Do estado de emergência ao estado de calamidade... sempre em estado de graça

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“Deus perdoa sempre, os humanos às vezes, mas a Natureza nunca perdoa” Várias pessoas reivindicam a autoria desta frase muito conhecida e, nos últimos dias, muito citada. O Papa Francisco citou-a há pouco tempo, ao falar desta pandemia que estamos a atravessar e, queira Deus, a ultrapassar. Todo o mundo está a ser penalizado por este desastre da natureza. Também aqui a natureza não perdoou nem escolheu quem atacar (enquanto não se provar o contrário). Algumas pessoas disseram que parecia um filme de ficção científica, outras que era uma guerra biológica, outras ainda um tsunami. Ouvi um pregador dizer que Deus era nosso aliado e não aliado do vírus, o que me agradou, vi um cartoon com um diálogo entre Deus e o diabo em que este dizia para Deus: estás a ver? Com o covid19 acabei por fechar as tuas igrejas. Ao que Deus respondeu: enganas-te, abriste uma em cada casa. Não quis ler nem ouvir pessoas a querer insinuar que seria um “castigo de Deus” ou que “Deus não mandou o vírus, ma...

Mensagem pascal - Cardeal Suenens

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Chega o dia de Páscoa e com ele a certeza da imortalidade da nossa existência, garantida pela Ressurreição de Cristo. O Cardeal Suenens, termina o seu livro «vida quotidiana - vida cristã» (1965) com esta mensagem pascal que aqui deixo para reflexão nos próximos dias. Porque buscais entre os mortos Aquele que vive? (Os anjos às santas mulheres, São Lucas 24, 5). Há uns anos, um filme americano intitulado – parece-me - «O mundo nas trevas», punha em cena o seguinte tema. VAZIO, - O TÚMULO? Procedendo as escavações em Jerusalém, principalmente à volta do Calvário, um erudito arqueólogo anunciou um dia haver encontrado o túmulo onde Jesus fora deposto, o túmulo de José de Arimateia e... que finalmente, o túmulo não estava vazio. Declarou haver lá encontrado um corpo mumificado, e mostrou-o. A multidão precipitou-se para ver o cadáver: Cristo, afinal, não ressuscitara! A notícia foi logo transmitida, pela Imprensa e pela Rádio, aos quatro cantos do mundo. Logo também ...

Da quarentena à Quaresma

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Ser paciente - Jean Vannier

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Nós não somos senhores da nossa sensibilidade, das nossas atracções, das nossas repulsas, que vêm dessas profundezas do nosso ser que controlamos mais ou menos bem. Tudo o que podemos fazer é esforçarmo-nos para não seguir essas tendências, que fazem barreiras nas relações com os outros. Temos que esperar que o Espírito Santo nos venha perdoar, purificar, podar os ramos tortos do nosso ser. A nossa sensibilidade foi constituída de mil medos e egoísmos desde a nossa infância; como também é constituída pelos gestos de amor e pelo dom de Deus. É uma mistura de trevas e de luz. E não é num dia que esta sensibilidade será endireitada. É esforço que exigirá mil purificações e perdões, força de vontade diária e, sobretudo, a graça do Espírito Santo renovando-nos por dentro. Transformar pouco a pouco a nossa sensibilidade, para poder começar a amar realmente o inimigo, é um trabalho exigente. Temos que ser pacientes com a nossa sensibilidade e os nossos medos, temos que ser misericordioso...

Deserto - Carlo Maria Martini

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Ser Igreja no deserto significa antes de tudo que a Igreja procura o deserto e dele se nutre. Se tivéssemos tempo de explorar estes valores, descobriríamos numerosas grutas de eremitas e numerosas habitações de monges que ao longo dos séculos aqui viveram. De toda a cristandade vieram milhares e milhares de pessoas para o deserto para se nutrirem de Deus e nutrirem a sua Igreja. E ainda hoje a vida monástica continua neste deserto, no do Sinai, nos desertos do Egipto e nas regiões do monte Athos; cada um destes mosteiros decide retomar a experiência da Igreja no deserto. Também cada um de nós é convidado a nutrir-se de momentos de deserto na própria vida. Ser Igreja no deserto significa além disto preocupar-se com aqueles que, no deserto da nossa sociedade, estão abandonados na borda dos caminhos, como pobres, marginalizados, excluídos, doentes, esquecidos. Estar no deserto significa aperceber-se que aos lados da estrada existe quem esteja mais desesperado e mais só do que nós, isto...

Deus não pode deixar de amar!

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" Deus não pode deixar de amar! Esta é a nossa segurança. Eu posso recusar esse amor, posso recusá-lo como o recusou o bom ladrão, até ao fim da sua vida. Mas aí esperava-o esse amor. O mais malvado, o maior blasfemo, é amado por Deus com uma ternura de pai, de papá. E, como diz Paulo, como diz o Evangelho, como diz Jesus: "Como uma galinha com os seus pintainhos». E Deus, o Poderoso, o Criador, pode fazer tudo: Deus chora! Neste pranto de Jesus sobre Jerusalém, nestas lágrimas, está todo o amor de Deus. Deus chora por mim, quando eu me afasto; Deus chora por cada um de nós; Deus chora por aqueles malvados, que fazem tantas coisas horríveis, tanto mal à humanidade... Espera, não condena, chora. Porquê? Porque ama. " (Homilia do Papa Francisco, 29 de Outubro de 2015)

Caminhos de Advento IV

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Estamos a dois dias do Natal. Estamos a terminar um tempo que a Igreja nos ofereceu para preparar, ao longo de quatro semanas, este grande mistério do Deus connosco. Isaías encheu-nos de esperança ao profetizar sobre o Messias; João Baptista despertou-nos para a necessidade de nos esvaziarmos para podermos acolher Deus; São José – embora não tenha aparecido na liturgia dominical – ensinou-nos o silêncio operante: não questionar mas ajudar Deus a cumprir o seu projecto de salvação para a humanidade. Hoje aparece-nos a figura de Maria, a Mulher admirável, a toda Santa, como lhe chama o mundo oriental, que nos diz que acreditar em Deus é o princípio da bem-aventurança, da felicidade. E assim temos um presépio invulgar, em que ainda não aparecem os animais nem os pastores ou reis – só aparecerão depois do acontecimento – mas por estas figuras que nos colocam expectantes e vigilantes. As leituras deste último domingo do Advento, assim como as desta semana, narram-nos os acontecimentos ...

Caminhos de Advento III

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A liturgia deste terceiro domingo do Advento dá-nos mais um ingrediente para a espiritualidade do Advento: a alegria. Neste dia encontramos dois motivos para a alegria: a primeira é porque estamos a meio do Advento. A segunda leitura falava-nos disso: alegrai-vos porque o Senhor está próximo. O segundo motivo é mais interior, profundo, a alegria fruto da presença de Deus em nós e da nova vida em Deus. E, para este segundo motivo temos a primeira leitura e o evangelho que nos apoiam e convidam a viver a alegria. De facto, os evangelhos nunca têm um olhar pessimista sobre o ser humano. Convidam-nos sempre à alegria. Não à euforia mas à alegria serena. Em especial o evangelho de Lucas, o Evangelista para este novo ano que começámos há três semanas. À medida que vamos lendo o seu Evangelho, vamos passando de alegria em alegria, desde a alegria do anúncio do nascimento de Jesus à alegria da Ressurreição. À luz das leituras que escutámos, coloca-se hoje uma questão: como recuperar...

Caminhos de Advento II

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Talvez este tempo do Advento seja o tempo mais profundo do ano litúrgico porque, se repararmos bem, a caminhada do Advento resume a toda a nossa existência cristã. De facto, a nossa vida é um Advento, é uma espera de um encontro, do nosso encontro definitivo com Deus. E, na liturgia, durante o tempo do Advento, vão-nos surgindo figuras e temas que nos ajudam não só a preparar o Natal, a recordação da maior intervenção de Deus na História, mas também a vinda actual de Jesus, uma vinda presente, quotidiana e preparamos ainda a sua vinda futura, a escatológica quando Cristo vier no final dos tempos reunir-nos no seu amor. Neste segundo domingo aparece-nos a figura austera de João Baptista. É chamado de Percursor, ou seja aquele que vem preparar o Natal, o caminho para que passe o Messias. A palavra ‘Advento’ é anterior ao cristianismo. Aliás, ela vem do mundo pagão. Como sabemos ela significa ‘vinda’. Chamava-se Advento à preparação da vinda do Imperador a uma cidade importante. Po...

Caminhos de Advento I

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Começamos hoje, na Igreja e em Igreja, um tempo novo e um ano novo. É o tempo do Advento que tem como principal objectivo a preparação da festa do Natal que iremos celebrar no próximo dia 25 de Dezembro. Mas o Advento tem uma tríplice comemoração: em primeiro lugar este o acontecimento histórico de há mais de dois mil anos, que vem narrado nos Evangelhos e do qual Jeremias profetizou; depois uma segunda vinda, que nós esperamos e que acontecerá no fim da História. A segunda leitura e o Evangelho relacionam-se com esta segunda vinda de Cristo. Mas há uma vinda intermédia, que acontece em cada dia e em cada tempo. E é nesta vinda intermédia e para esta vinda intermédia que nós nos preparamos cada ano. Celebrar no presente o que aconteceu no passado e esperando a segunda vinda de Cristo. E não nos podemos ficar na candura do presépio nem no temor do julgamento final. Devemos, sim, viver na alegria e na esperança esta encarnação, diria quase diária. Este tempo intermédio em que poderí...

Trazendo ramos de oliveiras

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Regressei esta tarde de Lamego. Pelo caminho, e à chegada, vi em vários momentos, pessoas trazendo com elas ramos de oliveiras, que iam ou vinham da missa dos Ramos. E achei bonito este ser ainda um rito cristão, popularmente enraizado no nosso Portugal. Os ramos simbolizam a nossa fé e o nosso testemunho. E também a nossa ligação a Cristo. Os ramos que hoje ou amanhã apresentarmos na missa, depressa secarão, porque não estão ligados à árvore. Assim também a nossa vida e a nossa fé, se não estiver enraizada em Cristo, que a alimenta e fortalece. Bom domingo.

Porque Deus ama

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As leituras deste quarto domingo da Quaresma incidem sobre a presença e o amor de Deus nas nossas vidas. Deus amou tanto o mundo, que lhe deu o seu Filho Unigénito. Deus ama tanto, Deus só pode amor porque é amor, ternura e misericórdia. Por isso, se existe mal, não vem de Deus, se nos sentimos castigados, não vem de Deus o castigo, se nos sentimos órfãos, a solidão não vem de Deus.  Deus só ama. Está nas nossas vidas porque nos ama, enviou o seu filho, porque nos ama. Resumindo: a nossa história com Deus é uma história de amor, porque Deus ama. Bom domingo!

Pôr ordem em casa

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Neste domingo da Quaresma o Evangelho leva-nos a Jerusalém, ao Templo, onde, devorado pelo zelo da casa do Pai, expulsa os cambistas e derruba as mesas de comércio. A relação de Jesus com o Templo é muito especial. Jesus não era sacerdote nem filho de sacerdote, como por exemplo João baptista que era filho de Zacarias, sacerdote. Jesus não é sacerdote, nem pertence sequer ao grupo clerical judaico. Mas é Filho de Deus. Quando ele, com 12 anos, sobe a Jerusalém e fica no templo, Maria, quando o encontra, pede-lhe explicações. E a explicação é simples para Jesus: porque me procuráveis? Não sabiam que só podia estar na casa de meu Pai? Anos depois, ao entrar no Templo revolta-se com o que estão a fazer do Templo, a casa do seu Pai... Pode-nos parecer estranho Jesus ter esta atitude violenta, mas mais estranho era ele não reagir. Para mim este episódio diz-me duas coisas: que ninguém se pode aproveitar de Deus nem da Igreja para fazer negócio ou lucrar com isso. Com pena, na Igreja...

Transfigurações

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Avançando para a Páscoa, o segundo domingo da Quaresma faz-nos subir ao Monte Tabor para contemplar o Transfigurado. Jesus, a caminho de Jerusalém, avisa os discípulos que vai sofrer e que quem o quiser seguir tem que pegar também na cruz. Pedro tenta demover Jesus da subida a Jerusalém, mas não consegue. E é a caminho de Jerusalém que Jesus pega em Pedro, Tiago e João e se transfigura diante deles. Transfigurar. O dicionário é claro: mudar de figura. Frederico Lourenço, que traduziu do grego os Evangelhos, especifica numa nota que a tradução exacta é metamorfose. Quer uma quer outra dizem, no fundo, o mesmo: mudou de aspecto, envolvendo-se de uma luz alvíssima que impressiona os discípulos. Em Jesus, transfiguração significa antecipação da Páscoa. Explica-nos que a morte é uma "metamorfose" necessária para nos fazer viver na luz de Deus. Que ele, à semelhança de Moisés e Elias não vai ser arrebatado ao céu, nem ter uma morte tranquila, mas sim uma morte de sofrimento,...

Tentações

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O primeiro domingo da Quaresma leva-nos sempre ao Evangelho das tentações. Para dizer que também Jesus foi tentado, mas que também soube vencer a tentação. Com as tentações não se brinca porque podem ser mais fortes do que nós. Aquela subtileza de nos querer levar por caminhos que não quereríamos ir, aquela propensão para fazermos uma coisa que sabemos que não a devemos fazer, aquela intenção errada e vã que temos consciência de que não nos torna felizes. Com as tentações só se pode lutar para vencer. Com a nossa vontade firme e com a força de Deus. Não nos deixeis cair na tentação, dizemos nós no pai-nosso. O Deus que nos criou conhece a nossa tendência para ouvirmos e seguirmos outras vozes e intenções tentadoras. Onde nos refugiaremos? Na sua Palavra. Bom domingo.

Esse homem és tu!

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Na Missa diária temos vindo a ler na primeira leitura passagens do Antigo Testamento, em especial nesta semana o ciclo de David. Ontem escutámos a paixão assolapada do rei David por uma mulher casada, Betsabé. Queria envolver-se com ela, mas sendo casada havia um pequeno empecilho, o marido Urias. Mas há gente que acha que os meios justificam os fins. Lá conseguiu deitar-se com Betsabé, que engravidou, o marido veio a saber e David, para o despachar, como Urias era soldado, coclocou-o na frente da batalha, com a indicação de que não o socorressem se ele fosse ferido porque ele queria que Urias morresse. Alguns poderão pensar: como é que a Bíblia relata uma coisa destas? Pois é, é a história humana. Nós, humanos, somos às vezes como o rei David: fazemos tudo o que está ao nosso alcance para chegarmos aos nossos objectivos, nobres ou nem por isso. Mas a história não acaba aqui e hoje escutámos a segunda parte: Deus manda o profeta Natã ir ter com David para lhe pedir contas da asn...

Tudo e nada

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No sábado passado celebrei missa na igreja do mosteiro das monjas dominicanas de Olmedo. Na sacristia encontrei sobre a mesa um texto de São Norberto (sec. XI) sobre o sacerdote. Li-o na Missa do Campo Grande, a propósito do Evangelho que falava da nomeação dos Doze e do seu envio. Deixo-o aqui como partilha: " Sacerdote, tu não é tu porque és Deus. Tu não és para ti porque és servo e ministro de Cristo. Tu não és teu porque és para a Igreja. Tu não és para ti porque és o mediador entre Deus e os homens. Tu não te bastas porque és pecador. Tu não és para ti mesmo porque não és nada. Oh sacerdote! Quem és, então? Tudo e nada! Tem cuidado contigo, para que não se diga de ti o que disseram de Cristo na Cruz: «salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo »".

Dar lugar a Deus

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Inaugurou-se, hoje, no Vaticano o presépio e acenderam-se as luzes da grande árvore de Natal. Eu, porque estava em outros afazeres, cheguei meio minuto antes de apagarem as luzes. O Papa não esteve na cerimónia mas recebeu esta manhã os que estiveram envolvidos quer na construção do presépio quer no enfeite da árvore. E, com palavras simples, agradeceu e disse isto, que acho que todos nós deveríamos ter presente nas nossas casas: " O presépio e a árvore transmitem uma mensagem de esperança e de amor, e ajudam-nos a criar o clima natalício favorável para viver com fé o mistério do nascimento do Redentor, que veio ao mundo com simplicidade e mansidão. Deixemo-nos atrair, com a alegria das crianças, diante do presépio, porque lá compreende-se a bondade de Deus e contempla-se a sua misericórdia que se fez carne humana para enternecer o nosso olhar. " Nada de transcendente mas não deixa de ser uma bela reflexão a caminho do Natal.

O futuro da religião

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Fui, na sexta-feira passada, a um jantar-debate, sobre o futuro da religião. Fui como convidado para que, junto ao Professor Miguel Real, pensássemos e debatêssemos sobre esta preocupação. Como foi pedido a ele e a mim que fizéssemos uma pequena apresentação para depois abrir o debate, e como eu a levei escrita, partilho-a agora neste post: O nos traz hoje aqui é a reflexão sobre o tema do futuro da religião. Mesmo sem ser uma questão, quando falamos em futuro ele torna-se uma questão. E este futuro pode ser visto e analisado de vários pontos de vista, consoante o interesse que a questão possa levantar. Há muita literatura séria e ficcionada sobre o futuro das religiões, também ela analisada de uma determinado perspectiva (por exemplo, esta questão na Europa coloca-se por causa do “medo da islamização”). Não sou visionário nem quero ser futurista no sentido de supor como será o mundo daqui a cinquenta ou a cem anos. Como crente a minha reflexão iria mais no sentido de me...

A idade do homem

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Andando eu ontem à procura de umas citações, encontrei na "Carta a um refém", de Antoine de Saint-Exupéry, esta pequena mas interessantíssima reflexão sobre a idade do homem. Eis como a descreve: " É incrível, a idade de um homem! Resume a sua vida inteira. Essa maturidade, que é dele, foi-se construindo lentamente. Foi-se construindo à força de tantos obstáculos vencidos, de tantas doenças curadas, de tantas mágoas abrandadas, de tantos desesperos superados, de tantos riscos cuja maioria escapou à sua consciência. Foi-se construindo através de tantos desejos, de tantas esperanças, de tantas saudades, de tantos olvidos, de tanto amor. Representa uma bela carga de experiências e de memórias. A idade de um homem! Apesar das armadilhas, das contrariedades, das rotinas, continuámos a avançar aos solavancos, como uma boa carroça. E agora, graças a uma convergência obstinada de felizes circunstâncias, aqui estamos. Chegamos aos trinta e sete anos. E a boa carroça, se Deus q...