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A mostrar mensagens de fevereiro, 2018

Transfigurações

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Avançando para a Páscoa, o segundo domingo da Quaresma faz-nos subir ao Monte Tabor para contemplar o Transfigurado. Jesus, a caminho de Jerusalém, avisa os discípulos que vai sofrer e que quem o quiser seguir tem que pegar também na cruz. Pedro tenta demover Jesus da subida a Jerusalém, mas não consegue. E é a caminho de Jerusalém que Jesus pega em Pedro, Tiago e João e se transfigura diante deles. Transfigurar. O dicionário é claro: mudar de figura. Frederico Lourenço, que traduziu do grego os Evangelhos, especifica numa nota que a tradução exacta é metamorfose. Quer uma quer outra dizem, no fundo, o mesmo: mudou de aspecto, envolvendo-se de uma luz alvíssima que impressiona os discípulos. Em Jesus, transfiguração significa antecipação da Páscoa. Explica-nos que a morte é uma "metamorfose" necessária para nos fazer viver na luz de Deus. Que ele, à semelhança de Moisés e Elias não vai ser arrebatado ao céu, nem ter uma morte tranquila, mas sim uma morte de sofrimento,

Tentações

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O primeiro domingo da Quaresma leva-nos sempre ao Evangelho das tentações. Para dizer que também Jesus foi tentado, mas que também soube vencer a tentação. Com as tentações não se brinca porque podem ser mais fortes do que nós. Aquela subtileza de nos querer levar por caminhos que não quereríamos ir, aquela propensão para fazermos uma coisa que sabemos que não a devemos fazer, aquela intenção errada e vã que temos consciência de que não nos torna felizes. Com as tentações só se pode lutar para vencer. Com a nossa vontade firme e com a força de Deus. Não nos deixeis cair na tentação, dizemos nós no pai-nosso. O Deus que nos criou conhece a nossa tendência para ouvirmos e seguirmos outras vozes e intenções tentadoras. Onde nos refugiaremos? Na sua Palavra. Bom domingo.

As exigências da Quaresma

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Começámos ontem a Quaresma. O tempo é difícil de tão fácil que é. Difícil porque só nos pede que sejamos simples e autênticos. Olharmos para a nossa vida, e tentarmos não cair coisas em que tantas vezes nos reconhecemos pecadores: ser simples e autêntico nos pensamentos, nas palavras, nos actos, e ganharmos coragem para não continuarmos nas omissões. A Quaresma pede pouco: atenção, disponibilidade e atitude. A deixarmos a mesmice, as rotinas que nos anulam, a darmos tempo a Deus e aos outros mas, sobretudo, a nós. A Quaresma dá-nos muito. Dá-nos sentimentos fraternos e de acolhimento, dá-nos misericórdia e perdão, dá-nos um caminho que nos conduz à luz que dissipa as nossas trevas. A Quaresma é simplesmente isto: quarenta dias para ser feliz em Deus.

A porta e a chave

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No passado dia 2 de Fevereiro celebrou-se o dia do Consagrado. O Papa Francisco celebrou a Missa no Vaticano com os consagrados que lá se reuniram. Uma homilia curta, com alguns recados que pode ler aqui . Tocou-me uma frase em que o Papa dizia que, na vida consagrada, os jovens abrem as portas mas os mais velhos é que têm as chaves. E, no decorrer dos anos, vamos (vou-me) apercebendo da verdade que isso é. Pela minha parte, e ao mesmo tempo, comecei a ler as Meditações, de Marco Aurélio, um clássico da literatura romana (o título que ele deu ao livro foi "para mim mesmo". No primeiro livro (são 12), ele começa por "meditar" dizendo o que deve aos seus antecessores: avô, pai, mãe, bisavô, tutor, filósofos... dando a impressão que a sua personalidade não se construiu em teorias mas sim nas vidas que o rodearam. Aparecem valores como a rectidão, a piedade e a generosidade, a simplicidade de vida... coisas que verdadeiramente constroem. Como se sabe da vida de