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De geração em geração

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Partilhar o que se sabe é o que se vive é umas das experiências humanas mais bonitas. Desde o partilhar um brinquedo ou uma brincadeira quando somos crianças, até à partilha de saberes e preocupações, mais ou menos existenciais. Como já escrevi, estou em Sevilha num encontro de promotores vocacionais. E uma coisa que se tem falado muito é dos vários tipos de gerações que vão aparecendo. Eu não sabia que pertencia à geração X... (melhor assim porque sempre rejeitei pertencer à mal afamada e injustiçada primeira "geração rasca") e que a actual geração, depois termos já esgotado o alfabeto, estamos na geração alfa (nascidos depois de 2010). Cada uma com as suas características, nem melhores nem piores que as outras, com as suas forças e as suas debilidades. Em relação às vocações, a Igreja terá de entender quem nos procura. E mais do que uma consagração ou até de um sentido para a vida, as últimas gerações procuram felicidade. E aqui há uma outra inflexão na concepção de promoçã...

Ei-los que chegam

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Três dias depois do previsto, eis que chegam os noviços de Angola e o de Portugal. Serão 8 que no próximo domingo irão começar o noviciado no convento de Lisboa. Muda a minha vida e a deles e muda também a vida do Convento. De 14 passamos a 22, com tudo o que implica de gestão conventual e humana. Até a mesa das refeições muda. Era uma mais compacta que agora se transformou em U para cabermos todos na mesma mesa. Rezem por nós para que o que aqui hoje começa Deus leve a bom termo e que todos saibamos ser fiéis ao espírito de São Domingos, nosso Fundador e nosso Pai.

Volta saloia

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Dia de passeio do Estudantado dos Dominicanos de Lisboa. Desta feita, os dois estudantes e o postulante com o Padre Mestre, que é este quem vos escreve. Saímos cedo para que a volta fosse feita com tempo e calma. De Lisboa fomos directos a Mafra, onde batemos com o nariz nos portões da igreja. Ainda perguntei a uma rapariga e sabia se abriam a igreja. Espantada, respondeu? Não está aberta? Então o padre deve ter adormecido! Ora ficámos sem saber se estava fechada por o padre ter adormecido, se era por ser segunda-feira ou ainda por ser feriado. Menos mal que todos já conheciam o convento e, por isso, passámos à segunda etapa: a aldeia do Sobreiro. Uma pequena paragem, a aldeia ainda estava a acordar. O dia prometia, por ser feriado, já havia música no ar e os cozinheiros nos pratos e nos doces. Tenho boas ideias da aldeia do Sr. José Franco, que bem conheci quer no Sobreiro quer na Ericeira, mas a aldeia está a degradar-se e merecia uma renovação ou um restauro faseado... Do Sobre...

Sucessão de dias

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A calma do retiro faz bem e ajuda a descansar. O horário do retiro está coordenado com o da comunidade. Laudes às sete da manhã, conferência às 9h, terço às 12h e almoço às 12.30h. À tarde, conferência às 15h, preparação da liturgia e do jantar (à noite somos nós), e Eucaristia às 18.30h. À noite, completas às 21h. No total, somos 14: 4 frades e 10 postulantes. Pediram-me para fazer algumas refeições "portuguesas", o que vou fazendo mais com massas porque arroz e pirão é o pão nosso de cada dia. As questões culinárias são muito melindrosas: o arroz tem que ser seco (o malandrinho aqui não entra), os molhos são sempre bem-vindos, um sucesso e, se meter quiabo, tanto melhor. Ontem foi-nos apresentada uma instituição do Vicariato de Angola, sediada nesta comunidade, o Mosaiko. E um Instituto de promoção e defesa dos direitos humanos. Dá trabalho a 25 trabalhadores, e é o único instituto em Angola que trabalha nesta questão tão social e tão religiosa. Uma apresentação, uma ...

Dias quentes e sossegados

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Começou hoje o retiro dos postulantes. Na realidade foi ontem mas foi um início muito acelerado porque, na comunidade onde estamos o gerador desligava-se às 23.30h e, como jantámos mais tarde, tudo se atrasou. Mas hoje, sim, tudo foi vivido com calma. Impera o calor sem chuvas. O Vicariato pediu-me este retiro para lhes falar do Ano da Misericórdia e do Jubileu da Ordem. Foi do que nos ocupámos hoje. Também, ainda ontem, pedi-lhes que respondessem a duas perguntas: O que é para mim um dominicano e, a segunda, Porque é que quero ser dominicano. Depois do encontro da tarde partilhámos o que cada um tinha escrito. O horário do retiro também é calmo. Começamos cedo, às 7 da manhã, com Laudes, e terminamos depois das Completas, às 21h. Todos os dias, às 18.30h, celebramos a Eucaristia com as Irmãs Missionárias do Rosário, que têm casa aqui mesmo em frente à nossa. A animação litúrgica está sob a responsabilidade dos postulantes que, na parte da tarde, depois a conferência, a preparam e, ...

Uma liturgia que faz vibrar

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A comunidade tem vivido dias de saudável alegria. Desde a semana passada que temos connosco cinco postulantes, vindos de Angola, que nos fizeram um refresh neste mês de Agosto. São expansivos e contagiam a sua alegria. Apesar de ser um pouco cansativo para mim - é a primeira vez que estão na Europa, tudo é novo e tudo demora o seu tempo - têm vindo a aprender o espanhol que vão precisar para o noviciado e eu, em alguns momentos, além de sair com eles, também lhes falo um pouco da nossa vida dominicana. A mim contagiam-me também os sons africanos. De facto, a maneira leve e alegre de celebrar faz vibrar a fé, faz sentir Deus mais perto. Esta manhã falei-lhes da nossa dimensão litúrgica. Do " breviter et succinter " e do " magis et minus pro tempore observetur ", que são duas expressões antigas, da nossa espiritualidade litúrgica, quer querem dizer que a nossa liturgia deve ser breve e sucinta (a primeira expressão) para não perder nem a devoção nem o tempo do est...

A primeira carta

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Chega o dia de publicar a primeira carta a um noviço, do fr. Jerónimo Savonarola. Publico-a hoje, como que terminando um processo, ligeiro mas profundo e sério, de discernimento de dois pré-noviços. Terminaram hoje a terceira "experiência comunitária". Durante esta semana foram avaliados pela comunidade, fizeram o exame de admissão ao noviciado, pediram formalmente ao Provincial para os admitir, e hoje, depois de todas as confirmações e aceitações, foram inscritos no livro das admissões. É mais que um pro forma , é uma tomada de consciência do que significa ir-se dando, a Deus e aos imãos. Caro leitor, reze por eles. Chamam-se José Alberto e José Manuel. E peça para que Deus os confirme, em cada dia, no sim que vão dizendo. A frei Estêvão de Codiponti «A paz de Deus, que ultrapassa toda a inteligência, guarde o vosso coração em Cristo Jesus» (Fil 4, 7), queridíssimo irmão. A pressão de muitos compromissos impediram-me de satisfazer antes o te pedido. Porque, nem...

Cartas a um noviço

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É célebre, nos dominicanos, uma carta que fr. Savonarola escreveu a um noviço, que encontrava na sua comunidade pessoas e exemplos menos bons. Durante a próxima semana irei aqui publicá-la, como mais um  "tesouro espiritual" da Ordem dos Pregadores. E, em 1986, o Capítulo Geral de Ávila decidiu também escrever uma carta aos noviços. Na verdade era uma carta para todos mas, talvez inspirados na célebre carta, dedicaram-na aos noviços. Hoje dois postulantes, ou pré-noviços, terminam o tempo de discernimento vocacional. Há algum tempo que o têm vindo a fazer, com as suas leituras, conversas, experiências comunitárias... esta tarde farão o exame de admissão ao noviciado. Decidi traduzir-lhes a carta do Capítulo Geral de 1986, para os ajudar, sobretudo, a comprometerem-se com a Ordem. Partilho-a também consigo, caro leitor. Mesmo não sendo noviço/noviça, certamente irá gostar de a ler. Querido irmão: Há já algum tempo que bateste à porta de um dos conventos sem saber e...

Aguarelas

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  Finalmente tive uns minutos para, antes de aqui vir, ir colocar no site dos dominicanos, do qual sou o responsável (ainda que muito ausente), umas aguarelas digitalizadas. A autora e artista, Luísa Albuquerque, que tenho por amiga, minha e dos dominicanos. Há tempos pedi-lhe um trabalho ambicioso (da minha parte): pintar as etapas da formação dominicana. Fê-las e ofereceu-as. Irão ficar em quadros numa sala do convento. Digitalizei as imagens e deixo-as hoje aqui, com um grande obrigado à Luísa. São quatro, referentes às etapas da vida dominicana: aspirantado, postulantado, noviciado e estudantado. Se quiserem saber mais sobre este tema vão ao site dos dominicanos, link vocações.                

Viagens

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Dia de viagem. Ida ao Porto para me encontrar com três candidatos à Ordem. A vida é feita de viagens, sejam elas interiores ou exteriores, mais a direito ou andando em curva. Todas têm um objectivo e todas nos  levam a um destino. Viajar é sempre bom. Desinstala-nos, faz-nos ver outras coisas, ou as mesmas de outra maneira. Assim é viajar: à volta do mundo ou à volta de nós.

A todo o vapor... De regresso

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Já de regresso a Lisboa. Missão comprida. As 4 horas que estive no convento do Porto foram fraternas e saudáveis. Poucas vezes lá estive e nenhuma a demorar. Almocei com a comunidade, com alguns demos o "passeio higiénico" no jardim do convento e falei com os dois candidatos. Como me despachei muito antes da hora do comboio fiz uma boa caminhada do convento à casa da música e fui de metro até à estação de comboios, tendo ainda oportunidade para ir à capela da Senhora da Saúde, onde um dos freis é capelão. E agora lá vou eu na viagem de regresso. Venho feliz a animado. Bendito seja Deus! A fotografia que acompanha estas poucas linhas tirei-a da entrada de uma loja. Foi o que me fez ir ao Porto: Por Vocações. Tem a sua piada...

A todo o vapor

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Hoje esta expressão está desactualizadíssima. Já não há comboios a vapor para podermos usar a expressão. Agora mais depressa se diria vou a todo o Alfa pendular (ainda não temos nem teremos tão depressa o rapidíssimo tgv...). E cá vou eu a caminho do Porto, onde vou passar o dia. Vou para falar com candidatos à Ordem Dominicana. A minha primeira actividade como "formador" e promotor das vocações. ( Convido-o a que visite o site dos dominicanos (dominicanos.com.pt). No link vocações encontrá novos artigos sobre vocações). Lembro-me do Beato Jordão de Saxónia que, como Mestre da Ordem, andava pa ra trás e para a frente e, nas cartas que escrevia a Diana, havia sempre umas linhas referentes aos candidatos que ele admitia: muito bons e aptos para a nossa Ordem. Que ele, patrono das vocações dominicanas, nos inspire, a quem está e a quem bate à porta, para que a vontade de Deus se cumpra em nós. Orate pro nobis.