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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012

Hora de tirar as máscaras

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Está a acabar o Carnaval. É hora de tirar as máscaras, de dizer adeus à carne (carnaval quer dizer "adeus à carne" [ carnelevamen ]), e de entrarmos na seriedade da vida à luz de Deus (entrudo quer dizer "entrada" [ introitus ]). Para mim, que sou um pouco sensível às questões da liturgia, espero estes tempos fortes como se fosse um ano novo. O mudar o livro da Liturgia das Horas, o livro de cânticos, são para mim pequenas liturgias que me fazem preparar para a seriedade da vida e das coisas. Talvez para nós, padres, seja o tempo de menos recolhimento, porque começam as atividades quaresmais, as confissões, etc. etc. Mas é bom haver este sentir comum, como povo, como Igreja, que se retira durante quarenta dias da "mesmice" da vida e tenta fazer um caminho mais consciente e coerente de conversão para Deus e para o Evangelho. Para muitos a Quaresma é só a tradição do comer peixe à sexta-feira. Tradição pouco exigente, porque só se faz quando se lembra

Representação da Alma e do Corpo

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Este post está com três dias de atraso. Só agora, neste começo da manhã, conseguir ter um tempinho para aqui vir deixar um pequeno comentário a um concerto a que "presidi", na passada sexta-feira em Marvila, a terra onde me criei. Fui em representação do pároco. Este concerto marcava a efeméride de 412 anos. Na passada sexta-feira fazia 412 anos que esta "Raprresentatione di Anima e di Corpo" era estreada em Roma. A história desta Representação é sui generis. A origem está no Juízo Final da Capela Sistina, do grande Michelangelo. Diante desta obra, terminada em 1541, há um padre do Oratório de São Filipe de Neri, também recentemente fundado, Agostino Manni, que, de tão impressionado ao ver o Juízo Final decide fazer um libretto sobre estas realidades últimas do ser humano: o combate entre Corpo e Alma, pressionadas pelo Tempo e refletidas pelo Intelecto. São estes os personagens desta Representação que nos falam dos cuidados a ter com a sedução deste mundo e a

À procura de um santo - um divertimento

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Recebi um mail de uma amiga a pedir-me ajuda por causa de um Santo. As indicações que me dava eram só duas: São Grelotin, patrono dos fendedores (lenhadores). Perguntei para me orientar se ao menos se sabia o dia em que se celebrava. Respondeu-me: 20 de Fevereiro e que poderia estar relacionado com a festa dos loucos. E comecei a pesquisa, que também não foi longa. Consulta de um calendário antigo, dia 20, dia de Santo Euquério, francês, mas monge. Não poderia ser patrono de fendedores. Consulta no novo calendário: o mesmo santo, o que quer dizer que não houve mudança de dia. Nova pesquisa: saber quem é o padroeiro dos lenhadores: São Fiacre, que viveu nas florestas e faz todo o sentido. Última pesquisa: origem do nome. Grelot quer dizer guizo, sino, campainha. E, então, fez-se me luz: Pode não ser um santo mas, como é em épocas de Carnaval, pode haver uma brincadeira à volta desta figura. Festa dos loucos... O estranho era o dia 20... Lá lhe dei estes resultados, ao que me responde

Beato Jordão de Saxónia

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Aqui está um beato que admiro. Beato Jordão de Saxónia, sucessor de São Domingos no governo da Ordem Dominicana. Depois de São Domingos é o dominicano que mais sobressai na primeira geração da Ordem. Vou aqui resumir o que leio de um resumo da vida dele, para termos uma ideia do que significou este Beato para os dominicanos. São Domingos é o fundador da Ordem, com todo o mérito e justiça. Desde o princípio que o seu projeto fundacional foi bem claro. Jordão de Saxónia percebeu bem este ideal de São Domingos. Quando o Beato Jordão assumiu o governo da Ordem era tudo em pequena escala: as províncias 8, os conventos 30 e os frades 300. Jordão foi Mestre da Ordem 15 anos e, à sua morte a Ordem tinha crescido e muito: 12 províncias, 300 conventos e 3000 frades! Nasceu em 1185, alemão de Burgberg, conheceu São Domingos em Paris, em 1219. Jordão de Saxónia já frequentava o convento e coincide com uma passagem de São Domingos pelo convento. Conhece-o, confessa-se a ele e, pouco tempo depois,

Os meus trabalhos

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Tinha pensado num outro título para este blogue: ou "Os trabalhos de Hércules" ou "Os trabalhos de Penélope". Mas nem um nem outro se aplicam ao meu caso, pelo menos diretamente. Mas a ideia é a mesma: trabalhar sem parar. E aqui estou como a Penélope: ando num sarilho. Claro que estou a jogar com a palavra que tem muitos significados. Poderia ser o mais comum: estar metido numa embrulhada, mas o sentido que lhe dou é o mais original: um sarilho é uma espécie de dobaboira que enrola os fios para fazer uma meada e, a expressão aqui é mesmo esta, andar num sarilho, numa roda viva. Os meus dias passam como os de Job - como uma lançadeira num tear - não pela doença ou pelo sofrimento, mas porque passam rápido e o trabalho pouco se desenvolve. Este ano de 2012, em que cortei bastantes atividades, para estar disponível para algumas atividades internas da Ordem, tem-se mostrado bastante apressado. O que tenho andado a fazer não é nada do outro mundo. Na verdade, pass

Post 500

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Este é o post 500. O tema não será as estatísticas que o administrador do blogue conhece, nem quantos seguidores ou os posts mais vistos, mas assinalar aqui um grande momento na vida da província dos dominicanos em Portugal. Daqui a pouco (12h), no Convento de Cristo-Rei do Porto, será ordenado padre, um frade que, durante cinco anos, pertenceu a esta comunidade. As últimas remodelações nas Comunidades assim o determinaram. É um momento importante para ele, para os que o acompanham na celebração e os que o acompanhamos na oração. Ainda nos falta descobrir os modos de presença. Nem tudo se resume ao corpo presente. Acabo de mandar ao fr. Gonçalo uma mensagem de texto que um frade da minha comunidade pediu que lhe transmitisse. Aproveitei e mandei-a em nome dos que cá ficaram. Eu, que cá fiquei, assumias tarefas de quem foi: Missa comunitária às 8.30h, Missa daqui a pouco e às 18 horas na paróquia de São Domingos de Benfica. Nos outros anos, o fim-de-semana das seis Missas calhava em

Um novo blogue

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Acaba de nascer um novo blogue relacionado com a pregação dominicana. A ideia é de um postulante, o André, que o construiu e que espero que o mantenha! Mas seremos os dois os administradores dos escritos OP ( http://opscriptis.wordpress.com/ ). Já tem o texto de apresentação, feito pelos dois, e algumas obras. Num ano em que nós, dominicanos de Portugal, celebramos os 50 anos da restauração da nossa província, este blogue tem largos horizontes: Lembrar o passado e o presente, numa dimensão universal. Aliás, é assim na nossa Ordem: quando fazemos a profissão (votos) fazemo-la ao Mestra da Ordem, lembrando que um dominicano, onde quer que esteja, tem sempre horizontes mais largos que o seu convento ou a sua província. Passem por lá. Agora para o conhecer e depois para o verem crescer. Contributos e sugestões serão também bem-vindos. Já que estamos num post de publicidade, visitem também outros blogues e sites que nós, dominicanos, mantemos. Estão todos indicados em ( www.dominicanos.