Uma fresca noite de silêncio
Estou em Feirão. Consigo dormir aqui uma noite. Dou comigo a sentir uma noite fresca e cheia de silêncio. 17 graus de uma frescura natural, vinda do monte de Felgueiras, a descer sobre esta aldeia, também ela silenciosa. Ouvem-se os grilos e, ao longe, um cão que ladra. Nada mais. Retenho as imagens do dia: montes verdes e o feno já cortado molhos de espigas à espera de serem malhados os pastores que regressam ao povo com o seu gado, à mesma hora que eu, de uma missa. a água fresca da fonte seara que só de a ver me refresca o balir de um cabrito de dois dias que não encontra a mãe o sorriso de uma criança com quem brinco como se também eu fosse criança o toque das Trindades que reza em mim Ave-Marias... Este é o Feirão possível neste meu verão: uma noite feita de frescura e de silêncio. Hoje eu sou Feirão.