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A mostrar mensagens de julho, 2012

Tudo a trabalhar

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Enquanto uns estão de férias – que não vivemos cá –, outros trabalham nos vários trabalhos agrícolas desta época quente. O trigo e o feno já foram cortados. O trigo está em molhos nas lameiras á espera do dia próprio, quando secar mais o grão, para poder ser trazido para as eiras e malhado. Se bem que isto era mais antigamente. Hoje em dia, por comodidade, já se malha o trigo na própria lameira, que os tratores vão lá e poupam tempo. Mas a pressa nestes dias é a de colher o feno. Depois de cortado, antigamente com a gadanha e agora com umas máquinas sofisticadas como as de cortar relva, tem de ser virado e colhido pouco tempo depois para não secar. Depois de colhido é colocado no palheiro para aí ficar para os meses em que não há erva para o gado comer. Antigamente todo o feno era pouco. Agora já só se apanha o justo e necessário porque os anos cansam e os mais novos não se agarram a estes trabalhos. Mas para algumas pessoas, o gado ainda é quem os vale. E lá ouvimos, manhã cedo

Esta vista não cansa

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Cheguei a Feirão. Sair da autoestrada e entrar na estrada que vai de Bigorne a Resende é o aviso de que deixamos para trás a cidade e os seus barulhos e entramos na aldeia dos silêncios, onde não há buzinas nem ruídos estranhos mas o dos guizos das vacas ou do sino da igreja que nos lembra as horas e os seus trabalhos. Descer o Alto de Gosende dá a sensação do regresso às berças, ao reencontro dos rostos que deixámos no ano passado, mais enrugados, que o tempo também passa pela nossa pele, do como está e quanto tempo fica. Visitas protocolares aos da família e mais chegados, entrada no café que funciona como um rastilho para espalhar a notícia do já chegou e do amanhã há Missa. Limpeza da casa, compras de alimentos, que aqui o ar não alimenta, só refresca, e um fim de tarde voltado para o Penedo Gordo, a vista que não cansa.

Entre férias

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Hoje é dia de transição de férias. Acabam as da praia, amanhã começam as do campo. As da praia foram ótimas. O sossego, a companhia, o tempo, tudo contribuiu para que fossem uns dias de paz e repouso. As férias de campo valem por elas próprias. Vou trabalhar mais que o normal – os padres de lá costumam aproveitar para fazer férias enquanto lá estou, pelo que missa diária, e algumas vezes mais que uma, serão uma constante em Feirão e Cotelo (as terras dos meus costados). Leituras e caminhadas, escrituras e conversas, irão certamente acalmar o ritmo dos meus dias. Até amanhã, em Feirão.

Agora, sim, de férias

Este post é necessariamente pequeno porque pouco tenho a dizer e quase poderia ser uma mensagem de twitter: entrei de férias. Hoje celebrei a última Missa de obrigação. Agora impõe-se um tempo de descanso. Assim o espero. Não serão férias absolutas nem luxuosas; são só um abrandamento do ritmo puxado dos últimos tempos. Agora é tempo de v isitar e revisitar lugares que me dão paz. E bem dela preciso.

Périplo monacal

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Venho de uma semana muito movimentada. Uma monja portuguesa que, entre o traslado de um mosteiro para outro, ambos de Espanha, veio a Lisboa para tratar de um simples papel da Segurança Social mas que, com confusões e paragens, perdeu todos os documentos. E uma visita de dois dias tornou-se numa de uma semana, para cá e para lá, e com ajuda de duas pessoas tudo se conbseguiu em tempo útil. Na sexta fiu levá-la ao novo mosteiro, perto de Salamanca. Aí a deixei; parecia que era primeira vez que ela entrava num mosteiro. Despedidas fora da clausura, entrou no mosteiro e deixei de a ver. Há pessoas que não compreendem este tipo de vida. Seja porque pareça uma prisão: o não poder sair, as grades dos mosteiros, seja pela necessidade de Evangelização e elas ali fechadas. Não há maior liberdade do que poder olhar para além das grades. Porque quem opta por uma vida de mais rigor submete-se com grande liberdade às regras e às obrigações que lhe são impostas. Como dizia Jesus no Evangelho,

Oração pelos que nos rodeiam

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Obrigado, Senhor, pela beleza dos que me rodeiam. Palavras e gestos, rostos e sentimentos de quem está perto e nos ajudam nos combates da vida. Obrigado, Senhor, por aquelas pessoas que colocas no nosso caminho, as que nos podem parecer um mundo de trabalhos, mas que à tua luz são sempre um desafio. Obrigado, Senhor, pelos que não vivem da aparência, e mostram a sua fragilidade num sorriso tímido num olhar envergonhado. Obrigado, Senhor, pelos que se dispõem a ajudar porque sim, em troca de nada, ou quanto muito de uma avé-Maria. Obrigado, Senhor, porque no meio do cansaço e da tristeza nos mostras a alegria escondida do amor sem limites. Por aqueles que nos rodeiam, bons ou maus, tu o sabes, obrigado, Senhor.

O beato Ceslau da Polónia

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Na Igreja nem todos os santos se celebram. Não nos chegariam os dias para que os festejarmos, mesmo juntando uns quantos. Não é que haja santos de primeira ou de segunda mas, quando temos muitos, valorizam-se os que tiveram maior visibilidade. Hoje nós, dominicanos, celebramos a festa do beato Ceslau da Polónia. Não é obrigatório que se celebre - de fato em Portugal não o celebramos - mas é um dos primeiros frades ou, pelo menos, é da primeira geração dos dominicanos. No meu trabalho de tradução de adaptação da vida dos santos e beatos da Ordem, acabo de traduzir a sua pequena nota biográfica e a oração a ele dedicada. É uma feliz coincidência. Por isso aqui a transcrevo: Ceslau nasceu na Polónia por volta do ano de 1180. Foi um dos primeiros frades da Ordem de São Domingos. Acompanhava, juntamente com Jacinto da Polónia, o bispo de Cracóvia, numa viagem a Roma quando, atraídos pela vida e costumes de São Domingos, ambos vestiram o hábito da nossa Ordem. Ceslau era já presbítero

Uma canção para o meu Deus

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A homilia que escrevi para este domingo derivou do que primeiramente tinha pensado. No domingo, passado, na Missa onde estive, em Espanha, cantou-se uma canção que me enterneceu. Numa aldeia de pescadores, com muita gente de idade e os mais novos os que por lá faziam uns dias de praia, cantaram um cântico de acção de graças que me ficou. Quando li as leituras deste domingo veio-me ao pensamento esta música. Os espanhóis não evoluíram muito em termos de música litúrgica, mas há alguns cânticos que lhes ficam bem cantar. Aqui deixo o cântico, numa versão que não é a melhor mas a única que encontrei. Bom domingo.

Entre santos e pecadores

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Nos últimos tempos várias vezes tenho lido e ouvido, e creio que até já qui escrevi, uma frase que, de repente, saiu nos meios religiosos: "um santo tem um passado e um pecador um futuro". Em tempo de meio gás, os meses de férias, retomei um trabalho que estava em pausa, que é a tradução da biografia dos santos dominicanos. Não se trata de biografias exaustivas mas de pequenos dados biográficos dos santos que a Ordem Dominicana celebra ao longo do ano. E, de fato, comprova-se este dito. Tal santo nasceu em tal sítio, entrou na Ordem aos tantos anos, viveu em tal convento com tal espiritualidade, morreu em tal sítio e foi beatificado por tal papa. Tudo no passado. Não é menosprezo pelos santos porque, afinal, nos seus tempos, também deviam sentir-se pecadores com um futuro pela frente. A carreira de santo não é pública ou, se quisermos, é uma não-carreira. É viver com simplicidade a vida evangélica, ser prudente como as serpentes e simples como as pombas. Aparentar santi

Um pôr-do-sol

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Onde estou

Olá. Não desapareci. Tirei uns dias de férias. Hoje, domingo, lembro-me do "meu" povo do Convento e do Campo Grande. Como poderia eu esquecer-me dos que partilham comigo a fé? Amanhã regresso para voltar à vida regular e para resolver problemas que o mail e o telemóvel me deram a conhecer. Bom domingo!