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Porque caminho?

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As experiências de caminhar são para mim das mais profundas. Não só pela necessidade de andar nem pelos benefícios ambientais, que já por si seriam bons motivos, mas pela experiência de pisar o chão, de poder sentir e olhar a paisagem que me rodeia, de conversar, se vou acompanhado, e de rezar, se vou sozinho. Caminhar leva-me sempre mais longe, mesmo se não vou tão depressa.  Muitas vezes o meu caminhar tem também um trajecto interior. Os caminhos interiores levam-nos bem mais longe que os números de passos que o telemóvel me indica os os quilómetros expostos nas placas. Quantas decisões tomei a caminhar, quantas pessoas e conversas lembrei enquanto andava, quantas turbulências acalmei no meu interior quer falando com alguém que partilha os meus passos quer falando e andando às voltas comigo próprio. As caminhadas interiores são para mim, não poucas vezes, uma boa terapia.  Caminhar em grupo tem outras nuances. E muitas vezes revelamo-nos enquanto caminhamos. Lembro-me do qu...

Minuto positivo

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Apesar dos cansaços e das canseiras, acordar em cada dia é um milagre que devemos agradecer aos céus. Pensar nos que morreram durante a noite, nos que estão presos a uma cama ou a um espaço, nos que acordam sem trabalho, comida ou esperança, é para mim um desafio de viver um dia cheio de trabalho, procurando construir um mundo melhor. Por isso, se há uns anos atrás acordava ao som da rádio e, muitas vezes com notícias, deixei de o fazer. Acordar e ouvir as desgraças do mundo era desanimador. Troquei pelas melodias sonsas do telemóvel. Em crescendo para ir acordando, mas calando logo o aparelho porque a música, ao fim de 20 segundos, repete-se. Graças a Deus, são raras as vezes em que a musiqueta me acorda. Mas a tecnologia avança. As aplicações são como os enxames de abelhas que nos rondam, sempre a querer mandar notificações. E voltamos ao mesmo. Mal acordamos, já temos uma notificação de um jornal a dizer que fulano foi morto a tiro, que sicrano foi queimado vivo, que em tal sítio...

Indecisão

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Passei o dia com a vontade de escrever mas não atinei com o assunto: sobre a intolerância de alguns diante da tolerância de ponto ou sobre Santa Cataria de Sena que hoje se comemorou. Mas não me decidi. Sobre a tolerância de ponto a minha opinião não iria certamente trazer qualquer benefício nem prejuízo a ninguém e sobre Santa Catarina, depois de ler episódios e orações dela, acabei por não me decidir por nenhuma. Durante a tarde outros assuntos me surgiram para escrever: um poema de Daniel Faria, o artigo do P. Anselmo Borges sobre Fátima (bastante interessante, até) ou um comentário ao artigo sem sal do Professor João César das Neves, também sobre Fátima. O autor parece o Quixote a defender Nossa Senhora e Fátima e os Pastorinhos, querendo corrigir as afirmações que D. Carlos Azevedo e o P. Anselmo Borges fizeram nos dias passados. Li o artigo, ia caindo na tentação de publicar um pequeno comentário - ainda o escrevi - somente com esta frase: aqui está um mais papista que o Papa....

Por estes dias gerado

Talvez tenha sido gerado por estes dias, há 41 anos atrás. Não gosto da ideia de que o nossos anos se contarem a partir do dia que nascemos... Nesse dia, mais ou menos, já temos quase nove meses de vida... E é pena que não contem. Afinal, termos sido gerados foi o início da nossa existência, o início de uma nova vida, o início do que nós somos agora e, no meu caso e de muitos outros, o fruto do amor dos nossos pais. Gerados e criados para a felicidade.

Errância

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Neste mundo errante, em que o homem põe mas Deus sempre dispõe, vamos ouvindo os convites daquele que nos chamou. Porque nos ama e sabe que podemos dar mais, o Senhor continua a perguntar ao meu ouvido: A quem hei-de enviar? E quem se sente amado por Deus não pode não ouvir nem não responder à pergunta. Vou dizendo, aqui estou, podes enviar-me . Uma vezes o sim é fácil de dar, outras achamos que era simples mas afinal a exigência foi grande, e outras ainda dizemos que sim com temor e tremor. Mas a Palavra de Deus dá-nos sempre confiança e tranquilidade: Nada temas, porque Eu estou contigo; não te angusties, porque Eu sou o teu Deus. Eu fortaleço-te e auxilio-te, e amparo-te com a minha mão direita e vitoriosa . E vou caminhando, sem medo, porque a viva vivida com medo não nos deixa apreciar o bom que é dar-se a Deus e aos irmãos. Neste mundo errante, em que o homem tanto mal faz ao seu semelhante, de injustiça em injustiça, numa predação cada vez mais feroz, ouço a voz de Deus q...

Divergências no fado

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Gosto de ouvir cantar o fado mas, confesso, para mim, os verdadeiros fadistas já morreram quase todos. Bem, um ainda vive, que admiro, o Vicente da Câmara. Os contemporâneos têm a sua piada, alguns até devem ser louvados pela inovação que tentam trazer à interpretação mas, como digo, dos vivos, ninguém consegue substituir a eterna Amália ou o Alfredo Marceneiro, Teresa Tarouca ou ainda a Hermínia Silva (tenho mais na lista...). Já a minha mãe pensa de maneira diferente. Diz que gosta de ouvir os fados na voz de quem os imortalizou mas outros também os cantam bem. Eu não sou assim. Nalguns casos nem consigo ouvir outras vozes a cantar fados que só ficam bem naqueles que os interpretaram. Pior é quando agora, nas escolhas da voz, tentam imitar os originais... imitações baratas. Quem canta, bem como quem lê, deve interpretar e não se contentar em imitar... Alguns exemplos: haverá alguém que cante tão bem o fado das tranças pretas como o Vicente da Câmara? Ou alguém que cante tão bem o ...

João de Deus

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Naquele longínquo outono de 1894, uma jovem rapariga, antes do sol desaparecer, uma rapariga, que tinha dado à luz durante a noite anterior, pegou no seu crio, entre lágrimas e dor, e saiu de casa. Não podia criá-lo. A pobreza em casa era mais que muita, mais uma boca para alimentar era mais fome, o rapaz que lho fez não quis saber nem dela nem dele… O engodo foi grande: que gostava muito dela, que a amava e até que queria casar com ela… mas precisava de uma prova da parte dela. Ela, coitada, a pensar que entregando-se seria a melhor prova de amor, deu-lhe o que ele quis. O problema foi que ele fartou-se dela ao cabo de um mês, que afinal era novo para se casar e ela que pensasse noutro porque ele não ia casar e o amor tinha arrefecido. Ela, coitada, decidiu esconder a barriga o mais que pôde, o que não foi difícil porque entre as roupas e as vagueações pelos povos a mendigar pouco se via por casa. Saia manhã cedo e chegava já à hora da ceia. Não se escondia nem mentia, ia mesmo men...

A caminho de Belém

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Hoje começa a segunda parte do nosso Advento. Também nós nos pomos a caminho, como Maria e José. A caminho de Belém, Maria, grávida, vai montada num burrinho, coitado, que os transporta. O burro, figura secundária mas útil na vida de Jesus: de Nazaré a Belém transportando a mãe e o filho, em Belém tem lugar no presépio, aquecendo o Menino, de Belém para o Egipto, ajudando na fuga para não ser morto pelo malvado Herodes, talvez do Egipto para Nazaré e, finalmente, na entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém, que lembramos no Domingo de Ramos. Mas, neste tempo, o burro lá faz o seu trabalho: guiado por José vai calmamente para Belém, onde o Menino vai nascer. Mas hoje, com José e Maria, encaminhamo-nos para Belém, onde o milagre da encarnação de Deus vai acontecer. Outro milagre pode acontecer na nossa vida: que o nosso coração seja o presépio, onde Jesus possa nascer. (Fotografia enviada por uma amiga minha, que agradeço)

Emérito, vice ou ex qualquer coisa

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Impressionam-me as pessoas que vivem de títulos e para os títulos. Porque fazem disso o seu estatuto, como patentes que os comandantes colocam nas suas fardas. E tudo piora quando estes títulos se exibem na Igreja. Recebi um mail de um meu conhecido, pessoa de Igreja e de cargos, que até à pouco era presidente de um grupo e agora apresenta-se como vice de uma outra associação. O Papa tem oito títulos: Bispo de Roma, Vigário de Jesus Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Sumo Pontífice da Igreja Universal, Primaz da Itália, Arcebispo Metropolitano da Província Romana, Soberano do Estado da Cidade do Vaticano e Servo dos Servos de Deus. Creio que este papa só usará os das pontas, que são os que verdadeiramente interessam e dizem o que ele deve ser: viver para servir, servindo a Igreja de Roma, que está ao serviço do mundo. Há uns anos atrás, um bispo de Coimbra era conhecido pelo bispo "abcde" (Arcebispo-Bispo-Conde-Dom-Ernesto). Depois deste sucedeu-lhe um Bispo d...

A comunhão de Judas

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Se Judas comungou ou não na Ultima Ceia foi curiosidade que nunca tive em satisfazer. Lembro-me há uns anos atrás este tema ter aparecido à mesa e um confrade ter dito que não e disse-o com tanta segurança que acreditei. Mas parece que, afinal, comungou. Consultei um site ultra católico (são óptimos para dirimir estas questões) e, numa resposta a uma pergunta pertinente: se Judas estava em pecado mortal e se Jesus o sabia, porque é que lhe deu a comunhão?, o contestador responde de uma forma categórica, nada convincente: porque Deus é justiça e misericórdia. Por justiça não lhe devia dar a comunhão mas por misericórdia sim, porque Jesus esperou até ao último momento o arrependimento de Judas. Ora, esta resposta, pelo menos para mim, ainda me deixa mais perplexo que tudo o resto. Mas a resposta continua. É que, na altura da comunhão dos Apóstolos, explica o contestador, o pecado de Judas era um pecado privado. E não se pode negar a comunhão por causa de pecados privados. Se for pecad...

Programações

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Acabam-se as férias e vem o Setembro, com os seus inícios de adaptações e programações. É um recomeço que para uns é desejado, para outros um "eterno retorno" e para outros ainda, o normal da vida. Para mim, os dias de arranque são custosos, porque estamos nós a dia quatro e já tenho coisas agendadas para Julho do ano que vem. O início de Setembro tem sido, para mim, de viagens físicas e mentais, de recomeçar as rotinas (não desgosto delas) e de programações. A viagem de regresso de Feirão, um até para o ano. Pareço um emigrante que sai do lugar que gosta,  uma árvore que se tem de transplantar. O dia do regresso, que rápido vem e parece uma fatalidade, é remediado por um "tem que ser que a vida não é isto". Ficam para trás os "amigos do Norte", a família que se juntou e viveu um mês junta... tudo acaba ou, para não ser tão pessimista, tudo se interrompe. A outra viagem"relâmpago" foi a Sevilha. Levar os noviços num dia e regressar no ou...

Desconecções ou outras ligações

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Margarita é uma menina de dois anos, que conheci há pouco tempo. Concretamente, conheci-a há um ano, mas, na altura, deve ter sido pouco mais que um olhar, ou talvez uma festa. Não vive com os pais, na verdade só sabe que tem mãe, uma mãe de dezanove anos, que terá sido bonita, como a filha é, mas que agora, com uma terrível doença que vai tirando os traços de beleza, quase não se acredita que poderá ter sido bonita e elegante. Pior que isto tudo é que a doença – neurofibromatose – passou de mãe para a filha. Mas a Margarita é de uma beleza rara, como as pérolas: de dois anos, como disse, corpo perfeitinho, com tranças e olhar vivo e muito expressivo, uma boca recortada, quase uma boneca, vive feliz. O meu contacto com ela é praticamente de colo: pede-o abrindo os braços, chora se não dou, amua quando a coloco no chão. É africana, por isso, tudo o que seja música mexe com ela. Se eu começo a cantar umas músicas de tom africano ela olha para mim, abre os braços e pede colo. P...

Rimas de fim de Natal

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Ontem foi dia de desfazer os presépios. Este ano, no convento, foram quatro! Mas quando tirei o Menino Jesus que estava perto do altar, e o ia guardar na caixa, senti pena dele... ou de mim. Pensei comigo: lá vais tu para a caixa, acabou o Natal. E daqui comecei a cismar em rimas, que dá o verbo rimar. Valem o que valem, na ponte entre o infantil e o senil. Fez-me lembrar a primária, as festas de Natal, onde não faltavam as quadras para dar ambiente. Recitei algumas. Fiz estas que aqui deixo, já no fim da época. Guardo-te Menino nesta caixa onde ficarás escondido, vieste para te mostrar mas não foste bem sucedido. Abrigue-te o coração, lugar quente do amor. Talvez aí te reconheçam como real salvador. Não chores, meu Menino não tenhas medo do escuro. Guardadinho nesta caixa ficarás bem mais seguro. ( fotografia: um dos presépios do Convento )

Duas crianças

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Era criança e cuidaste de mim. Esta é, Senhor, a bem-aventurança dos pequeninos. Não escrita mas talvez dita porque das crianças e dos que são como elas é o Reino dos céus. Um olhar, um sorriso, um choro ou uma tristeza um colo que nos é pedido ou um abraço de ternura são o calor humano e a proximidade cristã possível e presente de um amor esquecido mas que em nós se pressente. Foste criança e cuidei de ti. Cuida tu também de mim. Dá um sorriso ao meu rosto inocência ao meu coração à minha vida a ilusão de que tudo pode ser diferente novo e ardente. Sou também uma criança brinca comigo e sentirei a tua alegria e a tua paz.

O caminho da obediência

A minha pergunta não é o que quero de mim mas o que Deus quer de mim. Tentar não confundir as vontades e os desejos, não sobrepor por meus planos aos do Criador. Que quer obedecer não se preocupa com o que quer fazer mas com o que é preciso fazer. Um esforço, uma tentação, uma preocupação. Aprendemos na vida religiosa o sentido da obediência: disponibilidade para o serviço. Rezada e dialogada, a obediência torna-se a resposta a uma voz, a um pedido. Aprendemos também que a voz de Deus tem mediações. O discernimento não passa só por mim. Está a Igreja, estão os superiores, está a comunidade, está o irmão. E ouvimos o que se nos pede. Nem sempre é o que pensámos ou quisemos mas na obediência nao é a minha vontade, é o "faça-se a Tua vontade" de Jesus e de Maria. A obediência torna-se um caminho de conversão. Ao longo da vida agarramos umas coisas, largamos outras, Acumulamos ainda outras, vamos fazendo como podemos e sabemos embora o id...

Sábado de manhã

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Sábado de manhã. Feirão mergulhou no silêncio. É dia de feira na Ouvida. Quem pode e quer vai Os outros por cá ficamos Que fazer? É a vida. A missa já se rezou. Olá bom dia, adeus, até logo, se Deus quiser, palavras trocadas no adro na igreja não são precisas mais se os dias correm iguais e nós somos sempre os mesmos, assim pensamos, engano redondo, porque os mesmos é que nunca somos. E, agora, só os pássaros andam na rua. Pelo menos na minha, rua cimeira, que neste caso é do jardim. A vida da aldeia já não é por aqui tem vida, noutros tempos sim. Sábado de manhã. As nuvens passam à frente do sol E ele brinca ao esconde-aparece jogo forçado porque afinal não se mexe e está a ser enganado. Sábado de manhã, dia de lazer. Vejam bem que até eu, por não ter que fazer, me pus aqui a escrever, para ter com que me entreter. Coisas que sem pensar e estando eu a brincar, acabaram algumas por rimar. (fotografia: flores pequenas que se encontram no meio da ...

O mar e o espelho

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Tenho como espelho o mar onde me vejo e revejo por fora se navego e por dentro se mergulhar. Vejo-me nas suas marés altas e vagas encapeladas mas também nas baixas onde a praia se estende e vem o remanso que me traz o descanso. Tenho como espelho mar entrei por ele adentro e não sei onde vou parar. (imagem: ŒLEWIÑSKI, W³adis³aw, mar agitado em Belle-Ile, 1904)

Hilariante

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Nesta meia hora que tenho livre, antes do almoço, não resisto a vir aqui falar de uma história real que já vai em novela, hilariante, para não dizer surreal, que há seis dias tem vindo a acontecer numas aldeias do norte do nosso pequeno país. A história tem vindo a ser acompanhada pelo jornal Público, que ontem, na versão tablet, mereceu a primeira página. Trata-se de dois bois que andam soltos por umas aldeias de Viana do Castelo. Os animais têm dois anos e pesam, cada um, cerca de 500 quilos. O dono do gado, ajustou com o açougueiro, entrega-los à morte, para nos servir de alimento. Aqui o plural não é directo. Só que um dos bois é muito bravo. Quando já ia para entrar na carrinha que o ia levar para o seu último destino, enfureceu-se, rompeu as cordas e deu em fugir. O outro, que ia atrás, também votado à mesma sorte, ganhou coragem e fugiu também: Ah, pernas, para que vos quero! O dono dos animais ficou aflito, como é honesto, não tanto pelo dinheiro que poderá vir a perder com ...

Deambulação

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Não sei quem sofre mais na hora da partida. Será quem fica porque não vai ou quem vai porque não fica? Sentimento estranho, este, de ausência ou separação. Mas, para quê tanto olhar triste, angústia vazia, sentimento vão, se aqueles a quem queremos os levamos no coração? (imagem: Childe Hassam, pôr-do-sol no mar, 1911)

Um filho pródigo

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Reler a parábola do filho pródigo traz sempre novidades, releituras e actualizações. Das parábolas mais bem pensadas, contadas, e com um final feliz. Que alegria maior para um filho libertino que ser perdoado e acolhido pelo pai? Que alegria maior para um pai que ver o seu filho perdido de volta a casa? Mas nem todas as histórias acabam bem. Quando pensamos numa parábola ou inventamos uma história damos-lhe o final que queremos, feliz ou infeliz. A vida não é assim. É uma aflição quando julgamos que uma história está a ter um final feliz mas, o autor da história, contraria o seu final para um final feliz adiado, como se o narrador quisesse escrever de uma maneira e a caneta ou as teclas do computador o forçassem a escrever de outra. Um final que vai contra a esperança e o investimento que o narrador lhe colocou e que deixa tudo em aberto ou suspenso. Uma história mal contada ou sem final, que termina com reticências, à espera de um final feliz. Mas as atitude...