Hilariante

Nesta meia hora que tenho livre, antes do almoço, não resisto a vir aqui falar de uma história real que já vai em novela, hilariante, para não dizer surreal, que há seis dias tem vindo a acontecer numas aldeias do norte do nosso pequeno país. A história tem vindo a ser acompanhada pelo jornal Público, que ontem, na versão tablet, mereceu a primeira página. Trata-se de dois bois que andam soltos por umas aldeias de Viana do Castelo. Os animais têm dois anos e pesam, cada um, cerca de 500 quilos. O dono do gado, ajustou com o açougueiro, entrega-los à morte, para nos servir de alimento. Aqui o plural não é directo. Só que um dos bois é muito bravo. Quando já ia para entrar na carrinha que o ia levar para o seu último destino, enfureceu-se, rompeu as cordas e deu em fugir. O outro, que ia atrás, também votado à mesma sorte, ganhou coragem e fugiu também: Ah, pernas, para que vos quero! O dono dos animais ficou aflito, como é honesto, não tanto pelo dinheiro que poderá vir a perder com o negócio, mas mais pelo mal que o boi pode fazer. A andam os bois a monte. O que é que se tem feito para ver se se consegue capturá-los? Várias coisas. A GNR entrou no tema. Avisaram as populações sobre o tal boi e, as pessoas, quando os bois se aproximavam das aldeias, vinham todas em grupo ver o espectáculo. Claro que os bois, ao verem tanta gente e como não gostam de touradas, fugiram. Como o que fizeram não deu resultado, agora não dizem nada às populações, mas ficam com problemas de consciência porque as pessoas podem vir à rua e serem atacadas pelo boi.
Entretanto, como se trata de animais, intervém a veterinária. Deu indicação de que, quando vissem os animais a chamassem. Os animais apareceram e ela ficou incontactável. Quando apareceu, tinham desaparecido os animais. Pensou então noutra estratégia: trazer para o monte vacas com cio para ver se os animais se aproximam e se se conseguem capturar. Aqui há um lapso na cobertura, não sabemos se deu efeito. Entretanto, a veterinária está contactável 24 horas ao dia, à espera do momento da vitória.
Mas quem está numa verdadeira aflição é o dono nos animais, que já diz mal da sua vida e que diz que acaba com a profissão. Que não lhe deu para o desgaste.
Quem está a desfrutar disto tudo são os animais e eu. Eles porque, como viveram sempre em cativeiro, apreciam agora, e não por muito tempo, o que significa liberdade. E eu que, à noite, quando vou ver as notícias, deliro com esta história, que poderia ficar esquecida pelos montes de Viana mas que o Público transformou numa questão nacional.
(Todos os anos, quando vou a Feirão, vou à feira das Portas, onde há a tradicional luta de bois. Aqui fica uma fotografia, se bem que os bois da história são bem mais amigos do que estes)

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