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A mostrar mensagens de 2009

Fim do ano

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31 de Dezembro. Há já alguma anos que neste dia celebro duas Missas. Uma ao meio-dia, aqui no Convento, de Acção de Graças a Deus por todas as coisas que aconteceram durante o ano; a outra, ao final da tarde, com uma comunidade de Irmãs Dominicanas, em que se reza pela paz. Hoje, em vez da Oração dos fiéis usual, foi-nos dada uma imagem de Nossa Senhora com uma palavra para, a partir dela, construir uma oração. A mim calhou-me o perdão. Então o que peço para 2010 é que saiba ver no perdão um instrumento de paz. Bom ano de 2010! ---------------------------------- A FAMÍLIA A ORAR (Parte 3) Mas não se deve orar sozinho. «Vinde - disseram os pastores uns aos outros - vinde adoremos o Senhor». A liturgia repete-nos o convite deles. É juntos que devemos ajoelhar em volta do presépio, é em família que devemos cumprir esse magnífico dever. É possível , no vosso lar, a oração em família? É coisa tão bela, uma família que reza; um lar onde, à noite, acabada a lida da casa, antes de se i

A última noite

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Estou a chegar ao fim. Vivo a minha última noite. Mais umas horas e morro. O peso dos dias cansou-me. Trouxe muitas alegrias e muitas tristezas. Uns esperavam mais de mim, outros contentaram-se com o que lhes trouxe. Passei sempre fiel ao relógio, como quem passa as contas do rosário; não tenho emoções, simplesmente passo. Mas quem me viveu enche-me de sentido. Há pessoas que se vão lembrar de alguns dos meus dias com alegria e há os que se vão lembrar daquele dia em que estiveram tristes. Apesar de tudo, sinto que fui útil, e que me aproveitaram. Todos os dias tiveram lágrimas e sorrisos, nascimentos e mortes. Por todos passei e a todos alterei. Não sou só eu que estou cansado. Muitos hão-de acabar nesta noite como eu... é a vida, são os dias e sou eu, o ano de 2009, que me fino para que venha um 2010 cheio de esperanças, de paz e de realizações de sonhos. Não pensem que somos nós, os anos, que mudamos as vidas... quem nos vive é que que se vai mudando. Foi um prazer passar convosco e

Venho cansado

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Venho cansado de um dia em que preguei um retiro. O cansaço não é deste dia mas a acumulação de vários já de antes do Natal. Mas vou sentindo que vou sendo útil - embora servo inútil, como Jesus nos ensina no Evangelho - com uma palavra que possa ajudar a mudar. Na sala dos encontros do retiro encontrei um livro que me chamou à atenção " Vida quotidiana - Vida cristã " de um cardeal belga, Cardeal Suenes, que marcou a história da Igreja da Bélgica pela sua abertura ao mundo e ao papel dos leigos, coisa que nos anos quarenta ainda não era muito normal. Este livro, no tempo desactualizado (1965) mas actualizado na espiritualidade, continua a ser confortante para quem pode ler as suas pequenas meditações. Abri ao acaso e encontrei uma bela meditação sobre o Natal. Pedi o livro emprestado para poder lê-lo e partilhar agora convosco parte desta meditação de Natal. Entretanto ainda tive que passar no hospital confortar um doente que está de partida. Agora que tenho um bocadinho, é

Prenda de Natal

A todos os que por aqui passam, aqui fica uma prenda de Natal: Imagens de presépios com a tão tradicional música Adeste fideles, cantada pelo já não existente Coro de Santa Maria de Belém.

Dois Natais

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Depois do grande dia, as coisas parecem estar mais calmas. Tentamos despachar o que sobra da festa: comida, corrida aos saldos, prendas guardadas, últimas mensagens de Boas Festas... grande perigo do Natal caber só numa noite. Partilho dois textos de Natal, um de um místico e outro de um poeta e, por isso, místico também: "Já lá vão cerca de dois mil anos, entre aquela noite e os nossos dias e, também agora, se repete o milagre de Jesus. Já passou o dia de Natal. Dia em que fui adorar Jesus Redentor... Dia em que, também, como então, fazia frio na Terra, e ainda que a minha lama não tenha a castidade de José nem o amor de Maria... ofereci ao Senhor a minha pobreza absoluta de tudo, a minha alma vazia. E se não lhe entoei hinos como os anjos, procurei cantar-lhe canções de pastores..., a canção do pobre, do que nada tem..., a canção do que só misérias e fraquezas pode oferecer a Deus... (São Frei Maria Rafael, pensamento 945) ÚLTIMO NATAL Menino Jesus, que nasces, Quando eu morro,

Ele dorme, eu velo

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Silêncio. Ele dorme, eu velo. Já passou a euforia, já cantámos os louvores, já todos dormem, eu velo. O silêncio fala, a noite é dia, anda o sono alterado, e eu também porque velo. E vejo o Menino que dorme descansado; a Mãe contempla, o pai reza, e eu velo. Até quando? Até que adormeça com ele. Até lá... vou velando.

Natais antecipados

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O meu dia, hoje, foi de festas de Natal. Apesar de não ser muito adepto de antecipação de festas, celebro-as como uma caminhada mas afectiva para o Natal. Foram festas em duas instituições às quais estou ligado: a primeira na Obra de Santa Zita; a segunda no Externato Marista de Lisboa. pessoas diferentes, celebrações diferentes, carismas diferentes, une-nos o mesmo mistério: o Menino que vai nascer. Na Obra de Santa Zita fiz uma conferência sobre São José, o homem da presença silenciosa. Desmitificar e desmistificar aquele que foi, para todos os efeitos, o pai de Jesus. Damos muita importância a Maria, aos Magos, aos pastores e, por vezes, esquecemo-nos daquela figura que, embora sendo de poucas palavras foi de muitas acções. Nos Maristas é já uma festa familiar. Uma celebração da Eucaristia em que hoje a senti mais intensa. Com um gesto, no momento do ofertório, simples mas belo: cada um acendeu uma vela, pensou numa situação de trevas e numa de luz. E colocou a vela no altar. Falei-

Setecentos e noventa e três anos

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Foi num dia como este, talvez com mais frio, ou nem por isso, que São Domingos, em 1216 vê confirmada por Roma a fundação da Ordem dos Pregadores. Foi Honório III que confirmou com um Motu proprio - por sua própria iniciativa - o projecto e o ideal de São Domingos. Mandou escrever assim o Papa: " Honório, bispo, servo dos servos de Deus, ao seu querido filho frei Domingos, prior de São Romão de Toulouse, e aos seus frades que fizeram e venham a fazer profissão de vida regular, saúde e bênção apostólica. Nós, considerando que os frades da tua Ordem serão no futuro os atletas da fé e as verdadeiras luzes do mundo, confirmamos a tua Ordem com todos os seus domínios e possessões actuais e futuras, e Nós tomamos esta Ordem, as suas posses e os seus direitos sob o nosso governo. Dado em Roma, em Santa Sabina, no dia 22 de Dezembro, primeiro ano do nosso pontificado ". O que é que se tem vivido ao longo de quase oito séculos? Muitas luzes, algumas trevas. Temos personagens brilhant

A minha mensagem de Natal

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Por estes dias muitas pessoas escrevem e recebem postais de Natal. Hoje já não é como antigamente em que, cada postal tinha palavras pessoais, tinha o desenho da nossa letra, tinha os nossos desejos para o destinatário. Hoje a Internet resolve tudo com um power-point que se envia para uma multidão de gente que faz parte dos nossos contactos ou com um e-card, sms, até mensagens no Youtube ou no Facebook . Não sei se é de ter pena do antigamente mas eu sinto, pelo menos, nostalgia. O que se costuma desejar por ocasião do Natal? Os desejos gastos porque não passam de desejos triviais e utópicos: paz, saúde, trabalho e dinheiro. Não que eles não sejam importantes, até nos ajudam na felicidade: precisamos de saúde para trabalhar, o trabalho dá dinheiro e todas estas coisas podem contribuir para um pouco de paz. Desejos gastos porque os formulamos de modo inconsciente ou então, e isso é pior, pedimos para nós e para os nossos. O Natal não é uma festa só minha e só dos meus. O Natal é, antes

O acolhimento

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Nos últimos dias tenho pensado na atitude e no valor do acolhimento. Nas tradições monásticas passa a ideia de que, quando recebemos alguém em nossa casa, esse alguém é o próprio Cristo, o "divino peregrino". Acolher é partilhar. É expormo-nos, é mostrarmos aos outros a alegria e a fraternidade. Este tempo de Natal propicia-se ao acolhimento. Desde o acolhimento em família e dos amigos até à fasquia mais elevada que é a de acolher o próprio Deus. Amanhã vamos receber, aqui no convento, cerca de sessenta pessoas que vêm fazer um dia de retiro com a Comunidade. Peço a Deus que saibamos praticar o dom do acolhimento e da hospitalidade. Afinal, amanhã seremos um grupo de cristãos que quer parar um dia para perceber se somos nós que construímos o presépio ou se é o presépio que nos constrói a nós. Aos que por aqui passarem rezem por nós.

Pressa

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Ele aí vem. Digo, o dia de Natal. Se calhar diz-nos mais o motivo do que a pessoa que celebramos. O tempo é de Natal, a azáfama é porque vem aí o Natal, as preocupações para que tudo corra bem, por causa do Natal. Apesar de nos queixarmos - de eu me queixar - de que o Natal está a tornar-se vertiginosamente pagão, ainda vamos tendo atitudes e preocupações cristãs. É bom a partilha, é bom o encontro, é bom celebrar com a família - religiosa ou de sangue - este acontecimento que começou por ser uma festa pagã, convertida pelos cristãos em festa cristã e que agora, talvez por falta de convicção, não lhe encontramos a dimensão espiritual desejada e volta silenciosamente às origens pagãs... Começo hoje com minhas preocupações de Natal. A primeira é ouvir as músicas de Natal (as sérias, claro). A música clássica tem um repertório de Natal absolutamente delicioso. Com iguarias tão apeitosas como as que colocamos na mesa de consoada: desde Bach, passando por Corelli, e ainda as músicas tradici

O regresso

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Foi bom regressar. Partilhar com os frades onde estive e o que vi, encontrar as pessoas nas Missas, recomeçar aos poucos, e pôr em dia o que nesta semana ficou para trás. Nos colégios começam as preparações do Natal, no hospital as visitas aos doentes, em casa a preparação do retiro de sábado.

Ainda Paris

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Para além da arte e do turismo, Paris tem sido também um refrigério espiritual. Entramos nas igrejas e ficamos a conhecer quem faz o quê, quem é o pároco, quais são as actividades... o que nós poderíamos dizer: um bom acolhimento. Porque talvez a Igreja de França, com a laicidade imposta, tenha passado do comodismo e das lamentações ao aceitar o desafio e cativar não só os frequentes mas também os que andam mais afastados. E com alguma normalidade vemos anunciada uma exposição de Natal, um concerto, os horários das festas de Natal, catequeses na igreja durante a hora do almoço, e missas com grande simplicidade mas que enchem o dia. Agora compreendo o que dizia um professor sobre os avanços da Igreja de França; quando achava que estávamos com ideias muito liberais rematava dizendo "modernices de França". Dou-me conta que seria muito interessante adoptar algumas coisas daqui mas, ao mesmo tempo, cai tudo por terra... a sensibilidade é outra e a disponibilidade também. Ontem fui

Imaculada sem feriado

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" Que por intercessão de Nossa senhora saibamos escolher mais a vontade de Deus do que a nossa, escolher o amor de Deus do que o nosso e escolher o risco de Deus em nos dar a liberdade quando nos criou ". Foi mais ou menos com estas palavras que o Arcebispo de Paris terminou a homilia de hoje. Numa Missa espantosamente simples e bela (todos reparámos que foi pouco mais que uma hora), num dia de Imaculada Conceição que em França não é feriado, numa Catedral que se impõe na cidade de Paris, foi assim o meu final de tarde. Estes dias têm sido de muito andar e muito ver. Ontem foi dia de ver o cemitério do Montparnasse, onde estão sepultadas pessoas importantes de Paris como J-P Sartre e a esposa, Saint-Saëns, o Panteão nacional, onde estão ilustres como Voltaire, Marie Curie, Victor Hugo, Rousseau e muitos outros. O dia de hoje foi a subida ao Sacré-Coeur com a sua vista espantosa sobre a cidade e a igreja esquecida de Saint-Pierre de Montmartre onde Santo Inácio fundou a Compan

Para além do Louvre

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Estou em Paris com uns amigos. Outras gentes, outros ares, outro mundo. E o dia de hoje foi dedicado à visita do Louvre e outras igrejas. No Louvre indicam-nos o caminho da Mona Lisa que só se consegue ver ao longe. Até lá vemos todos aqueles quadros, mais ou menos conhecidos, desde o "meu" Fra Angelico , passando pelo El Greco , Georges de la Tour (com aqueles fantásticos pontos de luz a partir de uma vela), até ao Le Sueur com os quadros da vida de São Bruno. E depois as igrejas emblemáticas de Paris: Saint-Sulplice (onde Marcel Dupré foi organista titular), Saint-Germain-Des-Prés , e até na Rua de Saint Dominique passei. Difícil de encontrar é a capela da medalha milagrosa. E eu, que raramente pergunto a alguém alguma indicação, hoje ao tentar perguntar a uma senhora onde era a capela, ela responde-me em português, e mais, que me conhece e tudo! Como o mundo é tão pequeno! O pormenor da missa de hoje (bem me lembrei do "meu" rebanho), na Madeleine, de grande q

As três violetas

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Nos últimos dias tenho andado a ler, antes de me deitar, a biografia de São Marcelino Champagnat, fundador dos Irmãos Maristas, editada em 1856, escrita por um dos seus primeiros seguidores, o Irmão João Baptista. Ontem foi o funeral do Irmão José, de oitenta e sete anos e sessenta e nove de Irmão Marista. Hoje e amanhã estarei com mais dois ou três padres a confessar os alunos do Externato. Mas voltemos ao Ir. José. Era, certamente, o Irmão mais conhecido do Externato. Sempre sorridente, solícito, no seu posto de trabalho - a papelaria - sem ninguém esperar, de uma sexta para um domingo, morre. Talvez enquanto foi vivo pouca gente tivesse reconhecido a sua importância porque, às vezes, é preciso deixar de ter para dar valor. A Missa de ontem foi o mais belo presente que lhe poderíamos dar. Foi mais do que uma homenagem. A presença dos outros Irmãos Maristas, o silêncio dos alunos, as lágrimas que corriam na cara de algumas pessoas, os testemunhos que os representantes dos vários ciclo

Duas mensagens

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Hoje, dia feriado, foi um dia calmo. Mas duas mensagens me ficaram, cada uma delas na ponta do dia. De manhã, nas Laudes (oração da manhã), rezámos assim a Deus: " Abatei os montes e colinas do nosso orgulho e levantai os vales da nossa fragilidade ." Depois do jantar, fui à biblioteca devolver livros. Parei na estante da espiritualidade e, ao acaso (não há acasos), tirei um livrinho que tinha na lombada o título "A vida oculta em Deus". Estava fechado. É um privilégio ser o primeiro a ler um livro no meio de vinte e tal mil que temos. Requisitei-o e abri-o. Também ao acaso saiu-me este pensamento: " São necessárias duas coisas para alcançar a união íntima com Deus: tempo e paz ". Que prendas podemos pedir a Deus senão que, com a Sua ajuda, os nossos maus feitios se moldem para nos podermos unir a Ele? A conversão não é heroicidade humana. É trabalho a dois: de Deus que nos dá o dom e nosso que, com ele nos vamos tranformando. No entanto, como diz o autor

O mês da espera

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Aproxima-se Dezembro. Em pleno Advento, mês das ânsias, infelizmente mais materiais que espirituais. Tudo gira à volta de um dia, que ainda dá a graça de lembrar o nascimento de um Menino que era Deus. Do um ao vinte e quatro é caminho para o presépio. As montras, as luzes e as prendas deviam ser paisagem mas infelizmente são os ídolos que abafam o presépio. Mas venham as montras! Pisquem as luzes! Ofereçamos prendas! Lembremo-nos do Natal, que fazemos isto tudo por causa de uma pessoa. Eu peço frio e calor ao mesmo tempo, chuva, humidade, nevoeiro e até vento, que são as prendas que este mês pode dar. Peço que a estrela me leve àquele sítio onde aquele Menino está à espera. Que não se antecipe o dia, que ele espere a lentidão dos meus passos... Posso demorar mas quero chegar.

Advento

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O meu Advento começou, ontem, em Fátima. É o meu tempo litúrgico preferido: o frio, a chuva e o nevoeiro, as músicas da Igreja em tom menor, as orações e as leituras que não se calam em dizer "Maranatha!" (Vem, Senhor Jesus). Novo tempo, nova vida? Que seja tempo de encontro com Deus. Há dois mil anos Deus veio até nós. Quando é que iremos até Ele?

O rosto do pregador

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Esta fotografia é de uma capela da casa de umas Irmãs Dominicanas de Vence (França). Em 1949, uma Irmã Dominicana, Soeur Jacques-Marie, pedia ao seu grande amigo pintor, Henri Matisse, que decorasse uma capela que estavam a fazer na sua comunidade. Ele aceitou o projecto. Fez três desenhos em azulejo: um São Domingos (o que aparece nesta fotografia), uma Nossa Senhora do Rosário e uma Via-Sacra. Quando viram este São Domingos comentaram que não tinha rosto. E que Matisse terá respondido: "Cada Dominicano tem que ser agora o rosto de São Domingos". Matisse não pôde estar presente na consagração da Capela. Mas escrevia assim à sua amiga pedindo que a carta fosse lida em público: " Não procurei a beleza, procurei a verdade. Apresento-vos, com toda a humildade, a capela do rosário, das Dominicanas de Vence... Este trabalho levou-me quatro anos de trabalho duro e exclusivo. É o resultado de uma vida de trabalho; e eu considero, apesar de todas as imperfeições, como uma obra-p

Manhã de Missas

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Dia de trabalho contrastante: manhã de trabalho movimentado, tarde de trabalho de secretária. Apesar de me cansarem, gosto de dias cheios. Não são evasão, nem prova de esforço. Serão talvez sinal de utilidade de vida. Esta manhã, desde o levantar até ao meio dia foi tudo à pressa: do quarto para a igreja, do convento para o colégio do Sagrado Coração de Maria, do colégio para o hospital, do hospital para os correios e dos correios para casa. Não é queixa, é alegria do estar para servir. Santa pressa e santa correria, concluo. As missas foram, uma no colégio, outra no hospital. A do Colégio, a terceira Missa da primeira série, sempre às terças-feiras, pelas 8.30h, é a conclusão de um trabalho de sensibilização, junto de uma instituição de solidariedade social: os do 10º estiveram na Casa do Gaiato, os do 11º na Comunidade Vida e Paz, os do 9º na Casa de Saúde da Idanha. Estas visitas inserem-se no lema do colégio para este ano: " Pegadas de Esperança ". E, no acto penitencial,

Em atraso

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Para quem estava habituado a ter aqui um post quase diário deve estar a estranhar a minha ausência. Em parte foi sendo explicada por causa do trabalho que vou tendo e com a pressão das filmagens da Missa e do programa de ontem. Mas já são águas passadas. Com a missa de ontem começou uma nova semana, que vai ser de estudo e de trabalho. Mas fotografei a minha secretária, para verem como está caótica. Tem sido assim: chegar ao quarto e despejar o que trago nas mãos para cima dela e vão-se acumulando papeis, cadernos, fotocópias... sinais de rodopio. Mas achei piada a este enquadramento da fotografia porque diz o que foram os meus últimos três dias. Ao fundo vê-se a planta da igreja do convento. No sábado à tarde precisámos dela para marcar posições, cortejos, espaços celebrativos, o que é que se canta, onde se lê, onde se sentam estes e aqueles... tudo para que a missa saísse bem. Depois uma revista católica. Mandaram-ma as monjas do Lumiar. Dizem que vem lá uma reportagem sobre S. Filip

Uma cruz

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" O frei Filipe leva a cruz da Rosário !" " Não. A cruz da Rosário não a posso levar. Quanto muito, esta cruz pode-me lembrar a cruz da Rosário e rezar por ela ". Foi assim, meio a brincar meio a sério, que na terça-feira comentavam a oferta desta cruz. A Rosário desfazia-se dela. " Esta cruz faz parte do meu exílio. Nunca a cheguei a pendurar ". É uma cruz de areia, simples, adquirida num mosteiro da Galiza. Não teve direito a embrulho, trouxe-a na mão, foi vista, comentada e agora está em cima da secretária. Curiosamente anda nas letras da imprensa e nas vozes da televisão a polémica das cruzes em edifícios públicos. Nós, cristãos, não poderíamos ter outro símbolo que nos dissesse tanto. É daqui que Cristo reina, é na cruz que nós encontramos o conforto e a esperança para os nossos sofrimentos e para os sofrimentos do mundo. Já que não nos podemos crucificar, ao menos podemos agarrar-nos ao Crucificado e à sua cruz. A cruz leva-nos ao amor de Deus. A cru

Ser visto

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Quando, há anos, saiu o filme " O grande silêncio ", sobre os cartuxos, e, mais tarde, uma fotobiografia sobre os mesmos cartuxos mas portugueses, perguntava-me: como é que eles se deixaram filmar? Esta semana tem-nos calhado a nós sermos filmados. Uns não quiseram, outros fizeram-no com gosto e ainda outros, como eu, tiveram que querer. Ser entrevistado, filmado, aparecer sem querer naquele écran que raramente vejo, é uma exposição forçada. Felizmente que uma câmara de vídeo só filma o exterior. Não consegue entrar no nosso profundo, naquilo que nós quereríamos fazer mas que ficou contido nem nas palavras que ficaram por dizer. Representámos. Só filmaram espaços, corpos, hábitos, o exterior. Quanto ao interior, o meu ficou salvaguardado.

Verdade

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No sábado, na casa das Irmãs do Ramalhão, enquanto passava os olhos pelos quadros das informações, encontrei um postal que tinha uns pensamentos atribuídos à " Sabedoria antiga ". O título "VERDADE" não condizia com os tais pensamentos; no entanto, eles são verdadeiros. Já quando me vinha embora, pedi à superiora que me fizesse uma fotocópia do postal. Hoje, ao arrumar algumas coisas, apareceu-me à frente. Transcrevo-o: Calar de si mesmo, é humildade; Calar os defeitos alheios, é caridade; Calar palavras inúteis, é penitência ; Calar nos momentos oportunos, é prudência; Calar na dor, é heroísmo; Calar a verdade, é omissão. (Esta imagem de São Domingos é de Fra Bartolomeo, do século XVI)

Começam os dias longos

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Apesar de os dias ainda estarem a decrescer, digo em relação à luz que vai desaparecendo pelas seis da tarde, o trabalho e as preocupações começam a tornar os meus dias longos. Começo a não ter tempo para as minhas saudosas caminhadas, para ler, e para estar mais tempo no convento. Esta semana promete muito trabalho. O dia de hoje, cheio de preocupações por causa de umas filmagens que vão acontecer em breve, e porque sou meticuloso nestas coisas, passo as horas a fazer esboços, preparar músicas e fazer telefonemas. Menos mal que tive a chuva por companheira; janela aberta a ouvi-la cair. Até os finais de tarde, que os gosto de ter como momento de paragem, foram hoje de reuniões e de ajuda fraterna. Grande barco este onde navego. Amanhã outro dia cheio e, como se não bastasse, de correria: começa com uma Missa às 8.30 e terminará pelas 11h com preparação de uns noivos para casar. Espero ter tempo para ler nos entretantos. E venho agora do ensaio para a missa de Domingo. Vai ser especia

Um baptizado no hospital

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Esta manhã fui baptizar o Francisco, de quem já falei algumas vezes. Teve que ser no hospital - ainda está na incubadora - e, por isso, baptizado com carácter de urgência, ou seja, só com o essencial do baptismo: orações, profissão de fé e baptismo. Estava bem disposto, ao colo da mãe, com o pai, as quatro irmãs, os padrinhos e a enfermeira. Está bem disposto, abriu os olhos quando passei os dedos molhados em água benta na cabeça dele (sim, não pensem que em casos destes a água pode ser abundante), e fica mais este retalho na memória da minha vida. Foi um dos grandes acontecimentos deste dia. Outros há, como as melhoras de uma menina que foi operada à cabeça por causa de um tumor, duas amigas minhas fazem anos, e vi hoje na missa o meu afilhado, o Tomás, também ele baptizado de urgência no hospital há dois anos. Hoje na Missa rezámos uma Oração Eucarística que tinha o título "Sinais de Deus". Deus fala-nos por sinais, uns claros outros mais difíceis de decifrar... Mas é deste

Sentir-se em casa

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Dia de retiro no Ramalhão. No Ramalhão sinto-me em casa: o estar com as irmãs, a fraternidade, a alegria, a partilha das preocupações, das angústias, da fé... Ao mesmo tempo que parecemos terra cansada, incapaz de receber sementes novas, de fazer o esforço sério de mudar. Em vez de adaptarmos a nossa vida à Vida Religiosa, é mais cómodo adaptar a Vida Religiosa à nossa medíocre vida.

Funeral de uma mãe

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(William Blake, Cristo Redentor do Homem, 1808) Fui hoje, ao meio-dia, à Missa de corpo presente da mãe de um confrade meu que vive em Bruxelas. Apesar da morte nos apanhar de surpresa, esta mãe tinha a idade de 99 anos. Viria mais dia menos dia. Nove filhos, quatro deles já morreram e, se um filho chora a morte dos pais, seja porque motivo for, o que não chorará uma mãe por um filho. E aqui o chorar não tem que ser a definição convencionada, como o acto de verter lágrimas. Não. Há lágrimas secas e lágrimas invisíveis, tão válidas como as que nos saem dos olhos. O choro tem associado uma dimensão afectiva. As lágrimas são emoção e afecção. Foi uma celebração bonita. Os filhos leram poemas, o filho padre celebrou a Missa e foi-nos contando o que tinha sido a vida desta mãe. O poema do início da celebração, que não o fixei nem sei o autor, dizia lá para o final que " a um filho a mãe nunca morre ". Como se disse que ela gostava muito dos sonetos de Antero de Quental, fui ver se

Só agora

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E ainda dizem que os padres levam boa vida! São 00.23. Só agora terminei tudo o que tinha marcado para o dia de hoje. Desde a oração da manhã, às 7.30, até ao fechar da porta da igreja, há dez minutos, foi o dia passado de cá para lá: receber técnicos da televisão, ir ao médico com um frade, ir para o hospital (é quarta-feira), jantar rapidamente, preparar as coisas para o concerto, assistir a parte do concerto, fechar a igreja... e ainda vir aqui partilhar um pormenor do meu dia. Fui hoje, pela primeira vez, ao berçário da neonatologia. Estão lá três bebés. Fui visitar o pequeno Francisco que nasceu há quinze dias. Nasceu prematuro, está na incubadora e, quando me decidi ir conhecê-lo, vi uma das imagens mais bonitas dos meus últimos tempos: estava a mãe abraçada ao seu bebé, muito pequenino. Mas mesmo muito pequenino. Os dois em silêncio. Talvez o Francisco a sentir o coração da mãe (explicou-me a mãe que a posição "canguru" é muito benéfica para os bebés por causa disto me

Prendas tardias

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Recebi, ontem, de umas amigas, as 'Dominicas', umas prendas tardias. Tardias por minha culpa, claro está. Dois livros interessantes: o livro do desassossego, de Fernando Pessoa e Contemplação carinhosa da angústia, da Agustina Bessa-Luís. Dois autores que têm andado ausentes dos meus olhos e das minhas estantes. Ausentes mas não esquecidos. De Fernando Pessoa acho que ainda não cheguei à idade de o ler; idade ou maturidade. Há autores assim. Pelo menos para mim. Pode ser este um presságio de que se estão a chegar os tempos de me aproximar deste grande poeta do Século XX. Em relação à Agustina houve, há uns anos, uma aproximação frustrada. Lá está o livro, "A monja de Lisboa" e lá está o marcador na página 72, que foi até onde consegui chegar. Pensei que seria bastante inculto e sempre guardei este segredo de que não conseguia ler os romances desta escritora. Mas este livro que me ofereceram já me aliviou. No Prefácio, Pedro Mexia diz assim: " Os leitores de roman

Vocações e Seminários

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Esta semana é, na Igreja Católica, de oração pelos Seminários. E quando se fala em seminários fala-se em seminários diocesanos, que preparam rapazes para virem a ser padres, ligados a uma diocese e, com muita probabilidade, a uma ou mais paróquias. No país há 30 seminários diocesanos. Eu vivi num deles há uns anos atrás. Sim, porque antes de ser o que sou já fui seminarista diocesano de Lisboa. De 1995 a 1998. Foram tempos interessantes. Lembro-me da minha mãe ter que marcar toda a minha roupa com o número que me tinham atribuído; lembro-me dos quartos em que habitei, dos espaços do Seminário de Almada, por sinal, antigo convento dominicano; lembro-me dos trabalhos comunitários, das recolecções, dos retiros anuais... mas não com saudade. Já lá vão 15 anos desde que entrei e dou graças a Deus por ser um frade dominicano. A minha história não é como a do Vergílio Ferreira na sua manhã submersa. É bem mais leve. Pergunta legítima: porque é que foste para o seminário? Porque é a realidade

Dia de Santos

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Hoje, nós, Dominicanos, celebrámos a festa de todos os santos da Ordem dos Pregadores. Oito dias depois da celebração de todos os Santos, hoje é uma festa particular: todos aqueles e aquelas, canonizados ou beatificados, que a Ordem Dominicana "deu" à Igreja. E são muitos! A começar pelo nosso fundador, São Domingos e a acabar em São Francisco Coll, o último a ser canonizado (no mês passado). Para além desta festa há mais algumas. É também o dia mundial da Família Dominicana. E fazem parte desta grande família as monjas, os frades, as irmãs de vida activa e ainda os leigos. Em Portugal a festa foi em Fátima. Eu não pude ir. Mas fiz uma coisa que já há muito havia de ter feito e que andava a adiar: ligar a três mosteiros, dois de Espanha e um de Portugal, a desejar as boas festas e matar saudades. O primeiro foi o mosteiro da Encarnação em Baiona. Está lá, há duas semanas, uma monja que vivia no Mosteiro de Lamego. Liguei-lhe, falei com ela, está feliz, sente-se bem, é o que i

Lisboa é para ali

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Feirão, 1964. Estava o Outono a meio. Ele tinha trabalhado todo o Verão como jornaleiro: nas cegadas, nas malhas, na arranca da batata, na esterroa... De sol a sol, assim se define esta profissão. Vieram os primeiros frios e as primeiras chuvas. Nas terras pouco se faz, quem tem gado leva-o para o monte, em nõ chovendo ou nevando. Ele, como só tinha umas ovelhitas e um burro, e já três filhas, pequenitas mas espertas, não tinha muito por onde ir. Nem sequer o reco para matar pelo São Martinho que aí vinha. Vida dura, ingrata e desgraçada a de um homem que não tem uma lameira nem uns enxertados e nem sequer uns quintais no fundo do povo para poder trabalhá-los. Era tudo à míngua. Mas tinha dicidido que assim não ia continuar. Iria para Lisboa. Ainda não tinha dito à mulher nem sabia sequer o que ia fazer, mas o tio António tinha ido e estava bem, o tio Albino também e ele queria também tentar a sua sorte. À noite, na cama, disse à mulher que ia para Lisboa. A mulher, mais medrosa, riu-s

O bom tempo

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Está a chover e já faz frio. Apetece estar em casa. Lá fora já vemos os impermeáveis, já alguns cachecóis, chapéus de chuva, calçado mais impermeável. Nas televisões e nos jornais ouve-se: o mau tempo continua... Mau tempo? Chuva e frio em Novembro é mau tempo? Este é bom tempo porque é o que corresponde a esta época... Mau tempo agora seria sol e calor... São Francisco de Assis louvava o irmão vento, o irmão frio e a irmã chuva. É de louvar este tempo de Novembro. Ouço música de Taizé enquanto faço as mudanças sazonais: a roupa do Verão para um armário e a de Inverno coloca-se a uso. Ritmos... Entretanto é dia de São Nuno de Santa Maria, o antigo Beato Nuno ou o Santo Condestável. Confesso que não é santo da minha devoção... talvez porque não seja nacionalista. A minha mãe diz que não lhe reza... que quem matou não pode ser santo. Poderá parecer radical e até intolerante... afinal todos temos uma história, todos pecamos, todos podemos ser perdoados... Mas não deixa de ser incómodo...

Sol e Sombra

No dia 12 de Agosto de 1965 escrevia Miguel Torga este poema no seu Diário: " Na sina que me foi lida / Este dia é sempre assim: / Sol na paisagem da vida, / E sombra dentro de mim ." Com Deus partilho, hoje, as palavras mais secretas e mais silenciosas; convosco partilho estas letras. E fica esta música, como lembrança deste dia, que não é nem dia doze nem mês de Agosto nem ano de mil novecentos e sessenta e cinco.

Um simples santo

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A Igreja lembra hoje, os dominicanos celebram-no com festa, um simples santo: São Martinho de Porres. Digo simples santo porque quem conhece a história da Ordem dos Pregadores lembra-se de grandes vultos como São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Sena, São Pio V, intelectuais, homens de pena na mão a discorrer sobre os mistérios de Deus. Ora, na Ordem dominicana, há santidade mesmo fora dos livros. Se os há com pena na mão também os há com a vassoura. Há santos intelectuais e há santos iletrados. Há uns que se tornaram santos pelo que escreveram e outros pelo que fizeram. Quem é este São Martinho, entre os os espanhóis conhecido por Fray Escoba ? Nasceu em Lima no ano de 1579. Filho de um espanhol e de uma mulata, aprendeu o ofício de ajudante de barbeiro-cirurgião e exercia este ofício quando pediu para entrar na Ordem de São Domingos. Foi admitido não para ser Padre mas Irmão Cooperador. O que se diz dele? " Dotado de admirável simplicidade, inocência e fé,

O dia dos defuntos

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Para muitos, certamente por causa do feriado, foi ontem o dia do cumprimento dos rituais do dia dos Santos: Ir à missa, ir ao cemitérios colocar umas flores nas campas dos familiares e amigos, deixar uma vela acesa e, talvez ainda, chorar um pouco a ausência dos que estão já noutra vida. Mas hoje é que é o dia dos fiéis defuntos; ou seja, de todos aqueles que estão junto de Deus. Porque é para aqui que esta festa nos leva. Sabemos que a morte faz parte da vida, sabemos que a verdadeira vida será junto de Deus porque será eterna. Quando era miúdo ia com a minha avó a Feirão, sempre que podia, para cumprirmos estes rituais. Lembro-me bem do que era aquela noite de finados: frio, nevoeiro, chuva, terço na igreja pelos defuntos, depois jantar à lareira em casa de uns vizinhos, enquanto se conversava sobre a vida dos que tinham morrido e dos que estávamos vivos e eu ia ao cemitério ver as velas acesas em cima das campas. No dia seguinte missa muito cedo com ida em procissão ao cemitério. De

O Novembro que aí vem

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Está a acabar de ser dobada a meada de Outubro. Com as suas penas e as suas alegrias, com os seus cansaços e com os seus dons, com projectos realizados, outros que não viram o seu dia e outros que transitam para este mês... e assim termina mais um mês deste nosso ano de 2009. Aí vem Novembro. Ainda só se deixa sentir pela mudança da hora e pelo cheiro de castanhas assadas. O tempo ainda não nos diz que estamos no meio do Outono... Para os católicos é um mês recheado de santos, ou não começasse logo, no dia um, com a celebração deles todos. Dia seguinte, dia de finados. Bonita palavra esta... os que chegaram ao fim... Irei a Fátima ao funeral de um frade que hoje morreu com 78 anos. Dia três, dia de São Martinho, não o das castanhas mas o de Lima, dominicano, exemplo de humildade e de entrega aos irmãos. Dia quatro, dia de São Carlos Borromeu; quase dominicano, contemporâneo e amigo de Bartolomeu dos Mártires, homem das grandes conquistas do Concílio de Trento. No dia seis temos, pela p

Ter o Senhor em casa

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A minha casa não é uma casa comum. E a minha família não é uma família comum. A minha casa chama-se convento e a minha família comunidade. Hoje celebrámos, uns com mais alegria do que outros (eu celebrei com muita alegria), o quarto aniversário da dedicação da igreja do convento onde moro. É um edifício simples, que merece a atenção de arquitectos e amantes da arte. Vêm grupos, de cá e de fora, para ver esta igreja. Mas vêm-na sob o ponto de vista da estética: é bonita, é simples, apela ao transcendente, sente-se a paz; é o que vão dizendo quando por cá passam. Mas esta igreja é mais que o betão, é mais que os vinte e um metros de altura, é mais do que a luz que nela entra, é mais do que os bancos engraçados, mais do que a porta de cobre e do que a cruz moderna. Pelo menos para mim. Esta igreja é um espaço de encontro e de reunião que serve duas comunidades: a dos frades que nela rezam ou sozinhos ou em grupo e a comunidade de todos os que se juntam às nossas celebrações. Não são duas