Pressa
Ele aí vem. Digo, o dia de Natal. Se calhar diz-nos mais o motivo do que a pessoa que celebramos. O tempo é de Natal, a azáfama é porque vem aí o Natal, as preocupações para que tudo corra bem, por causa do Natal.
Apesar de nos queixarmos - de eu me queixar - de que o Natal está a tornar-se vertiginosamente pagão, ainda vamos tendo atitudes e preocupações cristãs. É bom a partilha, é bom o encontro, é bom celebrar com a família - religiosa ou de sangue - este acontecimento que começou por ser uma festa pagã, convertida pelos cristãos em festa cristã e que agora, talvez por falta de convicção, não lhe encontramos a dimensão espiritual desejada e volta silenciosamente às origens pagãs...
Começo hoje com minhas preocupações de Natal. A primeira é ouvir as músicas de Natal (as sérias, claro). A música clássica tem um repertório de Natal absolutamente delicioso. Com iguarias tão apeitosas como as que colocamos na mesa de consoada: desde Bach, passando por Corelli, e ainda as músicas tradicionais que, ao longo dos séculos, vão passando de coro em coro, transmitindo a mesma humildade e a mesma grandeza do presépio.
Ao Convento começam a chegar os postais de boas festas, recebemos algumas ofertas que nos fazem, alguns irmãos fizeram ontem a árvore de Natal no refeitório, com o presépio, claro está, já fizemos a lista das coisas para os próximos dias... Como qualquer família queremos celebrar bem a noite que se aproxima. Iremos celebrá-la juntos; na mesa do refeitório e na mesa da igreja. Uma pessoa nos vai reunindo, discretamente, cada ano: um Menino chamado Jesus. A História mudou por causa dele. E a nossa (minha) vida? Quando mudará?
(o presépio é da autoria dos alunos do 2º ciclo do EML)