Setecentos e noventa e três anos


Foi num dia como este, talvez com mais frio, ou nem por isso, que São Domingos, em 1216 vê confirmada por Roma a fundação da Ordem dos Pregadores. Foi Honório III que confirmou com um Motu proprio - por sua própria iniciativa - o projecto e o ideal de São Domingos. Mandou escrever assim o Papa: "Honório, bispo, servo dos servos de Deus, ao seu querido filho frei Domingos, prior de São Romão de Toulouse, e aos seus frades que fizeram e venham a fazer profissão de vida regular, saúde e bênção apostólica. Nós, considerando que os frades da tua Ordem serão no futuro os atletas da fé e as verdadeiras luzes do mundo, confirmamos a tua Ordem com todos os seus domínios e possessões actuais e futuras, e Nós tomamos esta Ordem, as suas posses e os seus direitos sob o nosso governo. Dado em Roma, em Santa Sabina, no dia 22 de Dezembro, primeiro ano do nosso pontificado".

O que é que se tem vivido ao longo de quase oito séculos? Muitas luzes, algumas trevas. Temos personagens brilhantes como São Domingos, claro está, São Tomás de Aquino, Santa Catarina de Sena, São Pio V, Savonarola, Beato Bartolomneu dos Mártires, São Gonçalo de Amarante, Luís de Granada, fr. Lacordaire, fr. Timothy Radcliffe, fr. Albert Nolan... temos outros de que não nos orgulhamos tanto (em especial os mais envolvidos na Inquisição, o estigma do nosso passado).

Continuamos, 793 anos depois com a mesma intuição de São Domingos: a pregação. Para que ela seja eficaz - pregação da graça, dizemos nós - ajuda-nos a vida comum, o estudo e a oração.

Não nos consideramos antiquados porque tivemos, ao longo dos séculos, a capacidade de irmos ao encontro das necessidades da Igreja e do mundo.
Estamos sempre a caminho. E atentos. O que pedimos é que Deus nos conceda a graça de levarmos a Boa Nova de Jesus - o Evangelho da Graça - a todos os que dela precisam.
Em relação ao futuro... A Deus pertence. E que São Domingos nos ajude.

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