O rosto do pregador


Esta fotografia é de uma capela da casa de umas Irmãs Dominicanas de Vence (França). Em 1949, uma Irmã Dominicana, Soeur Jacques-Marie, pedia ao seu grande amigo pintor, Henri Matisse, que decorasse uma capela que estavam a fazer na sua comunidade. Ele aceitou o projecto. Fez três desenhos em azulejo: um São Domingos (o que aparece nesta fotografia), uma Nossa Senhora do Rosário e uma Via-Sacra. Quando viram este São Domingos comentaram que não tinha rosto. E que Matisse terá respondido: "Cada Dominicano tem que ser agora o rosto de São Domingos".

Matisse não pôde estar presente na consagração da Capela. Mas escrevia assim à sua amiga pedindo que a carta fosse lida em público: "Não procurei a beleza, procurei a verdade. Apresento-vos, com toda a humildade, a capela do rosário, das Dominicanas de Vence... Este trabalho levou-me quatro anos de trabalho duro e exclusivo. É o resultado de uma vida de trabalho; e eu considero, apesar de todas as imperfeições, como uma obra-prima".

Acabo de terminar o que vou dizer amanhã num encontro com Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena. São vinte e duas páginas que não me levaram quatro anos a preparar, mas duas semanas de intensa leitura e pouco tempo livre. O tema vai ser "São Domingos, pregador da Graça". Falar sobre o passado não tem especial interesse. Deus queira que todos os que vamos estar em Fátima consigamos perceber que há um rosto a desenhar: os nossos traços no rosto branco de São Domingos.

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