Giesta brava que perfumas a vida

Hoje foi quinta feira, chamada da espiga. Foram uns vendedores, talvez pouco cristãos - quem sou eu para avaliar - que mo disseram quando passei por eles manhã cedo e me perguntaram se eu não queria um raminho da espiga. E fiquei contente de ver ainda os ramos da espiga com malmequeres e papoilas, as flores bravas, simples mas bonitas, que há dois mil anos aos discípulos e hoje a mim, me recordaram a alegria da Ascenção. Sim, há quarenta dias celebrámos a Páscoa e, de acordo com os evangelhos, quarenta dias depois da ressurreição Jesus subiu aos céus.
Nos cânticos dominicanos deste tempo pascal, inspirados na extraordinária musicalidade do dominicano André Gouzes, muitos deles traduzidos e adaptados pelo nosso frei José Augusto Mourão, usam-se também imagens da natureza livre para falar de Cristo e dos seus mistérios: umas vezes louvamo-lo como "alecrim que perfuma a vida" ou ainda como "giesta brava que perfuma a vida". E passei o dia a pensar na alegria-triste dos discípulos quando, há dois mil anos, desciam do monte: alegres por terem visto o Senhor subir aos céus e talvez tristes por terem de confiar nas suas palavras que, para eles, não eram ainda grandes certezas. Mas brilhou a alegria.

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