Entre os nascidos de mulher

"Entre os nascidos de mulher não houve ninguém tão grande como João Baptista". É assim que Jesus fala de João Baptista. E falo eu, hoje, por ser o dia em que se faz memória do seu martírio.
Jesus tinha grande estima por João Baptista. Uma estima que, naturalmente nasceu da sua relação familiar - seriam segundos primos - mas sobretudo porque ambos se envolveram na mesma causa: o Reino de Deus. João Baptista preparou os corações para acolher o Reino de Deus e o seu Messias e Jesus veio inaugurá-lo como Rei e Messias deste Reino de Deus que nasce nos nossos corações e se contagia a quantos, de coração sincero o acolhem.
Vidas diferentes, uma mesma causa. João assume uma atitude de penitência e vai para o deserto, junto às margens do Jordão, para convidar a quantos dele se aproximam a mudar de vida e valores, de acordo com a sua pregação. Jesus está nas cidades e aldeias dizendo às pessoas que o Reino já chegou. Ao contrário do Baptista, Jesus não jejua nem faz penitência. Jesus faz festa sempre que alguém se torna mais de Deus. Ao contrário do Baptista, Jesus não espera que venham ao seu encontro mas provoca encontros, indo ao encontro das pessoas.
João Baptista, o maior entre os nascidos de mulher, não dá só conselhos ou baptiza... João é uma voz profética, ao serviço da palavra da verdade e da liberdade, da justiça e da paz. E isso custou-lhe a própria vida.
A Igreja é herdeira desta voz profética, assumida por tantos homens e mulheres que não temem nem tremem, que não desanimam nem desistem de anunciar o Reino de Deus, denunciando, por vezes, situações injustas, que não agradam aos ouvidos de quem manda. Pode-se calar a voz mas a verdade nunca se poderá calar.
É este João Baptista que hoje lembramos, no seu martírio, e , juntamente com ele, tantos homens e mulheres de Deus, profetas de um mundo novo, assente em valores universais e nobres que Jesus viveu, anunciou e nos manda viver e proclamar.

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