Três presentes - três perguntas

 


1. Qual é a luz que me ilumina? 
Os Magos seguiram uma estrela que os levou à verdadeira Luz. Sempre atentos e mesmo quando perderam de vista a estrela e o caminho se tornou mais escuro, não desistiram de a procurar nem de caminhar. É mais fácil brilhar do que iluminar. Mas e melhor iluminar que brilhar. Quem quer brilhar vive em função dos outros: para agradar aos outros, porque os outros também fazem… parece as luzes de Natal que só piscam… não são úteis, só servem de adorno. Quem quer iluminar é como uma lanterna do telemóvel que é bem útil quando não temos luz, ou precisamos de ver alguma coisa em pormenor. Quem quer iluminar agrada antes de mais a Deus e é a sua própria verdade que procura uma luz verdadeira, uma estrela de mais brilho, um caminho mais luminoso. Não vive para agradar aos outros, mas sim para servir os outros. Rejeitemos a luz fácil da aparência, do luxo, da ostentação e deixemo-nos iluminar pela luz de Jesus que é humildade, verdade e fé viva. 
2. Que caminho quero percorrer? 
Temos o ditado que diz quem se mete por atalhos mete-se em trabalhos. Os Magos fizeram uma longa viagem, perderam a estrela, foram por um atalho, um caminho óbvio (se nasceu o Rei vamos a casa do Rei) mas perceberam que o caminho era outro. Há caminhos que nos aproximam de Jesus e caminhos que nos afastam de Jesus. Há caminhos que nos aproximam uns dos outros e há caminhos que nos afastam uns dos outros. Por isso, podemos perguntar-nos: que caminho quero percorrer? O caminho da violência, da vingança, do egoísmo, do sucesso fácil e não poucas vezes prejudicando os outros é um caminho que nos afasta de Jesus e dos outros. Pelo contrário, o caminho da paz, o caminho do perdão, o caminho da partilha, o caminho da fé, são caminhos que nos aproximam de Jesus e dos outros. O caminho dos Magos, como o caminho da nossa vida, não é um caminho linear, o sucesso de um trabalho, de uma vocação, de uma vida, não está nos problemas que tivemos, mas sim como os conseguimos ultrapassar. Tal como aconteceu com os Magos, nem sempre os caminhos mais óbvios são os caminhos da felicidade. 
3. Que alegria quero transmitir? 
A primeira leitura era um poema de Isaías dedicado à cidade de Jerusalém, com um convite à luz, a caminhar na luz de Deus e com alegria. No Evangelho, escutámos que os Magos sentiram grande alegria quando voltaram a ver a estrela. E embora o Evangelho não o diga podemos imaginar a imensa alegria que os Magos sentiram quando entraram na casa onde estava Jesus e a alegria que levaram no seu coração no caminho do regresso. Há alegrias tontas e alegrias verdadeiras. Há pessoas que andam alegres neste mundo por terem muitas coisas e quando ficam tristes, têm de ir compensar com mais coisas para terem pequenos momentos de prazer ou de alegria. Há pessoas que acham que ser alegre é ser o palhaço da turma, ou infantil do trabalho… Mas há os que transmitem aos outros alegria. Quando visitamos familiares nossos que gostam das nossas visitas, quando nos ajudamos uns aos outros, quando ajudamos alguém a resolver um problema, quando limpamos as lágrimas de quem chora e conseguimos que essa pessoa saia de ao pé de nos com um consolo, com um sorriso. A fonte das alegrias tontas está muitas vezes no ridículo, no achar que tem piada… a fonte da alegria verdadeira está em Jesus que nos acompanha, que nos transforma e nos pede que levemos a todos a alegria que é mais forte que as doenças e as tristezas da vida.

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