Em boa hora

Em boa hora saí hoje de casa, ao final da manhã, entrei numa livraria e encontrei os primeiros oito volumes do Diário de Miguel Torga. Em boa hora a editora D. Quixote ressuscitou estes Diários. Há meses atrás, andando eu à procura deles e tendo ligado para a editora, disseram-me que era pouco provável a reedição uma vez que tinham outros interesses editoriais. Serão quatro volumes, hoje apareceram os dois primeiros que contêm os antigos oito cadernos. E em boa hora os irei ler. Em Feirão, relativamente perto de São Martinho de Anta, onde Torga se refugiava. Tenho que aqui agradecer a quantos me acompanharam nesta saga da procura dos primeiros volumes e, em especial, a uma amiga que me ofereceu os que conseguiu arranjar. Mas a minha alegria é saber que, finalmente, tenho a vida do Torga nas minhas mãos. Cá fica um dos seus poemas, " Clarão ", tirado do segundo volume, o último que li: O que isto é, viver! Abrir o olhos, ver, E ser o nevoeiro que se vê! Nevoeiro ao nascer, Nev...