Morrer lentamente

Morrer lentamente,
como quem se desamarra de um cais
e deixa o barco da vida
ir ao sabor do vento e do mar.
E sem olhar para trás
seguir confiante num futuro
para além do medo, das lágrimas e do escuro.
Morrer lentamente
como quem descarrega um peso
termina uma dança ou a coda de uma canção.
De viagem em viagem,
de canção em canção, ou até de dança em dança
de olhos postos num futuro
morre-se lentamente
a sonhar.

(imagem: Cristian Krohg, Olhando para trás, 1889)

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