Uma vida peregrina

Há vários anos e várias vezes por ano que acompanho peregrinos que vão a é a Fátima.
Faço-o por ministério mas também por solidariedade.
Tantas vidas e tantos problemas como os passos que se dão, a vida torna-se peregrina, também ela, com encruzilhadas e rotundas, estradas planas e outras rotas mais distantes.
A grande parte dos que peregrinam a pé chegam agora, cansados, com dores e bolhas.
Mas alegres porque chegaram e cumpriram o que prometeram.
Há pessoas que dizem, e com razão, que dizem que Deus não quer estes sofrimentos.
Eu não questiono. Tento dar força e sentido aos quilómetros que se percorrem.
Uma das poucas vezes que falei com uma senhora que ia a pé sobre esta questão e lhe disse que Deus não queria estes sofrimentos ela respondeu-me: Eu sei que Deus não me pediu isto; mas eu quero oferecer-lhe. É pecado? Aprendi com a resposta.
Orgulho-me de quem vai a pé. Agora, nas idas e vindas, apito e estendo o braço. É o meu pequeno alento para que sintam a solidariedade na fé e na oração.

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