A feira do livro lido

Nestes últimos dias alguns voluntários e amigos da João 13 e do Convento têm vindo a preparar uma das nossas salas para fazermos neste fim-de-semana uma feira do livro lido. A motivação é social: pedimos às pessoas que nos oferecessem livros que tivessem em casa e depois virem trocar por outros que gostassem de ter. Esta feira insere-se na partilha de Advento que este ano vai ajudar a comprar próteses dentárias às pessoas que precisam na nossa Associação. Muitos livros e de vários gostos e estilos.
Num desses livros estava um soneto que já tinha lido quando era mais novo e que o acaso me fez ontem encontrar. É do Frei Castelo Branco (século XVII), está escrito à mão numa folhinha com umas flores, que acompanham este post.
Aqui deixo o poema TEMPO, que, além da criatividade e do jogo de palavras, tem a sua profundidade:
Deus me pede do tempo estreita conta
É preciso dar conta a Deus do tempo
Mas como dar do tempo tanta conta
Se se perde sem conta tanto tempo?

Para fazer a tempo a minha conta
Dado me foi, por conta, tanto tempo
Mas não cuidei no tempo e foi-se a conta...
Eis-me agora sem conta... eis-me sem tempo.

Ó vós que tendes tempo e tendes conta
Não o gasteis, por nunca em passatempo
Cuidai enquanto é tempo o terdes conta.

Ah! Se quem esta conta do seu tempo
Tivesse feito, a tempo, preço e conta
Não chorava, sem conta o não ter tempo.

Mensagens populares deste blogue

Oração para o início de um retiro

Regina Sacratissimi Rosarii, ora pro nobis

Degenerar com dignidade