O (meu) cântico de Páscoa

Meu está entre parêntesis porque na verdade o cântico que aqui vou escrever não é meu, ou melhor, é também meu porque quem o escreveu fê-lo para ser partilhado. Falo do frei José Augusto Mourão, que faleceu em 2011. Não é uma figura de renome mas reconhecida por quem é de renome. José Saramago dedica-lhe umas frases no seu Diário, o Cardeal Tolentino Mendonça reconheceu nele uma pessoa de peso, mesmo que não de visibilidade. Cito o início de um texto que ele escreveu por ocasião da sua morte: " Um dia, quando se fizer a história do catolicismo português que nos é agora contemporâneo, há-de ver-se, em toda a clareza, que um dos seus actores magistrais foi, afinal, um frade e poeta, quase clandestino, que morreu esta manhã em Lisboa ". Para os que convivemos com ele atencipámo-nos à história, tornando-o presente nas nossas vidas, seja pelas releituras, seja pelas letras de cânticos que no Convento de São Domingos se vão cantando. Reconheço que a acessibilidade seja difíci...