À imitação de Cristo

 

O Evangelho deste domingo mostra-nos um dia da vida de Jesus: Jesus sai da sinagoga, Jesus encontra-se com as pessoas, Jesus reza. 
Um bom programa de vida para nós que o queremos imitar e seguir. 
Oração. Indispensável para alimentarmos a nossa fé. Se é verdade que toda a nossa vida deve estar envolvida na atmosfera de Deus, não podemos passar o dia sem os pequenos encontros privilegiados com Deus. Jesus levantou-se de manhã cedo, retirou-se para um lugar ermo, para rezar. Estes momentos de oração para que servem? Para conformar a vontade de Deus com a nossa vontade, para agradecer tudo o que de bom e belo acontece na nossa vida, em nós e através de nós, para pedir a Deus que oriente o mundo e a nossa vida sempre para o bem. A oração não tem por objectivo engrandecer a Deus, nem para afastar de nós o mal. A oração é sobre tudo iluminação interior, força para os combates da vida. Como diz o provérbio “quem com Deus anda, Deus lhe alumia”. 
Partilha da fé. No seguimento do evangelho da semana passada, Jesus vai à sinagoga, sai da sinagoga. Jesus prega nas sinagogas. A sinagoga é o lugar da reunião da comunidade. A própria palavra significa assembleia, reunião. Nós, cristãos, não vamos à sinagoga mas vimos à Igreja. Nós cristãos não observamos o sábado mas sim o domingo. Não só como dia de descanso mas também e sobretudo como dia da partilha da minha fé em comunidade, como estamos agora a fazer. Expressões como: eu cá tenho a minha fé, ou eu pratico a religião à minha maneira, contradizem esta dimensão comunitária da expressão da nossa fé. Vimos para nós encontramos com Deus, vimos para rezarmos numa só voz, vimos para escutarmos a palavra de Deus, vimos para receber Jesus no sacramento da Eucaristia e depois vamos mais fortalecidos, com mais coragem para sermos testemunhas de Jesus 
Anúncio/pregação/testemunho. Na segunda leitura, São Paulo dizia: Aí de mim se não evangelizar, Jesus no Evangelho disse aos discípulos que tinham de ir a outros sítios pregar. O cristão mostra a sua fé nas palavras que diz e nas acções que pratica. Palavras que levem a Cristo e gestos que mostrem no mundo a presença de Cristo, serão sempre os mais evangelizadores, mais fortes que uma homilia ou uma conferência de teologia. O mundo de hoje reage pouco ao que se ouve, a discursos. O mundo de hoje reage ao tik-tok, aos reels, aos vídeos virais, ao que vê. Então, podemos adoptar como conduta da prática do bem os gestos de Jesus para com a sogra de Pedro: aproximou-se, pegou-lhe pela mão e levantou-a. As nossas acções para serem boas e proveitosas têm que estar cheias de caridade e de proximidade: aproximarmo-nos, deitarmos a mão e ajudarmos a levantar. Não podemos esquecer o que o Papa Francisco aqui disse nas JMJ: "O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo: quando queremos ajudá-la a levantar-se". 
Não somos donos do Evangelho, apenas estamos ao seu serviço. 
 Adoptemos como práticas quotidianas o que hoje vimos em Jesus, na jornada de Cafarnaum: uma oração que nos une a Deus, a participação na comunidade, que nos une aos nossos irmãos na fé e um anúncio prático e coerente do Evangelho, que nos une e mostra Jesus aos mais necessitados.

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