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A mostrar mensagens de abril, 2012

Dias de chuva

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Confesso que não sei se escrevo por causa desta fotografia ou se é esta fotografia que me faz escrever. Tirada num monte, lembra, ao mesmo tempo, a solidão e a companhia. Que é como às vezes me sinto: sozinho e acompanhado. Mas venho de uns dias de descanso, que é o mais importante. Estes dias são, cada vez mais, dias de reflexão e de uma certa "revisão de vida". Apercebo-me do que faço e do que digo, do que de devia ter travado e ter adiantado, de como atuar e muito suportar. Disse-o há dias e digo agora: momentos calmos e de alguma solidão só fazem bem: obrigam-nos a entrar em nós próprios, mesmo quando queremos fugir. Gostava de ser pintor para pintar esta fotografia: um campo verde, uma árvore, um tanque e um pilar. O céu cinzento e chuva mansa a cair. Não sei se sou a fotografia ou se a fotografia sou eu; se sou tudo ou não sou nada.

Primeiras comunhões

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Comecei hoje a "maratona" da primeiras comunhões deste ano de 2012. Serão 7 celebrações! Começaram bem. Boa preparação, boa celebração, boa participação, coro de pais que se distinguiram... enfim. Todos os ingredientes para que esta festa fique nas nossas memórias. Infelizmente não me lembro da minha... E de recordação só esta fotografia, imaginem.

Fé e seguimento

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Do livro dos Atos dos Apóstolos O Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.» Ele pôs-se a caminho e foi para lá. Ora, um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém, regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o profeta Isaías. O Espírito disse a Filipe: «Vai e acompanha aquele carro.» Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe: «Compreendes, verdadeiramente, o que estás a ler?» Respondeu ele: «E como poderei compreender, sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele. A passagem da Escritura que ele estava a ler era a seguinte: Como ovelha levada ao matadouro, e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia, assim Ele não abre a sua boca. Na humilhação se consumou o seu jul

Uma monja sem papas na língua

Encontrei, ontem, um vídeo, com uma entrevista a uma monja dominicana espanhola. Vale a pena ver para ver a ousadia desta monja. Como não consigo aqui colocar o vídeo, fica o endereço. Espero que gostem: http://ep00.epimg.net/elpais/videos/2012/04/20/videos/1334944542_879258_1334945727.mp4

Pausa

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Um dia de mais ou menos descanso. Acordei mais tarde que o costume, mas não muito mais. Já lá vai o tempo de acordar tarde…. Com um dia calmo, de muito silêncio e até solidão. Cada vez mais gosto do silêncio e de momentos sem ninguém. Cada vez gosto mais mas cada vez são menos. Por isso, aproveitar ao máximo. Infelizmente não posso estar desconetado. Mas corto nas chamadas e nos mails. Faça-se uma pausa. Algum trabalho manual, uma caminhada de duas horas na praia, ao fim da tarde, oração, claro está, e um jantar a ver o mar, fazem com que o stress se atenue e consiga mesmo fazer uma paragem. E agora, deitar cedo e cedo erguer, que dá saúde e faz crescer.

Haleluia de Haendel

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Acabo de pôr a tocar o Aleluia de Haendel. Não pela Páscoa mas pelos meus trabalhos pascais que acabam de terminar. Enviei ao "Presidente" dos Provinciais da Europa e ao meu Provincial as contas do encontro. E, agora sim, pagas todas despesas e apresentadas contas, posso ir descansar uns dias. E ouçam comigo o Aleluia de Handel. Unam-se comigo à alegria da Páscoa: Não está aqui! Está vivo sempre e para sempre. Aleluia!

IEOP - Crónica do último dia

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Último dia do Encontro dos Provinciais! Coincide com o aniversário do Mestre da Ordem e do Provincial da Alemanha do Sul e Áustria. O dia começou cedo, com a celebração da Missa presidida pelo Mestre da Ordem. Depois do pequeno-almoço, entrámos na última sessão que foi dedicada à avaliação do encontro e à intervenção do Sr. Cardeal-Patriarca de Lisboa. Em relação à avaliação foi positiva, apesar do mau tempo, coisa que não depende de nós, humanos, havendo um pedido de que nos próximos encontros houvesse mais tempos para encontros informais. Dizia um Vigário provincial que nunca se sentiu tão só como depois de ter sido eleito vigário. Como o compreendo! Tenho pensado muito nisto: quanto mais se sobe nos cargos, mais sozinhos nos sentimos. Depois de um pequeno intervalo, que serviu para fazer a festa de aniversário, com direito a bolo e tudo. Entretanto recebemos o Senhor Cardeal-Patriarca, que nos falou das suas experiências nos movimentos da Nova Evangelização. E assim terminou esta

IEOP - Crónica do terceiro dia

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Faço a esta hora a crónica deste terceiro dia porque amanhã já será o final e pouco tempo terei de vir aqui escrever. O dia foi calmo, de intenso trabalho. Ajudou a chuva que não causou grande dispersão pelos jardins da casa onde estamos. Durante o dia de hoje os Padres Provinciais escutaram dois Assistentes do Mestre da Ordem: o da formação inicial e o da vida inteletual. No fim de casa intervenção houve ainda tempo para alguma troca de impressões sobre a temática da pós-modernidade em contextos concretos e importantes da vida dominicana: formação e estudo. O Mestre da Ordem, num trabalho paralelo, tirou toda a manhã para falar com os Provinciais que quisessem resolver algum assunto diretamente com ele. É esta atitude de proximidade e de escuta que mais gosto no fr. Bruno: um irmão entre irmãos. Na parte final do dia começaram as questões práticas e finais do Encontro: distribuição da fotografia de grupo, envio por email de todas as intervenções, análise de pedidos de ajuda para al

IEOP - Crónica do segundo dia

Na crónica de ontem esqueci um acontecimento importante. Na Igreja de São Domingos, voltados para o nosso Santo Fundador, cantámos o Regina Caeli e o O Lumen, uma antífona mariana para o tempo da Páscoa e a antífona própria de São Domingos. Pensava para comigo há quantos anos não se cantariam, naquela que foi a nossa igreja conventual, estes cânticos da nossa tradição dominicana. O dia de ontem - quinta-feira - foi o dia mais leve e, ao mesmo tempo, mais cansativo. De manhã decorreram os trabalhos, com o Mestre da Ordem que, numa primeira parte, falou da Nova Evangelização em tempos pós-modernos, fazendo a ligação com a Ordem. Depois de algum debate, houve ainda tempo para uma conversa informal com o Mestre da Ordem sobre os temas atuais da Ordem. Falou-se bastante do próximo Jubileu da Ordem, que será em 2016, nos 800 anos da sua aprovação. Foi o dia da fotografia oficial. Na escadaria da igreja lá tirámos a fotografia de todo o grupo, que será entregue a cada participante, e depo

IEOP - Crónica do primeiro dia

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Começou ontem o encontro dos Provinciais Europeus Dominicanos. O total de pessoas envolvidas são 43. No entanto, um provincial não pôde vir, porque está em Capítulo provincial, e outro que tem a mãe bastante doente... Somos, portanto 41, aos quais tiramos o Mestre da Ordem, seis tradutores e os dois frades do Secretariado. Depois das Laudes em espanhol - diferentemente dos anos anteriores, este ano a liturgia é celebrada numa das três línguas oficiais da Ordem - e do pequeno almoço, começaram os trabalhos. O fr. Bento Domingues, veio falar à Assembleia sobre a pós-modernidade. Depois desta introdução, fizeram-se trabalhos de grupo, também distribuídos pelas três línguas, que terminou com um plenário e ainda com a partilha de experiências de três provinciais de três províncias diferentes. Entretanto, a meio da tarde, chegou o Mestre da Ordem. Juntou-se à Assembleia, que acompanhará até ao final, exceto na sexta-feira, dia em que receberá os provinciais que desejem falar com ele pes

Já começou!

Já começou o encontro dos Provinciais. Ontem foi a receção. Muitos deles já os conhecia do capítulo Geral de Roma, em que participei. Em espanhol, francês e inglês, com as palavras que se conhecem e meio atabalhoadas, lá vamos sorrindo e dizendo bienvenidos ou How are You?. Coitados dos que fizeram as ligações entre o aeroporto e a casa onde estamos... pareciam as abelhas, para lá e para cá a trazê-los, a conta-gotas, à medida que os aviões aterravam na Portela. Hoje começam os trabalhos. Apresentações e agradecimentos. Nestes dias os Provinciais irão refletir sobre a pós-modernidade e a Nova Evangelização. Agora estão a ouvir uma "charla" com o título " De que falamos quando falamos de pós-modernidade? ". Esta conferência é feita com a prata da casa (digo prata porque é a expressão comum mas poderia dizer ouro): fr. Bento Domingues. E eu, daqui, vou verificar o cofee-break da manhã. Ainda não tenho fotografias. Nem sei se as vou tirar. O meu amor à história e à p

Encontro de Provinicais europeus - últimos preparativos

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Estou nos últimos preparativos para um grande encontro de dominicanos que se vai realizar nesta cidade de Lisboa e que começa na quarta (para mim já amanhã): o encontro anual dos Provinciais Dominicanos da Europa. O Mestre da Ordem também virá. Eu sou o Secretário... imaginem a trabalheira. Desde Novembro a tratar de tudo o que um encontro destes precisa para se gastar tudo em quatro dias! O programa deles é interessante e o que eu preparei melhor ainda (não é para me gabar). Espero ressuscitar depois destas semanas de tanto trabalho. Sinto-me cansado. E espero vir aqui dar algumas notícias sobre o encontro. Até breve! (logotipo do encontro. Autor: Pedro Cabral, a quem muito agradeço)

Páscoa 2012

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Ressuscitou como disse! Aleluia!

Sexta-feira Santa - A Parasceve

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" Hão-de olhar para aquele que trespassaram " (Jo 19, 37). 1. Hoje é dia de Sexta-feira Santa. Para os cristãos, um dia memorável. Não estamos tristes. Se hoje estamos mais calados ou menos sorridentes, é porque o que aconteceu naquela sexta-feira foi para nós importante, objeto de constante meditação. É dia de sobriedade. A própria liturgia convida ao despojamento através das suas músicas e dos seus rituais. Hoje não se celebra a Eucaristia. A razão é simples: se a Eucaristia é o memorial da morte de Jesus, o dia de hoje é, por ele próprio, sacramento da morte de Jesus. Mas a Igreja reúne-se numa celebração litúrgica. Reúne-se para escutar os mais belos textos da Paixão (Isaías, Carta aos Hebreus e Paixão de São João);  reúne-se para rezar por todas as grandes preocupações da Igreja, desde o Papa até aos não crentes: é a mais longa oração universal do ano litúrgico; reúne-se para adorar "o madeiro da Cruz, no qual esteve suspenso o salvador do mundo". Não com lá

Última Ceia

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Reunimo-nos nesta tarde de quinta-feira, santa, dizemos nós, para celebrar a Eucaristia. Santa, porque comemoramos o dia em que Jesus instituiu a Eucaristia, sinal do mistério da Páscoa que vamos celebrar nestes dias. A cruz preside a este tríduo pascal que agora começamos. A cruz onde Cristo foi crucificado e de onde saiu sangue e água, sinais da Eucaristia e do batismo. A celebração de hoje lembra, de uma forma sacramental, estes dois símbolos numa outra perspetiva: a água, que Jesus usa para lavar os pés aos discípulos, e o vinho, que Jesus disse ser o seu sangue derramado por nós e por todos, para a remissão dos pecados. Estes dois gestos de Jesus, o lava-pés e a instituição da Eucaristia, resumem a sua vida e o seu ministério. Ao lermos os evangelhos, vemos que toda a vida de Jesus foi entregue ao serviço dos outros, foi uma vida dada. As mãos que partem e repartem o pão e o vinho, são as mesmas mãos que vão lavar os pés aos discípulos, e as mesmas mãos que irão ser crava

O negócio de Judas

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Nesta quarta-feira santa, o Evangelho, retirado do Evangelho de Mateus, conta-nos o negócio de Judas com os príncipes dos sacerdotes, na venda de Jesus, por trinta moedas de prata. Neste Evangelho, o negócio acontece depois da unção de Betânia mas antes da Última Ceia. A Igreja, na sua pedagogia litúrgica, colocou este relato na véspera de quinta-feira santa. Mas não só por isso. É que, entre o o negócio de Judas e o anúncio da sua traição, relatam-se também os preparativos da que ia ser a última e definitiva Páscoa de Jesus. É onde estamos: nos preparativos para a Páscoa. Os últimos dias para a confissão pascal, as preparações nas igrejas para as próximas solenidades, a interiorização do mistério que se vai celebrar. São dias também de grandes movimentos, mesmo sem tolerâncias de ponto. Viagens, deslocações, algumas por motivos religiosas, outras nem por isso. Mas a pergunta que fazem a Jesus: onde queres que façamos os preparativos para a Páscoa, poderá ser uma pergunta que no

Duas traições

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É, para nós, cristãos, motivo de alegria, saber que Deus se fez um de nós e que experimentou tudo o que a natureza humana experimenta. Ao contrário de nós, seres humanos, Jesus não cometeu pecados, não fez mal a ninguém. No entanto sabemos que foi alvo do mal e da violência. O evangelho desta terça-feira santa (Jo 13, 21-33. 36-38) narra a profecia de Jesus sobre as duas traições de que vai ser alvo. Depois do gesto puro e cheio de amor de Maria, que derramou nos pés de Jesus o perfume caro, guardado para depois da sua morte, Jesus anuncia que dois dos Doze o irão trair. Judas vai vendê-lo, por trinta moedas, e Pedro negá-lo, dizendo que não o conhece. Jesus experimentou este sentimento tão humano que estranhamos quando vem de um amigo íntimo, que é o de se sentir traído. O evangelho diz mesmo que Jesus se sente perturbado com esta sensação de traição. Mas, diante destes anúncios de traição, há reações diferentes e consequências diferentes. Judas parece aceitar o anúnc

Unção de Betânia

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Depois da celebração dos ramos, nesta santa semana, escutamos hoje, no evangelho da Missa, um dos gestos mais belos do Evangelho, que jamais será esquecido: uma mulher, que na versão de São João é Maria, irmã de Marta e de Lázaro, aproxima-se de Jesus, unge os seus pés com um perfume de alto preço e enxuga-lhos com os cabelos. Para mim, a beleza deste gesto está no silêncio em que se faz, na delicadeza do momento, apesar da reação de Judas que diz que era preferível ter dado o dinheiro do perfume aos pobres, e do significado atual desta unção. Diz o relato que a casa encheu-se com o perfume de puro nardo. Não é difícil imaginar este gesto corrente da hospitalidade judaica nos tempos de Jesus. À entrada da casa, antes de se sentar à mesa, o chefe da casa ou um dos seus principais criados, lavava os pés ao convidado. Mas este gesto não é só de hospitalidade mas também de agradecimento. Jesus tinha ressuscitado Lázaro, o irmão de Maria. E esta mulher faz o que lhe dita o seu coraçã