Anno histórico: Madre Brites Leitoa

A venerável Madre Brites Leitoa, depois de ser dama da Infante Dona Isabel de Aragão, mulher do infante Dom Pedro, Regente de Portugal, na menoridade de El Rei Dom Afonso V, e depois de ficar viúva em idade de vinte e sete anos de seu marido Dom Diogo de Ataíde, dos Condes de Atouguia, se retirou para a Vila de Aveiro, e encerrada com algumas poucas mulheres na casa de uma sua quinta, fazia vida tão virtuosa e edificativa, que logo buscaram a sua companhia outras senhoras, e passou brevemente a sua casa a Oratório e a Recolhimento e ultimamente ao religiosíssimo Mosteiro de Jesus de Aveiro da Ordem de São Domingos, sendo sua fundadora, primeira Vigária e Prioresa enquanto viveu, a Madre Brites Leitoa, a qual com a sua grande direcção, prudência e santidade deu tão bom princípio à vida religiosa naquele Convento em dia de Natal de 1464 que ainda conserva a mesma forma, e observância da sua primitiva e santa fundação; e este Reino o estima e venera como jardim singular, sempre florente e fecundo de Angélicas virtudes. Baste para seu maior elogio ser escolhido pela Princesa Santa Joana, e coroado com a sua preciosa vida, morte e sepultura, como em outra parte dizemos. Por causa da peste, que fazia grande estrago em Aveiro, e por ordem de El Rei Dom Afonso V, e dos seus Prelados, foi obrigada a Madre Brites Leitoa, a sair do seu convento, acompanhando a Santa Princesa, e em Abrantes morreu santamente aquela Venerável prelada e fundadora, neste dia, ano de 1480. O seu corpo, que ficou flexível e tratável, como se estivesse vivo, foi levado para o seu Convento de Aveiro, onde jaz em decente e distinta sepultura.
(Anno Histórico, volume II, 3 de Agosto, par. II, p. 444)

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