Desprendimento

O desprendimento é uma virtude sucedânea da pobreza. Jesus, no Evangelho, coloca o desprendimento como condição irrenunciável para o seguir. Os relatos de vocação terminam quase todos a dizer que o chamado deixa tudo para seguir a vontade de Deus: Abraão deixa a sua terra, Eliseu a sua família, Mateus o posto de cobrança, os Apóstolos pescadores deixam a pesca e a família para seguirem Jesus… e Jesus acaba por dizer que quem põe as mãos ao arado e se volta para trás não é digno de o seguir. A atitude do desprendimento é não estar ligado a nada nem a ninguém. Na espiritualidade fala-se até de coração indiviso, não partilhado, exclusivo para Deus. A vida em geral convida-nos ao consumismo e ao acumular, mais ao ter que ao ser. No entanto, a espiritualidade apela à liberdade da renúncia: “não preciso”, “não me faz falta”. Uma espécie de “morrer para o desejo de ter”. Se é verdade que o amor prende, muitas vezes por amor temos de despossuir, deixar ir. É preciso uma grande liberdade interior para que haja desprendimento. E vontade.

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