O Pão nosso

Leio um artigo da revista "Pública", sobre o pão, de autoria de David Lopes Ramos, que vou transcrever de seguida. O pão que, como sempre me ensinaram, não se pode estragar. Nestes tempos de consumismo, em que o pão se tornou banal, que nos desfazemos dele como se de lixo se tratasse, aqui deixo a minha veneração ao pão, maravilhosa invenção humana, fruto da sua inteligência e, ao mesmo tem po, fruto dos quatro elementos do universo. " O pão é muito mais novo do que a humanidade. Só tem uns dez mil anos. Antes de descobrirem as técnicas de farinação, os homens comiam os cereais em grão. Os citadinos tendem a esquecer-se de que o pão se faz, não nasce da terra como o arroz, a batata, as maçãs ou as cerejas, que consumimos tal como os colhemos. Com o pão, não basta colher a espiga e já está. 0 pão sua-se – “Comerás o pão com o suor do teu rosto”, sentenciou o Criador a Adão, quando ele não resistiu à maçã do Paraíso –, confecciona-se à força de braços. 0 pão semeia-se, seg...