Um santo passou por nós


Recebo um mail de uma amiga com este título. Estava à espera de um powerpoint ou de um vídeo do Youtube. Mas não. Era sobre o P. João Resina, que ontem faleceu, no hospital de S. José, após cinco meses de internamento.
Ontem e hoje tenho vindo a escutar alguns testemunhos do P. João. Homem da ciência, Professor de Física, no Técnico, homem de Deus, quer pelas palavras quer pelos actos, homem entre homens, que a todos nos empurrava para o caminho da autenticidade da vida cristã que implica sempre compromisso.
Conheci-o há 10 anos, quando veio pregar um retiro à minha comunidade. Lembro-me que estavamos com alguma dificuldade em arranjar um pregador que nos agradasse. Por fim saiu o nome do P. João que foi unanimemente aceite.
Há três anos, na sequência de um AVC, teve de abrandar o ritmo na sua actividade pastoral na paróquia do Campo Grande. E pediram-me que o substituísse na 'Missa das Seis'. É daqui que vem a minha recente ligação e colaboração no Campo Grande.
Do P. João guardarei duas coisas: a profundidade da sua mensagem e a sua simplicidade na sua transmissão.
Quando começo a pensar na homilia do Domingo, leio sempre dois comentários às leituras. Um deles é o livro das suas homilias, que ficarão como testemunho de que a fé só tem sentido quando amamos verdadeiramente a Deus e ao próximo, sobretudo os pobres e os que sofrem.
O P. João morreu no dia do Corpo de Deus. Há uns anos atrás, também num dia do Corpo de Deus, ele dizia assim numa homilia: "Chamamos a este encontro comunhão. União de cada um de nós com Ele, união de cada um de nós com todos os irmãos. E que sentido teria unirmo-nos a Cristo, alimentando ou aceitando a desunião entre os irmãos. Mais: não esqueçamos que a Comunhão não é o convite a fechar os olhos ao mundo. Somos despertados para ir ao encontro dos homens, trabalhar no duro, como Ele trabalhou, por um mundo diferente, onde haja justiça, paz e amor".

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