Vidas contemplativas

Tenho vivido dias pouco contemplativos mas ligados a pessoas contemplativas. Vidas que me têm impressionado por aquilo que, de certa maneira, poderia ter sido também a minha vida mas que hoje reconheço que não foi a vontade de Deus.
Na terça-feira depois da Páscoa o noviciado foi a Évora, com o principal objectivo de visitar a Cartuxa. Para mim a quarta ou quinta visita, sendo que as últimas já não são de curiosidade mas sim de admiração pela vida simples e austera, aparentemente vazia mas sem dúvida homens cheios de Deus. A visita foi de certa maneira rápida, uma vez que coincidiu com o passeio pascal da comunidade. Passámos nas partes principais da Cartuxa: igreja, capela da comunidade, claustro, cela, biblioteca e cemitério. As perguntas iam surgindo naturalemente, ao mesmo tempo que se tiravam algumas fotografias. Ao meio dia rezámos as Ave-Marias (na Cartuxa o Regina Caeli só se reza depois de Laudes), ao mesmo tempo que os sinos tocavam. Aliás, na cartuxa superabunda o silêncio, cortado pelo toque do relógio ou pelo trinar dos passarinhos.
Vidas simples e silenciosas. Vidas penitentes e, ao mesmo tempo, alegres. Tudo por opção e por amor a Deus. Não se anularam, deixaram que Deus fosse crescendo e sendo mais, optaram por amar e servir a Deus, servindo os irmãos rezando por eles dia e noite. Tratam da sua salvação e da nossa pela oração e pelo sacrifício.
No final da visita o Prior da Cartuxa disse-nos que rezava por nós para que tivéssemos vocações: que as nossas eram mais importantes que as deles... talvez seja até verdade... mas um carro sem motor não anda.

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