O mundo da moral


Se há sítios onde o dogma não entra é no campo da moral. Porque estamos a falar de pessoas, das suas vidas e dos seus comportamentos e das influências externas e internas. No campo da moral o que se pode fazer é formar consciências, dar orientações, defender valores. Não é coutado exclusivo da Igreja Católica ou das religiões mas a Igreja tem o dever de contribuir para uma ética saudável da sociedade, através de orientações que deve defender e manifestar, evitando sempre o conflito ou a imposição ou ainda a ligação a partidos políticos.
Escrevo hoje sobre este tema - apesar de não me considerar moralista - por causa de um livro que várias vezes vou buscar à Biblioteca para ler sobre alguns temas. Hoje falo deste livro, de um padre redentorista, Marciano Vidal, que há três anos escreveu esta obra de que falo: Orientações éticas para tempos incertos. Infelizmente não está traduzida em português e, por isso, leio no original, espanhol, que não é nada do outro mundo.
Este livro situa-se entre os dois extremos onde normalmente os "moralistas" e os "moralizandos" se colocam: o relativismo e o fundamentalismo. Há os que não querem saber de moral nem de ética para nada e há os que fazem dos temas morais os mais importantes dogmas da revelação divina. E como em tudo, no meio é que está a virtude, creio que este livro coloca de uma forma séria os problemas actuais da nossa sociedade e de como se pode caminhar para uma harmonia entre Ser humano/Igreja/Sociedade.
E quais são os temas abordados? O autor depois de três secções destinadas à análise da situação, critérios e categorias éticas, entra em quatro secções sérias e difíceis: Bioética (bioética cristã e perguntas éticas diante da morte), ética sexual, ética matrimonial (o caso cais mais crescente e carente de resposta dos casais católicos 'recasados') e, finalmente ética social, onde são abordados temas como corrupção e o significado da 'honra', economia alternativa e novos estilos de vida e globalização. Foi por causa deste último tema - ética social - que fui buscar novamente o livro. Acho que como estamos - portugalmente falando - e com que vem aí, seria bom estar esclarecido sobre algumas questões. Especialmente interessante é a parte dos "vícios" e "antónimos" da honra: egoísmo, insensibilidade para o bem comum, falsidade nos âmbitos profissionais, na economia, na politica e nas empresas e a corrupção. Triste sociedade a nossa onde estas coisas vão aparecendo cada vez mais e são tidas cada vez mais como normais...

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