Primeiras chuvas

Chegaram as primeiras chuvas a Lamego. Como se de pássaros migrantes se tratasse, vieram suaves, sem ninguém dar conta. Ontem as nuvens, hoje as águas. É um tempo nostálgico. O cheiro a terra molhada, tão próprio e inconfundível, misturado com o que sai dos pinheiros, também aspergidos pela chuva, passarinhos que cantam as suas melodias tristes ou alegres, só eles saberão.
Da janela do quarto, onde passo grande parte do dia, vejo as três cruzes que servem ao mesmo tempo de torre sineira ao mosteiro. Olhando para baixo as torres do santuário dos Remédios que, cada quarto de hora nos dizem que o tempo vai passando e, em frente, as montanhas de Trás-os-Montes, hoje encobertas pela neblina. A cidade não se vê. Está lá em baixo, escondida, com o seu barulho e agitação. Aqui já não vai haver barulho o resto do dia. Só há de manhã, para a Missa. Os carros que sobem ao mosteiro, as pessoas que se cumprimentam e o padeiro que vem trazer o pão.
Também eu me junto a esta nostalgia. Estes dias são bons para mim. Leio (ontem consegui ler um livro todo!), rezo, prego o retiro, caminho… tudo em silêncio. Bendito seja Deus.
(fotografia do mosteiro de Lamego, vista de baixo. O quarto onde vivo é o da janela aberta)

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