O valor da amizade
Depois do amor, o mais se deve prezar é a amizade. Aliás, para muitos, a amizade acima de tudo. E para alguns "teóricos" da amizade, ela é uma forma de amor ("A amizade é a forma ética do amor"). Digo muitas vezes que tenho poucos amigos. E digo a verdade, não minto. Não digo com pena, digo com tranquilidade, porque sei que os poucos amigos que tenho são mesmo amigos, os de todas as horas, os que são capazes de se alegrar com as nossas alegrias e abraçar-nos nas lágrimas. Os amigos não têm de dar nem de receber, têm de estar. Não tanto no Facebook mas na vida. Uma vezes apoiam-nos outras confrontam-nos. Podem não gostar do que fazemos ou do que pensamos mas continuam a ser amigos. Por vezes dois amigos são dois teimosos, outras vezes concordam em muito ou pouco, mas um amigo não fica calado, excepto se o silêncio for forma de falar. Umas vezes dão conselhos sem pedirmos e outras pedimos o seu conselho, porque sabemos que ajudarão numa decisão. Para mim, o que mais valorizo na amizade é a lealdade. Fui ver ao dicionário o significado desta palavra e é mesmo isto: fiel, franco, delicado, sincero e dedicado. E não é preciso mais. O verdadeiro amigo não engana. Na Bíblia, no livro dos Provérbios lê-se: "Fiéis são os golpes de um amigo mas os beijos do inimigo são enganadores" (27, 6).
Voltando aos meus amigos, poucos mas bons, foram todos conquistados nos últimos anos. Uns conquistados, outros queridos e outros de conhecidos tornaram-se amigos. Metamorfoses da idade ou da necessidade. Não há amigos à força nem contratos de amizade. A amizade nasce dos valores que encontramos no outro, da sua bondade, presença e dedicação.
E chega de teorias que a amizade faz-se de práticas. Hoje é dia 29 de Outubro, não é o Dia do Amigo nem da amizade, mas quero dedicar esta página às pessoas com quem vou partilhando a minha vida, que me ouvem, aturam e confrontam. Obrigado amigos!