De volta a Roma

Regressei ao ponto de partida: Roma. É como diz o ditado: todos os caminhos vão dar a Roma.
Para trás ficou Nápoles. E de Nápoles ficam as saudades da comida caseira/conventual, ou seja, a que aparece e não a que se escolhe. A cidade é bonita mas até chegar à beleza de Nápoles tem que dar muitas voltas. E não se decidem a tomar medidas eficazes para combater o lixo. Dá má impressão a quem está de visita.
Mas sim, regressei. Como sempre, Videre Petrum: ver a Pedro. Não a quem Pedro é mas ao que Pedro significa. O papa estragou-me os planos para amanhã. Queria estar na abertura do Advento, nas Vésperas presididas por ele, mas não há entradas disponíveis para o povo: tudo reservado. Paciência. Por aqui se comprova que se pode vir a Roma e não ver o para. Vai sendo o meu caso.
Parecia que hoje, em Roma, nada dava certo: não tinha entradas para amanhã, não se podia visitar toda a basílica de São Pedro por causa de amanhã… acabei por fazer uma coisa que desde a primeira vez estava por fazer: visitar a igreja de Santa Maria della Pace. Há duas em Roma. Uma no centro e outra já fora, na Villa Borghese. Foi a essa que eu fui. Lá é a Sede prelatícia da Opus Dei e lá está sepultado S. José Maria Escrivá. Mais por curiosidade do que por devoção lá fui. Toquei à porta – a igreja estava fechada – e entrei numa residência de estudantes femininas – onde me mandaram esperar para me acompanharem aos lugares que queria visitar. Lá apareceu uma estudante de arquitetura, espanhola, que me aconselhar a levar umas pagelas para o caso de querer tocar com elas nos sepulcros (a minha devoção não chega a tanto), e lá me levou, sempre a descer, como se fosse para uma cripta, aos lugares sagrados: túmulo do P. Álvaro del Portilho, umas senhoras da Opus ou a elas ligada e, finalmente, ao túmulo de São José Maria Escrivá. Presumindo que eu queria ficar lá a rezar algum tempo, quis despedir-se de mim. No entanto, disse-lhe que só precisava de dois minutos, que esperasse por mim. Fiquei abismado como o silêncio. Às tantas só ouvia o zumbido dos meus ouvidos! Resumindo e concluindo: curiosidade satisfeita, não se fala mais do assunto.
Já a caminho de casa, passei ainda na igreja de Santo André, ou não fosse hoje o seu dia. Estava a começar a Missa. Eram mais os padres que a assembleia. O cardeal daquela igreja mandou pedir desculpa mas não podia estar, por motivos de força maior. Se todos são como eu, ficaram a missa toda a pensar o que é que se teria passado. Eu não, que saí entretanto.
Amanhã vou aproveitar para visitar umas catacumbas e dois museus. E já que não poderei estar nas vésperas com o papa, irei a Santo Anselmo, aqui ao lado, começar assim o tempo do Advento, para mim o mais bonito e espiritual do ano litúrgico.

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